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Pedro e a Globo: cineasta que esteve em Pinheirinho completa seis dias algemado

O cineasta Pedro Rios Leão, que esteve em Pinheirinho (São José dos Campos – SP) documentando tudo, completa nesta sexta-feira o seu 6º dia algemado e em greve de fome em frente à Rede Globo. O seu protesto é contra a omissão da mídia que acobertou a barbárie. Nesta quarta-feira, a editora do Quem tem medo da democracia?, Ana Helena Tavares, foi ate lá conversar com ele e reproduz a entrevista, aqui no Correio do Brasil.

Pedro tem tido sempre a companhia de diversos outros jovens. Tem sido muito bem tratado pelos pedestres, comerciantes e já até recebeu visitas cordiais de alguns funcionários da Globo. Contou também que um Tenente esteve lá, dizendo-se a mando do governador do RJ, e deu pra ele um número de celular para que ele o ligasse caso alguém o tentasse tirar de lá.

Formação marxista e “apartidarismo”

Com formação marxista, segundo ele“rígida”, porém “muito mais acadêmica do que ativista”, Pedro nunca militou em nenhum partido político. Vestido com a camisa 10 de Zico, comemorativa pelo título mundial do Flamengo, em 81, ele disse ter feito esta escolha “na tentativa de mostrar apartidarismo”.

Apenas participou do movimento “Ocupa Rio”, de vertente apartidária, que ele define como tendo sido “um protesto contra o capitalismo e a enganação que é a democracia representativa, um sistema baseado em abuso de poder econômico, tráfico de influência e força bruta”.

Considera que “estamos passando por um período de graves rupturas econômicas, entre elas a concentração de renda que se tornou absurda, com a exploração inegável e massiva do mercado privado, onde o assédio moral é implícito. No mundo inteiro a política de mercado livre falhou e criou monstros capazes de engolir governos. Em 1916, o Thomas Jefferson falou que ‘os bancos são mais perigosos que todos os exércitos ativos do mundo’”.

A sociedade não pode se fazer de “tadinha”

Segundo ele, há uma “quadrilha que controla o país há muito tempo, formada por banqueiros, empresários, congressistas…” E não adianta só reclamar, porque garante: “O Congresso liberal é feito para ser um balcão de negócios. Se são essas as pessoas que legislam, evidentemente as leis vão proteger os negócios corporativos.”

E vai mais fundo: “Há uma postura muito ruim da sociedade civil de acusar a polícia, o congresso e o governo de corrupção, como se a sociedade fosse cândida e passiva. Tadinha! Eu acho que está na hora de as pessoas relacionarem o sistema corrupto que elas sustentam com a preguiça e omissão delas de exercerem os seus direitos políticos. Não existem forças legalistas ou malvadas dentro do governo ou de um partido. Dentro de qualquer estrutura, seja partidária ou sindical, existem pessoas que aplicam a lei e outras que empregam práticas capitalistas”

A luta não é jurídica, é política

Pedro exemplifica: “O Daniel Dantas já teve pedido de prisão decretado algumas vezes, mas alguns juízes insistem em mantê-lo livre, baseados no absurdo descontrole que existe sobre o poder judiciário no Brasil. Então, as pessoas tem que se conscientizar de que não existe um sistema em funcionamento, existe uma guerra encarniçada, política, dentro do aparelho de Estado, que só vai se resolver para o nosso lado a partir do momento em que a sociedade civil intervir”.

A revolução da tecnologia de informação

“Hoje, a gente pode se comunicar, se expressar, mostrar as coisas. A pulverização da mídia beneficia e agrada o consumidor. As pessoas estão largando a televisão, um quadrado que fala sozinho, para se envolverem em debates”. E ele vê isso tudo positivamente: “Gera benefícios gigantescos na sociedade”.

O Caso Pinheirinho

Para Pedro Rios Leão, que presenciou o drama vivido em Pinheirinho, nem o governo nem a justiça nem a polícia vão aplicar a lei. Assegura que a única “força política” capaz de fazer isso é a sociedade civil. E explica porque resolveu ir até lá: “Quando eu estava aqui no Rio de Janeiro e já acompanhava a disputa política entre o Naji Nahas e seus braços no poder judiciário de São Paulo e o governo paulista contra o governo federal, eu já estava muito preocupado. Eu fui para lá na segunda-feira (23/01, dia seguinte à desocupação), mas antes eu vi o pacto federativo sendo rompido, soube que a Polícia Federal tinha sido expulsa a tiros e o Paulo Maldos (secretário nacional de articulação social da presidência da República) havia sido baleado.”

Se Marechal Lott fosse vivo…

“Se a gente tivesse um único general legalista neste país, se Marechal Henrique Teixeira Lott fosse vivo, isso não teria acontecido. Porque o que aconteceu é muito mais grave que uma questão da esquerda. Eu acho que um militante do Jair Bolsonaro consegue entender que a Polícia Militar não pode atirar na Polícia Federal. Por mais de direita ou conservador que você seja, você fica irritado quando mostram que estão te fazendo de otário, que mentem descaradamente na sua cara”.

Pedro acredita que as provas de sequestro e ocultação de cadáver são “inencontráveis”, mas sustenta que há mortos. E vai mais longe: ”Qualquer um que pise em São José dos Campos, sabe disso”.

Sangue e pânico em frente à igreja

“Eu cheguei a São José na segunda-feira. Às dez da manhã, tinham matado um cara na frente de centenas de testemunhas e sumido com o corpo. Quatro tiros. Assim que eu cheguei, tinha sangue no chão. A população estava em pânico. E com certeza os crimes continuaram, porque a população estava encarcerada, em campos de concentração, (presa) pela mesma PM que estava chacinando eles.”, relata Pedro.

“É muito fácil sumir com provas assim, mas elas são vastas, abundantes, claras, evidentes. Pode demorar, porque são 6 mil pessoas, por isso eu vim fazer greve de fome. É um protesto pela dignidade humana, pela República. Porque, para que este crime seja punido de fato, existe uma urgência que se perceba a questão política. Se você tivesse pisado em São José, você perceberia que a Polícia Militar não escondia o fato de agir como uma gangue a mando do governador Alckmin, funcionando como empregado do Naji Nahas.”

E… “o governo federal não falou nada”

Pedro critica o que entende como omissão do governo federal, que tinha plena consciência dos fatos e não se pronunciou. “Isso assusta, porque há bandidos reincidentes, já que o Naji Nahas é sócio do Daniel Dantas, que a gente conhece muito bem a história… Esses criminosos têm tanto poder político que podem fechar o legislativo. Eles podem fazer o que quiserem”, preocupa-se. E vai além: “Eu sinto medo dentro do governo federal. Por isso eu fui para lá. Porque se essa quadrilha continuar agindo dessa maneira a gente vai entrar numa guerra civil. Foi o que aconteceu lá. E ninguém quer isso. Então, o que eu quero é tentar mobilizar o governo federal. Daí o (polêmico) título do meu vídeo, porque eu estava numa cidade em que a Polícia Militar atirava na Polícia Federal e eu estava tentando fazer uma denúncia. Eu chorei na rua de medo. Se você estivesse em São José, naquela situação de pânico e abandono – consegue imaginar?! – naquela hora, você também queria ‘matar’ a presidenta.” Já “a distância ameniza os sentimentos e a percepção”.

Enquanto isso, a barbárie continua

“Uma amiga minha esteve há dias em São José e a situação em Pinheirinho ainda era de pânico, de massacre, de desesperança. A única coisa que pode manter os responsáveis impunes é inércia do maior poder político do Brasil, que é a sociedade civil. E para manter esta inércia a força com a qual eles contam é a mídia corporativa”, conclui Pedro apontando para o prédio da Rede Globo.

Assista ao vídeo com a entrevista

Greve geral na Espanha afeta emissoras de TV e os principais jornais do país

A greve geral na Espanha contra reforma de leis trabalhistas atingiu os meios de comunicação de todo o país. A transmissão das principais emissoras de TV e a  produção e distribuição dos maiores jornais foram drasticamente afetadas.

Televisões regionais como a Telemadrid suspenderam o seu sinal logo depois da meia-noite da última terça-feira (28) e outras como a TV3, que transmite para a região da Catalunha, e a Cana Sul, que cobre Andaluzia, sofreram cortes em sua programação. Durante a greve, segundo anunciaram outras emissoras, a grade deve ser alterada.

Todos os jornais editados na capital Madrid foram às bancas com um número de páginas reduzido, como nos casos do El País e La Razón, que só apresentaram 32 de suas tradicionais quarenta páginas.

Não bastando a paralisação propriamente dita, os piquetes em frente aos jornais afetaram a distribuição. Em Madrid, uma mulher que integrava uma manifestação dos grevistas foi atropelada nas primeiras horas da noite, na saída de uma distribuidora de jornais, segundo informa a agência AFP.

Convocada pelos sindicatos Comissões Obreiras (CCOO) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a greve geral espanhola é a sétima que ocorre no país desde a retomada do regime democrático, em 1977.        

Liberdade de expressão: um ato para a história

O Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo viveu um dos seus melhores dias nesta quinta-feira à noite.

Eram 18h15 quando este blogueiro chegou ao local e mais de cinquenta pessoas já se aglomeravam no auditório Wladimir Herzog, que tem capacidade para 100 pessoas sentadas.

O ato começaria às 19h, registre-se.

Entramos numa das salas da diretoria da entidade pra discutir os encaminhamentos do evento e quando saimos, umas 18h45, o auditório já está lotado.

Antes de continua preciso fazer um registro, todas as fotos que você ve aqui são do blogue Falando Sozinho, do Ivan Trindade, que me autorizou a publicação e onde você vai encontrar outras boas imagens.

O ato começou às 19h20. Éramos umas 300 pessoas no auditório e uma fila de mais de 100 tentando entrar.

Ao fim, os mais pessimistas falavam em 600 presentes. E os otimistas em mais de 1 mil. Este blogueiro arrisca dizer que de 700 a 800 pessoas estiveram no Sindicato dos Jornalistas nesta quinta à noite.

Havia gente no corredor, no saguão do prédio e na rua. Algo impressionante.

E gente de diversos lugares. Um número considerável de pessoas de outras cidades e até de outros estados.

Além da presença de muitos veículos da mídia independente e livre, o que surpreendeu foi a presença maciça de órgãos da mídia tradicional. Provavelmente esses veículos esperavam que algo fosse dar errado. Ou imaginavam que a gente repetiria o fiasco do ato que ajudaram a promover na tarde de ontem na Faculdade do Largo São Francisco. E que não juntou nem 100 pessoas.

De qualquer forma é importante que se registre aqui que a relação com a imprensa comercial foi absolutamente respeitosa. Nenhum jornalista teve qualquer dificuldade pra realizar o seu trabalho.
Posso assegurar, porque fiz essa mediação, que todos foram tratados de forma democrática e respeitosa.

Havia gente do Globo, do Estadão, da Folha, da Record, da Veja etc.

Da mesa do participaram representantes da CUT, CTB, CGTB, Nova Central Sindical, MST, Altercom, Barão de Itararé, Sindicato dos Jornalistas, PDT, PCdoB e PSB.

Pelo PSB falou a deputada federal Luiza Erundina. Ela encerrou o encontro e foi a mais aplaudida da noite.

Segue a carta lida pelo Altamiro Borges, em nome do Centro de Estudos Barão de Itararé.

É importante que ela seja divulgada para todos os cantos possíveis.

Pela ampla liberdade de expressão no Brasil

O ato “contra o golpismo midiático e em defesa da democracia”, proposto e organizado pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, adquiriu uma dimensão inesperada. Alguns veículos da chamada grande imprensa atacaram esta iniciativa de maneira caluniosa e agressiva. Afirmaram que o protesto é “chapa branca”, promovido pelos “partidos governistas” e por centrais sindicais e movimentos sociais “financiados pelo governo Lula”. De maneira torpe e desonesta, estamparam em suas manchetes que o ato é “contra a imprensa”.

Diante destas distorções, que mais uma vez mancham a história da imprensa brasileira, é preciso muita calma e serenidade. Não vamos fazer o jogo daqueles que querem tumultuar as eleições e deslegitimar o voto popular, que querem usar imagens da mídia na campanha de um determinado candidato. Esta eleição define o futuro do país e deveria ser pautada pelo debate dos grandes temas nacionais, pela busca de soluções para os graves problemas sociais. Este não é momento de baixarias e extremismos. Para evitar manipulações, alguns esclarecimentos são necessários:

1. A proposta de fazer o ato no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo teve uma razão simbólica. Neste auditório que homenageia o jornalista Vladimir Herzog, que lutou contra a censura e foi assassinado pela ditadura militar, estão muitos que sempre lutaram pela verdadeira liberdade de expressão, enquanto alguns veículos da “grande imprensa” clamaram pelo golpe, apoiaram a ditadura – que torturou, matou, perseguiu e censurou jornalistas e patriotas – e criaram impérios durante o regime militar. Os inimigos da democracia não estão no auditório Vladimir Herzog. Aqui cabe um elogio e um agradecimento à diretoria do sindicato, que procura manter este local como um espaço democrático, dos que lutam pela verdadeira liberdade de expressão no Brasil.

2. O ato, como já foi dito e repetido – mas, infelizmente, não foi registrado por certos veículos e colunistas –, foi proposto e organizado pelo Centro de Estudos Barão de Itararé, entidade criada em maio passado, que reúne na sua direção, ampla e plural, jornalistas, blogueiros, acadêmicos, veículos progressistas e movimentos sociais que lutam pela democratização da comunicação. Antes mesmo do presidente Lula, no seu legítimo direito, criticar a imprensa “partidarizada” nos comícios de Juiz de Fora e Campinas, o protesto contra o golpismo midiático já estava marcado. Afirmar o contrário, insinuando que o ato foi “orquestrado”, é puro engodo. Tentar partidarizar um protesto dos que discordam da cobertura da imprensa é tentar, isto sim, censurar e negar o direito à livre manifestação, o que fere a própria Constituição. É um gesto autoritário dos que gostam de criticar, mas não aceitam críticas – que se acham acima do Estado de Direito.

3. Esta visão autoritária, contrária aos próprios princípios liberais, fica explícita quando se tenta desqualificar a participação no ato das centrais sindicais e dos movimentos sociais, acusando-os de serem “ligados ao governo”. Ou será que alguns estão com saudades dos tempos da ditadura, quando os lutadores sociais eram perseguidos e proibidos de se manifestar? O movimento social brasileiro tem elevado sua consciência sobre o papel estratégico da mídia. Ele é vítima constante de ataques, que visam criminalizar e satanizar suas lutas. Greves, passeatas, ocupações de terra e outras formas democráticas de pressão são tratadas como “caso de polícia”, relembrando a Velha República. Nada mais justo que critiquem os setores golpistas e antipopulares da velha mídia. Ou será que alguns veículos e até candidatos, que repetem o surrado bordão da “república sindical”, querem o retorno da chamada “ditabranda”, com censura, mortos e desaparecidos? O movimento social sabe que a democracia é vital para o avanço de suas lutas e para conquista de seus direitos. Por isso, está aqui! Ele não se intimida mais diante do terrorismo midiático.

4. Por último, é um absurdo total afirmar que este ato é “contra a imprensa” e visa “silenciar” as denúncias de irregularidades nos governos. Só os ingênuos acreditam nestas mentiras. Muitos de nós somos jornalistas e sempre lutamos contra qualquer tipo de censura (do Estado ou dos donos da mídia), sempre defendemos uma imprensa livre (inclusive da truculência de certas redações). Quem defende golpes e ditaduras, até em tempos recentes, são alguns empresários retrógrados do setor. Quem demite, persegue e censura jornalistas são os mesmos que agora se dizem defensores da “liberdade de imprensa”. Somos contra qualquer tipo de corrupção, que onera os cidadãos, e exigimos apuração rigorosa e punição exemplar dos corruptos e dos corruptores. Mas não somos ingênuos para aceitar um falso moralismo, típico udenismo, que é unilateral no denuncismo, que trata os “amigos da mídia” como santos, que descontextualiza denúncias, que destrói reputações, que desrespeita a própria Constituição, ao insistir na “presunção da culpa”. Não é só o filho da ex-ministra Erenice Guerra que está sob suspeição; outros filhos e filhas, como provou a revista CartaCapital, também mereceriam uma apuração rigorosa e uma cobertura isenta da mídia.

5- Neste ato, não queremos apenas desmascarar o golpismo midiático, o jogo sujo e pesado de um setor da imprensa brasileira. Queremos também contribuir na luta em defesa da democracia. Esta passa, mais do que nunca, pela democratização dos meios de comunicação. Não dá mais para aceitar uma mídia altamente concentrada e perigosamente manipuladora. Ela coloca em risco a própria a democracia. Vários países, inclusive os EUA, adotam medidas para o setor. Não propomos um “controle da mídia”, termo que já foi estigmatizado pelos impérios midiáticos, mas sim que a sociedade possa participar democraticamente na construção de uma comunicação mais democrática e pluralista. Neste sentido, este ato propõe algumas ações concretas:

– Desencadear de imediato uma campanha de solidariedade à revista CartaCapital, que está sendo alvo de investida recente de intimidação. É preciso fortalecer os veículos alternativos no país, que sofrem de inúmeras dificuldades para expressar suas idéias, enquanto os monopólios midiáticos abocanham quase todo o recurso publicitário. Como forma de solidariedade, sugerimos que todos assinemos publicações comprometidas com a democracia e os movimentos sociais, como a Carta Capital, Revista Fórum, Caros Amigos, Retrato do Brasil, Jornal Brasil de Fato, Revista do Brasil, Hora do Povo entre outros; sugerimos também que os movimentos sociais divulguem em seus veículos campanhas massivas de assinaturas destas publicações impressas;

– Solicitar, através de pedidos individuais e coletivos, que a vice-procuradora regional eleitoral, Dra. Sandra Cureau, peça a abertura dos contratos e contas de publicidade de outras empresas de comunicação – Editora Abril, Grupo Folha, Estadão e Organizações Globo –, a exemplo do que fez recentemente com a revista CartaCapital. É urgente uma operação “ficha limpa” na mídia brasileira. Sempre tão preocupadas com o erário público, estas empresas monopolistas não farão qualquer objeção a um pedido da Dra. Sandra Cureau.

– Deflagrar uma campanha nacional em apoio à banda larga, que vise universalizar este direito e melhorar o PNBL recentemente apresentado pelo governo federal. A internet de alta velocidade é um instrumento poderoso de democratização da comunicação, de estimulo à maior diversidade e pluralidade informativas. Ela expressa a verdadeira luta pela “liberdade de expressão” nos dias atuais. Há forte resistência à banda larga para todos, por motivos políticos e econômicos óbvios. Só a pressão social, planejada e intensa, poderá garantir a universalização deste direito humano.

– Apoiar a proposta do jurista Fábio Konder Comparato, encampada pelas entidades do setor e as centrais sindicais, do ingresso de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) por omissão do parlamento na regulamentação dos artigos da Constituição que versam sobre comunicação. Esta é uma justa forma de pressão para exigir que preceitos constitucionais, como o que proíbe o monopólio no setor ou o que estimula a produção independente e regional, deixem de ser letra morta e sejam colocados em prática. Este é um dos caminhos para democratizar a comunicação.

– Redigir um documento, assinado por jornalistas, blogueiros e entidades da sociedade civil, que ajude a esclarecer o que está em jogo nas eleições brasileiras e que o papel da chamada grande imprensa tem jogado neste processo decisivo para o país. Ele deverá ser amplamente divulgado em nossos veículos e será encaminhado à imprensa internacional.

Rede promove ato público pela reforma da lei de direitos autorais

A “Rede pela Reforma da Lei dos Direitos Autorais”, que reúne vinte organizações civis, realizará no dia 26 de maio, às 19h, na sede do Ministério Público Federal, em São Paulo, um ato pela abertura da consulta pública da LDA (Lei de Direitos Autorais – Lei 9.610/98).

Com a manifestação, as organizações cobram do MinC (Ministério da Cultura) a abertura imediata da consulta pública do projeto de reforma da lei atual, para que toda sociedade possa participar e discutir o assunto.

O que está em questão é como assegurar o acesso ao conhecimento e a democratização da cultura, preservando o interesse do autor.

Durante o evento, será divulgada uma carta de princípios para nortear uma nova e democrática legislação autoral. Além disso, será lançado o caderno “Direito Autoral em Debate”, produzido coletivamente pela Rede, que esclarece as relações entre o direito autoral e os recursos educacionais, a produção artística, o acesso à cultura, as possibilidades digitais e os direitos do consumidor.


Serviço

Data: Dia 26 de maio

Horário: 19h

Local: Ministério Público Federal – auditório

Endereço: Rua Peixoto Gomide, 768, Cerqueira César, São Paulo/SP (próx. ao metrô Trianon-Masp

Rede pela Reforma da LDA

Rede de vinte organizações, com a missão de promover uma ampla discussão no processo de reforma da Lei de Direito Autoral, garantindo o acesso ao conhecimento e a democratização da cultura no país.

Ação Educativa

Associação Brasileira dos Estudantes de Educação à Distância

Casa da Cultura Digital

Coletivo Ciberativismo

Coletivo Epidemia

Comunidade Recursos Educacionais Abertos

CTS/FGV
CUCA da Une – Circuito Universitário de Cultura e Arte da UNE

Gpopai/USP

GTLivro
IDEC

Instituto NUPEF

Instituto Paulo Freire

Intervozes

Laboratório da Cultura Digital

Movimento Mega Não

Música Para Baixar

Partido Pirata

Rede Livre de Compartilhamento da Cultura Digital

União Nacional dos Estudantes

 

 

* Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor