Brasília – A transição para um modelo de gestão no processo de criação da rede pública de TV é algo crucial, na visão do ministro Franklin Martins, da Secretaria de Comunicação Social. Ele participou hoje (20) de reunião com representantes da Associação Brasileira de Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec).
“Devemos aproveitar esse caldeirão de discussão para impor nos estados uma mudança no modelo de gestão. Se nós conseguirmos avançar, teremos mais elementos para resistir a pressões políticas locais”, disse o ministro.
A construção de uma rede nacional por essas TVs foi defendida pelo ministro Franklin Martins. Segundo ele, existe no Brasil uma cultura de transmissão em rede. “Se nós não tivermos uma rede nacional simultânea, nós não teremos escala para sermos apreciados ou criticados nacionalmente”, argumentou.
Franklin Martins também defendeu a abertura de espaço para a programação local, com no mínimo quatro horas dedicadas a ela. “Isso não é um luxo, é parte do projeto”, disse o ministro.
O ministro reconheceu que o governo tem que ter uma postura mais clara em relação às emissoras de televisão e rádios comunitárias. “No caso das rádios comunitárias, a situação atual é de um absoluto faroeste. O governo tem que fazer um mutirão e organizar para ver quem tem ou não direito”, disse.
O ministro ressaltou que a nova TV pública irá auxiliar as TVs comunitárias, que poderão aproveitar a programação produzida.
Também foi debatida, durante o evento, a possibilidade de criar faixas temáticas de programação, que deverão ser seguidas pelas emissoras associadas. Assim, mesmo que as emissoras não transmitam o mesmo programa, deverão respeitar, de acordo com o horário, o tipo de programação que será exibido.
Para Marco Antônio Coelho, representante da TV Cultura, de São Paulo, o debate com o ministro mostra a disposição do governo federal em dialogar com todas as emissoras públicas já existentes na constituição de algo novo.
“Esse diálogo reforça que o governo está de acordo com os princípios estabelecidos no Fórum Nacional de TVs Públicas”, disse, em referência ao evento que aconteceu em maio e de onde saiu uma carta com os princípios defendidos pelo conjunto das TVs públicas do país para que seja formada a nova rede.
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