Especificações para TV digital devem sair em breve

O Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital conclui nos próximos dias as especificações técnicas para o padrão nipo-brasileiro. São estas especificações que determinarão os requisitos técnicos a serem atendidos pelo sistema, como interatividade, tipo de compressão e protocolos. A idéia do Fórum é encaminhar o texto para o governo nas próximas semanas e, caso haja divergências, deixar a decisão a cargo do comitê de ministros.

A posição do Fórum é de que a interatividade esteja contemplada na TV digital brasileira desde o princípio, assim como o padrão de compressão MPG 4 para áudio e vídeo.  A questão é descobrir se a escolha pelo MPG 4 consegue viabilizar os conversores a R$ 100, como pretende o governo. Estudos do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Universidade de São Paulo vêm mostrando que os preços das duas tecnologias – MPG 2 e MPG 4 – tendem a se equivaler nos próximos dois anos, por conta da queda no preço dos componentes. O estudo se baseia em uma demanda estimada em 10 milhões de conversores em dois anos, como projeta o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A variante ainda está na questão tributária, uma vez que o programa de incentivo lançado pelo governo federal só atende à Zona Franca de Manaus, deixando de fora os fabricantes das regiões Sudeste e Sul.

As especificações técnicas não definirão qual será o canal de retorno a ser usado pela TV digital. Em princípio, a idéia é deixar espaço para que vários meios sejam utilizados. O LSI defende a adoção do protocolo IPv6 dentro da norma do canal de retorno. Trata-se de um protocolo de internet que deve substituir o padrão em uso atualmente, que é o IPv4, fadado a morrer pela previsão de exaustão de endereços disponíveis.

O LSI encaminhou uma carta aos membros do Fórum defendendo que os conversores da TV digital contenham tal protocolo, juntamente com o IPv4. A norma atual prevê apenas o padrão atual e faculta a implementação do IPv6. “Caso a norma não seja atualizada a arquitetura do SBTVD será fragmentada em diversas sub-redes privadas, impedindo a utilização do modelo fim-a-fim da internet nas aplicações interativas da TV digital”, diz o texto.

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