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Chegada de Marta Suplicy ao MinC deve restabelecer relações com a Ancine

A mudança no Ministério da Cultura, com a indicação da senadora Marta Suplicy para o cargo ocupado por Ana de Hollanda, poderá ter algumas implicações importantes para o setor audiovisual, segundo a análise preliminar de observadores do cenário político da cultura ouvidos por este noticiário.

A primeira delas, é que a relação entre Ancine e Ministério da Cultura deve ser reconstruída em novas bases. Não é segredo que o diálogo entre a agência e o MinC desde o início do governo Dilma não foi dos mais fluidos, passando por períodos mais críticos no ano passado e melhorando um pouco em 2012, mas ainda assim pouco afinado.

A razão para esses ruídos é o fato de que a Ancine, presidida por Manoel Rangel, guardava uma visão de políticas e de estrutura de estado construídas nas gestões Gilberto Gil/Juca Ferreira, no governo Lula. A gestão Ana de Hollanda no MinC guardou poucas características desse passado, isso quando não entrou em oposição direta com projetos de seus antecessores.

Mas o principal ponto de mudança é que o ministério de Marta Suplicy deve ter algo que Ana de Hollanda nunca teve: de um lado, uma visão de composição política, já que Marta é senadora e pertence a uma corrente forte dentro do PT paulista (e a um grupo que tem projetos eleitorais). De outro, Marta traz uma experiência administrativa de quem já foi prefeita de São Paulo e ministra do Turismo, no governo Lula.

Os nomes mais citados como interlocutores de Marta na área cultural são o ator e produtor teatral Celso Frateschi, ex-secretário municipal de cultura quando ela foi prefeita de São Paulo (2001-2004) e Glauber Piva, atual diretor da Ancine e por enquanto o nome mais cotado para assumir a presidência da agência com o fim do mandato de Manoel Rangel, em 2013. Outro possível interlocutor de Marta no setor cultural é Gustavo Vidigal, ex-secretário executivo adjunto de Juca Ferreira e que trabalhou diretamente com a senadora.

Além disso, considerando-se o fato de que Marta volta à Esplanada dos Ministérios depois de um processo de recomposição política com Fernando Haddad, atual candidato a prefeito de São Paulo, ninguém aposta que o PT do Rio continuará tendo a preponderância nas decisões do MinC que vinha tendo até aqui. Soma-se a esse processo o estreitamento das relações entre o PC do B e o PT em São Paulo, o que deve ser verificado no decorrer da campanha de Haddad.

Políticas

Do ponto de vista programático, o que se espera da gestão Marta, sobretudo na área de direito autoral e cultura digital (onde Ana de Hollanda era mais criticada) é um meio termo entre a linha adotada pelo Ministério da Cultura no governo Dilma (rotulada no mercado de "pró-Ecad") e a linha pró-creative-commons e políticas de copy left das gestões Gil/Juca Ferreira. Reforça essa tese a nota do Palácio do Planalto que confirmou Marta no ministério. A nota fala em dar prosseguimento às "políticas públicas e projetos (…) nos últimos anos". Como o governo Dilma não completou dois anos, entende-se que essas políticas incluem as do governo anterior.

Também há grande expectativa de um fortalecimento dos projetos de Pontos de Cultura, que dão grande visibilidade local ao ministério, o que se alinha com o projeto político de Marta.
A grande incógnita é em relação ao papel da Secretaria do Audiovisual (SaV) e o alinhamento com a Ancine, mas é pouco provável que a haja qualquer movimento de enfraquecimento ou redistribuição dos poderes da agência como vinha sendo cogitado entre apoiadores de Ana de Hollanda (alguns dos quais defendiam a transferência do fomento para o Ministério do Desenvolvimento).

A Ancine é hoje uma parte robusta da capacidade de ação do MinC. Sobretudo em função do forte poder regulador que a agência ganhou após a Lei 12.485/2011 e, mais ainda, em função do enorme poder fomentador decorrente da arrecadação de quase R$ 900 milhões ao ano em recursos que podem ser aplicados em projetos audiovisuais.

Anatel divulga em novembro relatório de qualidade sobre operadoras

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse nesta terça-feira que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai divulgar o primeiro relatório trimestral sobre a qualidade dos serviços de telefonia prestados pelas operadoras de celular em novembro. Recentemente, a Anatel suspendeu a venda de novas linhas de algumas empresas devido ao grande volume de reclamações de consumidores.

"O monitoramento está sendo realizado diariamente. Não tenho dados, mas as pessoas vêm dizendo que (os serviços) melhoraram e diminuíram o volume de problemas. Mas isso tem que ser medido com muito critério. Então, vamos esperar novembro pra ver o quanto melhorou. E, se não melhorar, vai ter briga", afirmou Bernardo, após participar do lançamento do aparelho da Motorola com acesso à rede de 4G, o primeiro modelo a ser fabricando no Brasil.

Segundo Bernardo, a Anatel liberou a retomada das vendas por parte das empresas punidas, mesmo sabendo que os problemas não seriam resolvidos imediatamente. No entanto, ele ressaltou que o governo "vai marcar em cima" as operadoras, esperando por uma melhoria, e que os serviços de banda larga móvel e fixa vão receber monitoramento contínuo do controle de qualidade.

O ministro citou medidas do governo que estão para sair na área de telecomunicações, como uma medida provisória na semana que vem, em que um dos artigos trata da desoneração de tributos para fabricação de smartphones, dentro da chamada Lei do Bem. Outra medida a ser sancionada será a que trata do regime especial para construção de redes de telecomunicações. "A lei será sancionada na semana que vem, mas os decretos regulamentando os projetos vamos tentar acelerar", afirmou.

Segundo Bernardo, a expectativa é de que a regulamentação, sobretudo dos smartphones, seja resolvida até outubro para que esses aparelhos possam chegar com preços menores já para as vendas de Natal.

Líderes adiam votação do projeto sobre crimes cibernéticos para o próximo esforço concentrado

Em busca de acordo e de um texto consensual, os líderes partidários no Senado Federal decidiram adiar a votação do projeto que tipifica crimes cibernéticos (PLC 35/2012) e que tramita em regime de urgência. A votação da proposta deve ocorrer na próxima semana de esforço concentrado, que pode ocorrer na terceira semana de outubro (15 a 19), se os líderes não conseguirem acordo para outro esforço concentrado ainda na última semana de setembro.

Os senadores José Agripino (DEM-RN), Romero Jucá (PMDB-RR) e Eduardo Braga (PMDB-AM) comunicaram que eles e outros senadores, como Pedro Taques (PDT-MT), Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), estão negociando em busca de um texto que permita a aprovação da matéria em Plenário, já que o desapensamento da proposta do projeto do novo Código Penal (PLS 236/2012) gerou impasse na Casa.

Apesar de tratar de um tema previsto no texto do novo código – os crimes pela internet – a proposta chegou a ir a Plenário no final de agosto, mas acabou tendo a votação adiada por falta de consenso para sua aprovação. O PLC 35/2012 cria uma figura nova na legislação brasileira para possibilitar a punição dos chamados crimes cibernéticos.

O líder do governo no Senado, Eduardo Braga, foi relator da matéria na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT). Já Eunício Oliveira preside a Comissão Especial que analisa o texto do novo código.

Agripino voltou a defender a tramitação do PLC, já que o apensamento ao projeto do novo Código Penal tornaria muito complexa a sua aprovação.

– As lideranças estão em busca de um texto consensual que permita a aprovação das regras punitivas para os crimes cibernéticos – disse Agripino.

Jucá acrescentou tratar-se de uma “matéria urgente e importante para o país”. Eduardo Braga garantiu estar negociando com os demais senadores e mostrou otimismo quanto a um acordo sobre o texto que permita sua votação do projeto na próxima semana de esforço concentrado.

“Donos da mídia” lideram corrida por prefeituras de Salvador, São Paulo e Curitiba

O cenário eleitoral em algumas grandes cidades do Brasil aponta para a possibilidade de reforço na concentração do poder político e midiático. Em pelo menos três das seis capitais mais populosas do país, líderes nas pesquisas de intenção de voto para o cargo de prefeito são também donos de empresas de radiodifusão. ACM Neto (DEM), Celso Russomano (PRB) e Ratinho Jr. (PSC) ocupam a cabeça da competição pelas prefeituras de Salvador, São Paulo e Curitiba respectivamente, representando a possibilidade de que o próximo prefeito nesses lugares centralize o controle sobre o poder Executivo e sobre um grupo de mídia.

De acordo com as declarações de bens disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral, todos os três candidatos mencionados são acionistas de empresas de radiodifusão. ACM Neto participa com R$ 9.384.042,00 do capital social da TV Bahia, enquanto Russomano com R$ 22.800,00 da Rede Brasil FM, em Leme (cidade localizada no interior do estado de São Paulo) e Ratinho Jr. com R$ 29.698,00 do Grupo Massa, que detém concessões de rádio e TV na capital e no interior do Paraná. As quantias declaradas, porém, dizem pouco sobre os casos e o grau de controle direto dos candidatos sobre as empresas. Sendo propriedade compartilhada com familiares, a sua influência na direção dos negócios pode ser muito maior e mais difícil de compreender.

Casos semelhantes, fenômenos distintos

A família de ACM Neto ficou conhecida nacionalmente pela abrangência do seu poder político que já se estende por algumas décadas e que se concentrou em torno da figura de seu avô Antônio Carlos Magalhães. Foi por meio desse poder político que os familiares tiveram acesso privilegiado às concessões de radiodifusão e aos acordos com a Rede Globo que garantiram a consolidação dos negócios em comunicação do grupo baiano. O patriarca em entrevista publicada no livro “Política é Paixão” afirmava não ver problema nenhum nos fatos ocorridos. “Meus amigos terem concessões não é nada demais. Acho isso tão correto quanto você trabalhar”, afirmou.

Pedro Caribé, integrante do Coletivo Intervozes e membro do Conselho de Comunicação Social do Estado da Bahia, vê no processo eleitoral uma prova de que as “relações de poder passam necessariamente por um intermediação dos meios de comunicação”. Ele lembra que ACM Neto não é apenas acionista de uma TV VHF, mas vinculado ao grupo Rede Bahia, composto também por outras empresas como uma emissora UHF (TV Salvador), o jornal de maior circulação do estado (Correio) e três rádios (Globo FM, Bahia FM e CBN). Aponta que os concorrentes, embora não declarando-se proprietários, também possuem fortes vínculos com grupos midiáticos. “Vale lembrar que outro candidato, Mário Kértz (PMDB), também é proprietário e apresentador de rádio. Já o bispo Márcio Marinho (PRB) é ligado à Rede Record, que tem a TV e Rádio Itapoan, além da Rádio Sociedade”, afirma.

No caso do candidato paulista Russomano, não se trata de um grande grupo de comunicação afiliado a uma rede nacional, mas de uma pequena rádio do interior do estado que dificilmente poderia interferir no jogo político da capital. Apesar, porém, de sua recente e pequena participação no mercado de comunicação, exemplifica um tipo de prática polêmica e comum no país, em que se “arrenda” uma concessão, transferindo a autorização para explorar um canal de radiodifusão sem o amparo legal e legítimo dos órgãos responsáveis. Efetiva-se, assim, de fato a apropriação privada de um bem público.

Além disso, o candidato ficou conhecido pelo seu trabalho na televisão, em que atuava em colunas sociais, programas populistas de defesa do consumidor e sensacionalistas. Segundo Suzy Santos, professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), “Russomano é exemplo de outro fenômeno político que são estas estrelas midiáticas que migram para a vida política. Este é um fenômeno mais global e relativamente perene. Reagan, Schwarzenegger, Cicciolina são exemplos internacionais deste mesmo fenômeno”. Convidado pela TV Record em 2011, deu seqüência ao seu papel de “defensor do cidadão” na TV, aproximando-se também dos setores evangélicos e principalmente da Igreja Universal do Reino de Deus, que dirige a emissora.

Ratinho Jr. representa em alguma medida uma mistura dos dois casos anteriores. Encontra-se também vinculado a uma rede nacional (além de ter interesses no setor de agronegócio), sendo que seu pai é um conhecido apresentador de programas de televisão sensacionalistas que se tornou empresário de comunicação e já ocupou cargos políticos. Entretanto, os negócios da família na área da comunicação são recentes e o próprio candidato não seguiu os passos do sensacionalismo na mídia.

Assim como no caso de ACM Neto, os vínculos familiares na política e nos negócios são explícitos no caso de Ratinho Jr. (ambos herdaram até o próprio nome dos chefes de família). No entanto, “nem Ratinho, nem seu filho podem ser considerados líderes políticos nas suas regiões de origem. Disputam o poder com forças diversas. Também suas emissoras não são as mais relevantes na região. Em Curitiba, o Grupo Paranaense de Comunicação, dono da Rede Gazeta, tem muito mais poder político e econômico que a Rede Massa”, afirma Suzy Santos.

Em todos os três casos as atuais prefeituras se encontram ocupadas por indivíduos de outros grupos políticos, em que não há propriedade direta declarada de nenhum veículo de comunicação. Embora seja difícil a comprovação do uso político das emissoras por parte dos candidatos, há pelo menos uma acusação de favorecimento do proprietário da empresa nas transmissões realizadas. Em Salvador, por exemplo, o petista Nelson Pelegrino, segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, afirma que a TV Bahia fez propaganda subliminar de ACM Neto, destacando-o de forma indevida no aniversário de cinco anos de morte de seu avô.

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Uma velha história da concentração entre mídia e políticos

A concentração do poder midiático e político por uma mesmo indivíduo não aparenta ser novidade na realidade do Brasil. Venício Lima, professor aposentado do curso de Ciência Política e Comunicação da Universidade de Brasília (UnB), afirma em seu livro sobre a regulação das comunicações que “o vínculo entre radiodifusão e política é um fenômeno fortemente arraigado na cultura e na prática política brasileira que perpassa os tempos de ditadura e os tempos de democracia”.

O ponto de vista do professor é reforçado por algumas pesquisas, como a realizada pelo projeto Donos da Mídia, que cruzou dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) com a lista de prefeitos, governadores, deputados e senadores de todo o país e descobriu que, no ano de 2008, 271 políticos eram sócios ou diretores de 324 veículos de comunicação. Em dezembro de 1980, o Jornal do Brasil já havia publicado um levantamento em que listava o nome de 103 políticos de 16 diferentes estados que controlavam direta ou indiretamente veículos de comunicação.

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Discussão no STF

Em dezembro de 2011, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) entrou com ação no Supremo Tribunal Federal contra a outorgas de rádio e TV a empresas que possuam políticos como sócios ou associados. Na ação elaborada em parceria com o Coletivo Intervozes, o partido afirma que o controle de emissoras por políticos viola 11 artigos constitucionais, entre eles os direitos fundamentais como o acesso à informação, a liberdade de expressão, o pluralismo político e a realização de eleições livres.

O julgamento do pedido de liminar proibindo estas outorgas e exigindo que os políticos se retirem destas empresas ainda aguarda a decisão do STF. A Advocacia Geral da União e a Câmara dos Deputados já enviaram um parecer para o tribunal alegando não haver nenhuma inconstitucionalidade nas outorgas para políticos. Ainda falta o Ministério Público Federal se manifestar sobre o caso para ser julgada a medida liminar. Após esta decisão, o processo deverá ser o julgado em seu mérito.

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Confira o perfil dos três candidatos líderes de pesquisa para as eleições para as prefeituras de Salvador, São Paulo e Curitiba.

Salvador

ACM Neto, líder isolado na corrida pela prefeitura de Salvador, é também um dos proprietários da emissora de televisão que ocupa a liderança isolada na capital baiana, afiliada da Rede Globo desde 1989. De acordo com o levantamento feito por Clarissa Amaral em sua pesquisa de mestrado, foram concedidas 114 emissoras de rádio e seis de TV aberta para seus familiares e correligionários na Bahia durante o período em que Antônio Carlos Magalhães, o avô, ocupou o cargo de ministro das comunicações. Com a TV Bahia à frente (primeira concessão da família, adquirida das mãos do ditador Figueiredo em 1984), houve a reunião posterior dessas concessões para a criação do maior e mais poderoso grupo de empresas de comunicação do estado. No ano de 2012, a EPTV, de Ribeirão Preto, passou a integrar oficialmente o quadro de acionistas, obtendo um terço da propriedade e incorporando a participação de não familiares no grupo.
 
São Paulo

Celso Russomano, à frente da competição pela prefeitura de São Paulo, é arrendatário pelo menos desde 2011 de uma emissora de rádio do interior do estado, na pequena cidade de Leme (cerca de 90 mil habitantes). A concessão encontra-se em nome de um médico do interior do Pará que seria seu parente distante, segundo declarou o candidato à imprensa. O político detém pouco mais do que a metade do capital social da empresa, sendo que o restante encontra-se nas mãos de familiares, de acordo com matéria publicada na Folha de São Paulo no mês de agosto de 2012. A transferência da concessão sem o pedido de autorização do Ministério das Comunicações e em menos de cinco anos de autorizada é considerada prática ilegal e, se comprovada, pode resultar em cassação por parte do Estado.

Curitiba

Ratinho Jr. é, dos três candidatos, o único que não se encontra isolado na liderança das pesquisa eleitorais sobre intenção de votos, embora tenha se apresentado por um período à frente do atual prefeito da capital paranaense, Luciano Ducci, seu principal concorrente. Detém um terço das ações da Rede Massa de Comunicação, empresa criada por seu pai em 2008, afiliada ao SBT. Os veículos do grupo, composto por quatro emissoras de TV e seis emissoras FM, vinculam-se aos demais investimentos da família no ramo do agronegócio sob o nome de Grupo Massa. O candidato é filho do apresentador Carlos Massa – o Ratinho, conhecido em todo o país pelos programas de TV sensacionalistas que apresenta, além de já ter sido também vereador na pequena cidade de Jandaia do Sul e em Curitiba, ambas no Paraná, e deputado federal antes de seu sucesso na televisão.