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Em um dia, mais de mil pessoas pedem para trocar de operadora de telefone

No primeiro dia de vigência da portabilidade numérica, que permite a troca de operadora sem mudança do número do telefone, foram registrados 1.028 pedidos de migração entre prestadoras. De acordo com a ABR Telecom, empresa que administra o processo entre as operadoras, Goiás foi o estado com maior número de pedidos, com 357 solicitações. A primeira solicitação foi registrada no Espírito Santo.

Segundo previsões da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), 11,3 milhões de usuários de telefonia fixa e celular do Brasil devem pedir para trocar de operadora sem precisar mudar o número do telefone no primeiro ano de vigência da portabilidade numérica – 6,4% do total de consumidores brasileiros.

De acordo com as operadoras, o início da portabilidade ocorreu com normalidade nas oito regiões contempladas na primeira fase de implantação do sistema. As prestadoras não forneceram números, mas afirmaram que nenhum problema foi registrado.

Segundo a assessoria de imprensa da Claro, o primeiro dia do novo sistema resultou em um saldo positivo para a empresa e não foi constatada nenhuma dificuldade que impedisse os usuários de levar seu número para a Claro ou o contrário, apenas “pequenos ajustes técnicos naturais no período de implantação”. A Claro não está cobrando para disponibilizar o sistema.

A Oi também informa que começou a oferecer a portabilidade hoje “com êxito” a seus clientes. De acordo com a assessoria da prestadora, a portabilidade está sendo oferecida sem custo ao consumidor. A Oi diz que investiu R$ 400 milhões para implantar a portabilidade.

A Vivo informa que ainda não tem os primeiros números, mas que o sistema operou normalmente no primeiro dia. O serviço não será cobrado pela operadora.

A GVT também não fez um balanço do primeiro dia, mas diz que está preparada para a estréia da portabilidade numérica, que será oferecida sem custo. O investimento realizado pela operadora foi de R$ 17 milhões.

A TIM informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que está recebendo os pedidos de portabilidade e vai se manifestar oportunamente sobre o andamento da implantação do sistema. A prestadora diz que não vai cobrar pelo serviço nos próximos 30 dias.

A Brasil Telecom, que atua em 10 estados brasileiros, ainda não decidiu se irá cobrar dos clientes que vierem de outras operadoras para manter o número do telefone.

Operadoras têm dúvidas sobre a TV digital no celular

O modelo de negócios da transmissão da TV digital gratuitamente em aparelhos celulares ainda não está claro para as operadoras. Se a questão for simplesmente distribuir o sinal, as empresas não vão ganhar com o tráfego de dados, o que tem preocupado o setor. “Não está claro como as operadoras celulares vão ganhar dinheiro com isso se forem obrigadas a simplesmente transmitir o sinal. É necessário definir o modelo com mais clareza”, disse um presidente de operadora que não quis se identificar. Na verdade, as operadoras não terão que distribuir nada. Quem distribui os sinais são os próprios radiodifusores, utilizando a faixa de UHF, e os aparelhos de celular é que terão que ter um chip para a recepção desta frequência e decodificação do sinal, transmitido no padrão ISDB-T. O problema é que a transmissão gratuita das TVs tira uma oportunidade de negócio das teles celulares.

A transmissão da TV aberta digital se dará em aparelhos de terceira geração (3G) bem mais caros que os atuais e que não teriam subsídio das operadoras, o que pode fazer com que estas percam competitividade. Fabricantes como Samsung, Gradiente e LG, entre outros, vão investir em televisores de pequenas dimensões, de baixo custo, que vão competir diretamente com aparelhos sofisticados 3G.
“Hoje a legislação não prevê que a telefonia celular tenha receita com TV aberta. Sendo que o aparelho 3G custa US$ 70, ele só poderá ser subsidiado se houver uma queda nos impostos”, diz Roberto Lima, presidente da Vivo. O executivo participou nesta segunda-feira, 10, do Forum TeleQuest, em São Paulo.

Claro descarta TV digital aberta nos seus terminais 3G

O presidente da Claro, João Cox, descartou qualquer possibilidade de a operadora, neste início da transmissão da TV Digital, marcada para dezembro, na cidade de São Paulo, ter condições de capturar o sinal da TV Digital Terrestre nos aparelhos destinados ao serviço de Terceira Geração. Nenhum aparelho do portfólio 3G está preparado para essa funcionalidade. Claro diz ainda  que o IPhone, da Apple, só deve chegar ao Brasil, no segundo semestre do ano que vem, e descarta participar de "leilão" pela exclusividade do produto.

"Não teremos como capturar TV Digital Aberta nos nossos terminais. Vamos, sim, ter IPTV móvel, ou seja a Idéias TV, será ampliada, agora que temos capacidade de download. Mas, não há planos para TV Digital Aberta", declarou o presidente da operadora, que a partir desta quarta-feira, 14/11, inicia a oferta comercial de 3G nas cidades de Brasília, Recife e Fortaleza. Ainda em novembro, no dia 20, o serviço chega a Porto Alegre. Em dezembro, desembarca nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, além das suas regiões metropolitanas.

A questão da TV digital aberta – que tem início de transmissão oficial agendado para o dia 02 de dezembro na capital paulista – é complexa. Além dos problemas entre as empresas de radiodifusão e as de telecomunicações, também há a questão dos próprios aparelhos com capacidade para a captação dos sistemas. Este é um serviço relativamente novo e há poucos aparelhos disponíveis.

No portfólio de terminais 3G da Claro não há nenhum aparelho capaz de capturar a transmissão a TV aberta digital para o celular. E pelo que colocou o presidente da operadora, os planos da operadora não levam em conta essa hipótese, pelo menos, num curto e médio prazo.

João Cox também afirmou que não fará parte do leilão para ter o Iphone, da Apple, no seu portfólio, ao ser indagado por um jornalista. No entanto, o executivo disse que a negociação com relação ao produto é conduzida pelo grupo América Móvil, mas que ele, pessoalmente, não acredita que o IPhone, sensação na Europa e nos Estados Unidos, desembarque no Brasil antes do segundo semestre do ano que vem. Também não acredita num leilão com a Vivo e TIM para ter o produto.

Celulares devem oferecer TV digital no padrão europeu

Com argumentos econômicos e jurídicos, o diretor de Relações Corporativas para América Latina da Nokia Siemens Network, Mário Baumgarten, afirma que existe uma tendência de que as operadoras de telefonia móvel no Brasil ofereçam conteúdo de TV digital paga com base na tecnologia européia, ou seja, no padrão DVB-H.

De acordo com ele, a legislação que estabeleceu que o padrão de TV digital fosse nipobrasileiro nada especifica sobre o formato que deve ser adotado na telefonia móvel, condição que abre a possibilidade legal de uso da tecnologia européia pelas operadoras.

'Nada impede que a operadora de celular ofereça conteúdo pago sob demanda com tecnologia 3GSM/DVB-H. São produtos existentes e de rápida evolução de cobertura com subsídio da operadora por aparelho', afirmou em palestra ao Conselho de Telecomunicações da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), na última terça-feira (30).

O especialista afirmou que os preços dos primeiros conversores de TV digital no Brasil custam de US$ 300 a US$ 400, enquanto na Europa existem modelos do padrão DVB a partir de 25 euros, cerca de US$ 35. O menor preço seria conseqüência da maior demanda do padrão europeu, adotado em vários países, enquanto o modelo japonês seria restrito ao Japão e ao Brasil.

Ainda de acordo com ele, o preço dos aparelhos celulares com TV digital no padrão escolhido seria muito alto para a renda dos consumidores brasileiros. 'No Japão é possível porque lá a renda per capita é uma das mais altas do mundo', disse.