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Rádio Nacional da Amazônia comemora 35 anos e lança projeto para integrar região

A Rádio Nacional da Amazônia comemorou 35 anos de atividade em celebração realizada no Clube do Choro em Brasília nessa terça-feira, 18. O diretor-geral da EBC, Eduardo Castro, ressaltou a formalização da primeira rede pública de rádios no País com o lançamento da Rede de Rádios da Amazônia e o lançamento do projeto Vozes da Amazônia, que tem o objetivo de difundir a cultura regional por meio dos veículos de comunicação pública. O evento contou com apresentação músico paraense Nilson Chaves, responsável pela nova identidade sonora da rádio.

Segundo informações do Portal da EBC, a Rede Pública de Rádios da Amazônia é formada pelas Rádios Nacional da Amazônia e do Alto Solimões; além da Fundação Aldeia, gestora das redes de Rádio Aldeia FM e Difusora Acreana; da Rádio Difusora de Roraima; da Rádio Difusora do Amapá; da Rádio 96 FM de Tocantins, da Fundação Redesat; da Rádio Cultura do Pará, ligada à Fundação Paraense de Radiodifusão (Funtelpa); e a Rádio Cultura do Amazonas, ligada à Fundação Rádio e Televisão Cultura do Amazonas (Funtec).

A Rádio Nacional da Amazônia cobre mais da metade do território nacional atingindo potencialmente 30 milhões de habitantes. A programação é focada na integração da região Amazônica com o restante do País, por meio da educação, do jornalismo, do radiodrama e outros formatos, sempre respeitando a cultura regional.

Regulamentação tem de ficar com a Anatel, diz Bernardo

Para o ministro das Comunicações Paulo Bernardo, o governo defende a neutralidade de rede, como foi proposto na redação original do Marco Civil da Internet enviado ao Congresso. Quanto à regulamentação das condições à neutralidade de rede, prevista do Marco Civil da Internet, segundo o ministro, elas devem ser elaboradas pela Anatel. E, mais do que isso, o ministro é contra qualquer referência ao ao Comitê Gestor de Internet (CGI) nesse aspecto, como sugere o relatório do deputado Alessandro Molon. O relatório diz que as condições da neutralidade serão dadas por decreto presidencial, "ouvido" o CGI.

"Como é que vai pôr a obrigação de ouvir o CGI? Por que o CGI e não a FGV, a Fiesp? Por que nós não vamos ouvir a Federação do Arrozeiros do Rio Grande do Sul? Qual é a lógica?", questiona o ministro, em entrevista a este noticiário. Bernardo afirma que o CGI é um órgão com caráter de organização social, "uma ONG", que não tem poder para assumir funções de normatização do Estado. "Tem que ser da Anatel (o papel de regular a neutralidade). Não vejo nem por que surgiu essa dúvida. A Anatel é um órgão de Estado, com pessoas indicadas pela presidenta que passam por sabatina no Senado e quadro técnico de carreira. É um órgão caracterizado como de Estado, faz reuniões públicas, se enquadra na Lei de Acesso à Informação e toma decisões após consulta pública", argumenta ele.

Por outro lado, para o ministro, a neutralidade não deve permitir que as empresas donas da infraestrutura façam acordos com os provedores de conteúdo para privilégio de tráfego que acabem por prejudicar empresas menores ou concorrentes. "O que é razoável é o gerenciamento técnico. Tirando isso, não pode haver nenhum tipo de discriminação", diz ele.

O Marco Civil da Internet estava previsto para ser votado em comissão especial nesta quarta, 19, mas o deputado Alessandro Molon (PT/RJ) decidiu cancelar a sessão diante da falta de acordo justamente sobre essa questão. A expectativa é que o tema volte à pauta do Congresso após o primeiro turno das eleições municipais.

Abert e Abra reinvindicam manutenção dos canais de 14 a 59 para a radiodifusão

Representantes das duas principais associações do setor de radiodifusão, Abert e Abra, estiveram reunidos nesta terça-feira, 18, com o ministro Paulo Bernardo para, enfim, apresentar oficialmente a posição do setor sobre o tamanho do dividendo digital que será criado com a migração da TV analógica para a digital. O ministro Paulo Bernardo – que já manifestou a intenção de licitar a faixa para a banda larga móvel em 2013 – havia cobrado da radiodifusão em julho que se posicionasse sobre o assunto. O documento da Abert e da Abra está disponível na homepage de TELETIME.

As associações levaram um documento em que mostram qual o tamanho da faixa que elas querem que permaneça com a radiodifusão após a transição para a TV digital. Com base em um estudo realizado pela Sociedade de Engenharia de Televisão (SET) em quatro regiões de São Paulo com grande utilização de espectro pela radiodifusão, as associações reivindicam que os canais de 14 a 59 – que hoje são os canais já utilizados para broadcast – sejam integralmente mantidos com a radiodifusão "em regiões mais densas que venham a ser identificadas pela SET".

O estudo da SET identificou a necessidade de no minímo 43 canais para a radiodifusão em áreas de grande demanda, sem levar em conta as retransmissoras secundárias, os canais de distribuição obrigatória e sem considerar o crescimento do setor. Daí a reivindicação nas áreas de grande demanda de todos os 45 canais (de 14 a 59 – que correspondem às faixas de 470 MHz e 746 MHz) hoje usados pela radiodifusão. Assim, nessas áreas, o dividendo digital disponível para as teles seria do canal 60 ao 69, que hoje é usada para retransmissão e repetição de sinal de TV e está reservado para a radiodifusão pública. Outras regiões – que são objeto de estudos complementares da SET – permitirão fixar um outro número de canais, o que caracterizará um segundo universo de municípios.

Segundo Daniel Slaviero, presidente da Abert, a ideia é replicar o estudo para outras áreas com grande número de emissoras. "Com a metodologia pronta, é só uma questão de replicar. Nossa preocupação é nos grandes centros".

"O Brasil não pode abrir mão do potencial da Internet via banda larga, mas, por outro diapasão, também não pode fazê-lo em prejuízo do setor da radiodifusão, que é e continuará sendo, ainda por muito tempo, a única plataforma eletrônica efetiva de comunicação de massa no Brasil", diz o documento, que sugere também que seja criado um grupo de trabalho com a participação da radiodifusão para discutir o assunto.

O documento também ressalta a necessidade de que sejam criadas políticas públicas para a migração do sistema analógico para o digital. As associações apontam a necessidade de se desburocratizar o acesso ao crédito específico do BNDES para a digitalização das transmissões. Na ponta dos consumidores, as associações apontam a necessocidade de se "universalizar" os set-top boxes através de desonerações fiscais e distribuição gratuita. Em relação a algumas prefeituras que operam retrasmissoras de TV – problema já relatado pelo ministro Bernardo – a sujestão é que se crie um fundo público para financiar a digitalização. Também foi sugerido que todas as emissoras que tiverem seus canais realocados deverão ser indenizadas pela tele que "der causa à necessidade de realocação".

White spaces

As associações também reivindicam a "blindagem dos white spaces", os canais vazios entre um canal e outro para evitar interferência. "As interferências na radiodifusão – causada por serviços de telecomunicações que se utilizam dos chamados “White Spaces”, devem ser impedidas no Brasil. A sua utilização deve se limitar à radiodifusão e aos seus serviços auxiliares e ancilares", diz o documento.

Interferência

As associações chamam atenção ainda para a questão da interferência dos sistemas de banda larga móvel na faixa de 700 MHz na recepção de TV. Segundo o documento, o Reino Unido criou uma nova entidade, denominada Mitico, com orçamento próprio de 184 milhões de libras esterlinas, com o objetivo de resolver tais problemas que poderão afetar a recepção de TV Digital de cerca de 10% dos domicílios britânicos, cerca de 2,3 milhões de domicílios. De acordo com Slaviero, o Japão também vivencia a interferência do LTE em 700 MHz nas transmissões de TV.

Temas extra pauta

Abert e Abra aproveitaram a oportunidade para colocar outras reivindicações da radiodifusão não diretamente relacionadas com o dividendo digital, como a não-licitação da faixa de 3,5 GHz sem que sejam tomadas as providêcias para assegurar a recepção dos sinais de banda C em antenas parabólicas e, assim, garantir que elas não sejam prejudicadas pelos sistemas de banda larga. Outros temas "extra pauta" foram a reserva dos canais 5 e 6 para a migração das rádios AM para o FM, limite de no máximo 30% de participação das teles e de estrangeiros no capital de empresas que produzem conteúdo jornalístico para a Internet e ampliação do estímulo à produção de celulares compatíveis com a TV digital, entre outros.

Daniel Slaviero explica que a inclusão do 3,5 GHz no ofício se explica porque a sua licitação pode ferir uma das premissas da associação que é que nenhum brasileiro pode ficar sem acesso à TV aberta. No caso do rádio AM, ele afirma que com a digitalização das transmissões os canais 5 e 6 estariam livres e poderiam ser destinados pelo governo para acomodar as rádios AM.

Plano define como será fiscalização de emissoras de TV

As emissoras de televisão serão prioridade para os fiscais do Ministério das Comunicações e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em 2013, segundo o Plano Anual de Fiscalização (PAF) dos Serviços de Radiodifusão. O objetivo é cumprir a meta prevista no Plano Plurianual 2012-2015 de fiscalizar todas as estações de radiodifusão brasileiras no período de quatro anos.

As atividades de fiscalização são executadas pelo ministério e pela agência de acordo com as competências legais de cada um. A Anatel é responsável pela verificação das características técnicas e uso do espectro de radiofrequência. Já o Ministério avalia os atos societários das entidades detentoras da outorga. A parte relativa a conteúdo e veiculação de recursos de acessibilidade é fiscalizada em conjunto pelos dois órgãos.

As emissoras de televisão vão consumir a maior parte do tempo do trabalho de fiscalização no ano que vem. Pela primeira vez, o Plano Anual de Fiscalização (PAF) dos Serviços de Radiodifusão faz uma estimativa do número de horas de fiscalização que será destinado a cada um dos serviços, incluindo as cinco regiões do país.

O diretor de Acompanhamento e Avaliação do Ministério, Octavio Pieranti, explica que o objetivo do plano é dar ênfase nas fiscalizações de rotina, que são planejadas. Para isso, o PAF divide as atividades de fiscalização em três categorias: rotina, denúncias e demanda processual.

A maior parte das atividades, 50%, será dedicada às fiscalizações de rotina. Já a apuração de denúncias de infrações cometidas pelas emissoras vai responder por 30% do trabalho. A menor parcela será destinada às demandas processuais, que deverão exigir 20% dos esforços.

Um comitê formado por representantes do ministério e da Anatel foi criado para acompanhar a implementação do plano de fiscalização. O comitê vai monitorar as ações realizadas para atingir a meta prevista e também poderá eventualmente revisar os números e percentuais estabelecidos. Além disso, será criada uma base de dados comum para verificar o trabalho de fiscalização de todas as emissoras brasileiras.

O primeiro sorteio das 15 cidades que serão alvo da atuação do ministério ocorreu no início de setembro e o trabalho já está em curso.

STF mantém obrigatoriedade de horário de A Voz do Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a obrigatoriedade de transmissão do programa A Voz do Brasil pelas emissoras de rádio de todo o país no horário das 19h às 20h, de segunda a sexta-feira. A decisão foi do ministro Antonio Dias Toffoli que acolheu recurso da União e considerou legal a determinação de que empresas de radiodifusão sejam obrigadas a retransmitir diariamente o programa no horário determinado.

Esse entendimento já foi firmado pela Suprema Corte em apreciação da Ação Direta de Inconstitucionalidade, a Adin 561.

O recurso da União contestava decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) que permitiu à Rádio FM Independência transmitir A Voz do Brasil em horário alternativo. A rádio também entrou com recurso no STF para alegar violação do Artigo 220, que prevê que “a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição”. O recurso da rádio foi negado e a decisão do TRF4, reformada por Dias Toffoli.

Com uma hora de duração, o programa A Voz do Brasil está no ar há mais de 70 anos. Os primeiros 25 minutos são produzidos pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e levam aos cidadãos as notícias sobre o Poder Executivo. Os 35 minutos restantes são divididos e de responsabilidade dos Poderes Judiciário e Legislativo.