O Globo faz censura em reportagem sobre classificação indicativa

No dia 27 de abril, O Globo apresentou chamada na primeira página e matéria à página 11 com o título "Artistas vêem censura em portaria do governo", onde o jornal destaca que o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), no dia 18 de abril, julgou procedente um mandato de segurança impetrado pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) contra a portaria do Ministério da Justiça que determina, a partir de 13 de maio, a classificação indicativa da programação dramatúrgica na televisão.

A reportagem de O Globo não entrevistou nenhum defensor da portaria, nem os próprios membros do Departamento de Classificação do Ministério da Justiça. Tampouco informou que  a portaria foi precedida por um amplo debate que envolveu a realização de uma consulta pública com milhares de manifestações, audiências públicas nas principais capitais do país, um estudo comparativo com a realidade de outros países (Argentina, Austrália, Estados Unidos, França, entre outros), um seminário em Brasília e a publicação de um livro.

Por outro lado, ainda que a reportagem não esclareça o fato aos leitores, todos os entrevistados são funcionários das Organizações Globo, empresa que possui a hegemonia da Abert. São eles: Roberto Farias, Ricardo Waddington, Cristhiane Torloni, Jô Soares e Claudio Manoel.

O curioso é que os funcionários da Globo alegam que o governo estaria praticando censura ao determinar que certos conteúdos dramatúrgicos (mas, não de programas ao vivo, jornalismo e publicidade) tenham que ser exibidos apenas em determinados horários, para a proteção de crianças e adolescentes. Mas, como os empregados da Globo chamam o comportamento de seu patrão?

 

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