Globo vai licenciar, por contrato, sinal HD para TV paga

A TV Globo já está preparando o que chama de “termo de licenciamento” que pretende celebrar com os operadores de TV por assinatura para a distribuição dos seus sinais em alta definição. Segundo o diretor de engenharia da emissora, Fernando Bittencourt, ainda estão sendo definidos alguns detalhes, mas uma coisa é certa: “A TV Globo não vai autorizar a distribuição do seu sinal digital sem assinar um contrato com o operador”, diz ele. Este contrato trará, sobretudo, as condições para a oferta do sinal da emissora: a manutenção rigorosa da qualidade de imagem disponível na TV aberta, o que implica dizer, a mesma taxa de compressão e transmissão. Nas demonstrações que a Globo já está fazendo do sinal em alta-definição com o padrão brasileiro, a taxa de transmissão utilizada é de 17 Mbps, com compressão MPEG-4.

A emissora também deve exigir a manutenção de todas as aplicações interativas do seu sinal original, mas Bittencourt reconhece que essa é uma situação complicada, já que os aplicativos do canal aberto rodam no middleware Ginga e precisarão ser convertidos para o middleware das respectivas caixas. Foi o que aconteceu no caso das transmissões interativas dos Jogos Pan-Americanos, transmitidos pela Net Serviços em suas rede digitais. “Tivemos que fazer um código para a TV aberta, para o Ginga, outro para a Net e outro para a Sky.

Must carry

Mas o ponto mais polêmico diz respeito à cobrança pelo sinal. Segundo Bittencourt, ainda não há uma posição em relação a isso, indicando que a Globo não descarta a hipótese de cobrar pelo sinal em alta definição. É sabido que os radiodifusores estão confiantes que a TV digital aberta será muito bem recebida internamente, necessitando apenas de uma antena. De fato, a emissora demonstrou o seu sinal em alta definição em uma sala fechada do ITM Expo, em São Paulo, onde acontecia a ABTA 2007. O local fica distante em 12 quilômetros da torre de transmissão, e o sinal foi captado perfeitamente.

Com essa segurança, os radiodifusores entendem que não necessariamente precisarão das operadoras de TV paga para distribuírem os sinais. E com isso, sentem-se confortáveis para cobrar pelo conteúdo. Além disso, a Lei do Cabo diz apenas que o operador de cabo é obrigado a levar o sinal das geradoras de TV, mas não que o radiodifusor seja obrigado a ceder o sinal. Há interpretações jurídicas de que, com isso, a palavra final cabe à TV aberta.

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