Empresários reclamam de falta de informações sobre normas para set-top-box

Durante a ABTA 2007, evento que reuniu os principais interessados em explorar o mercado de TV por Assinatura e TV digital, realizada na semana passada na capital paulista, as empresas interessadas em produzir localmente os setup-boxes – as caixas conversoras de sinais analógicos para digital – sejam essas de menor ou maior grau de qualidade, reclamaram, de forma unânime da falta de informação relativa às normas que vão nortear a implantação da TV Digital no País.  

Segundo muitos executivos, sem acesso às especificações, fica díficil estruturar um modelo de negócios e justificar aportes juntos aos seus acionistas para formatar um projeto capaz de atender o início da demanda, ainda este ano. Houve mesmo quem reclamasse também do fato de o governo privilegiar determinadas instituições de desenvolvimento, que estão tendo na visão deles, facilidades maiores para acessar os dados técnicos relativos as novas normas da TV Digital.

Certo ou não, agora, o Minicom, através do Secretário de Telecomunicações, Roberto Pinto Martins, disse em evento no Rio de Janeiro, que o governo tem praticamente concluído as normas que nortearão a implantação da TV Digital no país. Segundo ele, as normas brasileiras para a implantação do sistema já foram, inclusive, registradas na Comissão Interamericana de Telecomunicações (Citel), órgão que reúne os organismos públicos e entidades privadas de telecomunicação das Américas.

"Fizemos isto há duas semanas atrás em uma reunião, em Orlando, nos Estados Unidos", afirmou, sem entrar em detalhes sobre as regras. "Já começamos as transmissões experimentais na cidade de São Paulo e posso garantir que tem sido sucesso absoluto. Em dezembro entraremos em operação comercial no estado e no segundo semestre de 2008 em algumas das principais capitais do país, como Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte", afirmou o executivo do Minicom ao participar da Semana Oficial da Engenharia da Arquitetura e da Agronomia.

O secretário, no entanto, revelou que o governo vem se mostrando preocupado com as dificuldades em torno da questão da fixação de um preço básico para os conversores a serem implantados nas televisões ainda com padrão analógico, de modo a que toda a população possa ser beneficiada.

"Esta é uma das questões que estamos debatendo com o setor industrial. Eles têm anunciado preços que entendemos não estar ainda ao alcance de toda a população. Na realidade a industria tem dado algumas informações, mas achamos que eles estão jogando o preço para cima para não dar pistas aos concorrentes", disse.

O secretário disse ainda que o governo está satisfeito com o padrão e a qualidade alcançados nos testes que estão acontecendo em São Paulo. "Nós estamos utilizando o sistema de modulação japonês e os resultados são os melhores possíveis. É uma recepção absolutamente robusta, uma antena interna de muito baixo custo, coisa que não tem hoje com a televisão analógica e certamente não teria com um outro sistema – que não o japonês", completou Pinto Martins.

*Com informações da Agência Brasil

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