Senador do PSDB critica qualidade dos filmes nacionais

O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) criticou nesta quarta-feira, 11, a qualidade dos filmes nacionais produzidos no país. Ele contou que dificilmente consegue assistir o Canal Brasil, disponível na TV paga. "Acho que tenho dado azar, mas, sempre que tento assistir, a programação é ruim", reclamou. Para ele, apenas recentemente a qualidade dos filmes nacionais melhorou. Azeredo reclamou ainda que os cineastas brasileiros têm preferência por mostrar a miséria brasileira. "O setor carece de maior qualidade sim. Há filmes recentes, como Olga e Dois Filhos de Francisco, que são bons. Mas os filmes americanos, por exemplo, não mostram apenas as mazelas do país, mostram também coisas bonitas e positivas", comentou.

Azeredo participou de audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado, que discutiu o conteúdo nacional em tempos de convergência tecnológica. A opinião do senador foi rebatida por Assunção Hernandes, diretora para assuntos internacionais da Associação Brasileira das Empresas Produtoras de Cinema (ABPC). "Farei uma curadoria de filmes para o senhor, senador. Há muitos filmes de qualidade sendo produzidos já há algum tempo", comentou Assunção.

Durante sua apresentação aos senadores, a diretora da ABPC defendeu que o novo marco legal da convergência seja capaz de reduzir a verticalização da produção de conteúdo no país de forma a estimular a produção independente. Ela lembrou que grande parte dos países democráticos do mundo separa a função transmissão das funções criação e produção. "É constrangedora a posição do produtor independente brasileiro em negociações internacionais. Temos de confessar que, no Brasil, as televisões produzem seus próprios conteúdos e exibem um percentual insignificante da nossa produção. Na maioria das vezes, em horários proibitivos", comentou Assunção.

Para a ABPC, são bem-vindas novas plataformas de transmissão de conteúdos que aumentem a oportunidade de acesso à criação e produção e desconcentrem as parcerias, hoje centralizadas pelas próprias emissoras de TV. Mas Assunção frisou que também é preciso criar mecanismos de proteção ao conteúdo nacional.

 

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