Telecentro leva inclusão digital à população de baixa renda

Brasília – Se a meta é promover inclusão digital e fosse preciso escolher entre uma lan house (lugares onde pode-se acessar internet rápida pagando por hora) ou um telecentro (centros comunitários de acesso à internet), Edgard Piccino, que é assessor do Instituto de Tecnologia da Informação (ITI), órgão ligado à Casa Civil da Presidência da República, ficaria com o telecentro. Ainda que pudesse lucrar com uma lan house.

A grande vantagem dos telecentros na promoção da inclusão digital, segundo ele, é a distribuição de conhecimento que existe nos cursos e oficinas oferecidos. Isso, além do fato de o acesso ser gratuito, uma facilidade para a população de baixa renda,. “Simplesmente fornecer computador e conexão não é fornecer qualificação, capacitação e formação. E só é possível realizar essa distribuição de conhecimento através da qualificação das pessoas, da qualificação de recursos humanos”, defende Piccino.

O coordenador regional do Casa Brasil no Espírito Santo e em Minas Gerais, Flávio Gonçalves, explica que “num telecentro existem atividades que promovem a apropriação de tecnologia para uma reflexão crítica com relação à sociedade. Ou seja, o espaço do telecentro passa a ser um espaço também de formação, de educação, de produção de conhecimento”.

Edgard Piccino admite que o custo de manutenção de um telecentro não é baixo. Coordenador nacional do programa Casa Brasil, programa de inclusão social e digital do governo federal (que inclui a implantação de telecentros), Piccino diz que o custo de manutenção mensal é de cerca de R$ 4 mil, dos quais cerca de R$ 3 mil são investidos em recursos humanos. Por exemplo, professores de cursos e oficinas ou os monitores, que transmitem conhecimento e capacitam os frequentadores do local.

De acordo com o professor da faculdade Casper Líbero e ex-presidente do ITI, Sérgio Amadeu, essa capacitação é o ponto forte dos telecentros. Ele diz que a formação oferecida “permite romper o ciclo de reprodução de miséria, criar capacidades, fazer brotar possibilidades de novas formas de sobrevivência, emancipação econômica”.

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