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Produtores e canais discutem espaço da produção independente

Se no momento presente a participação da produção independente nos canais de televisão aberta e fechada ainda é tímida, a perspectiva é que esse espaço aumente no futuro. Esse crescimento, no entanto, só acontecerá se houver entendimento por parte dos produtores sobre aquilo que os canais buscam, e por parte dos broadcasters e programadores sobre a necessidade de criar meios eficientes de comunicação com esses produtores.  

Essa foi uma das conclusões a qual chegaram produtores, programadores e broadcasters durante o painel "Perspectivas da produção brasileira", realizado nesta quinta-feira, 31 de maio, durante o 8° Forum Brasil – Mercado Internacional de Televisão.  

Gil Ribeiro, diretor da Mixer, diz que o que tem permitido à produtora viabilizar seus projetos são dois fatores em especial: as co-produções internacionais e os mecanismos de incentivos brasileiros. "As leis de incentivo são um impulso para mostrar a capacidade de produção e entrega da produtora, mas não para servir de apoio para sempre", diz. "A co-produção internacional é o caminho para viabilizarmos a nossa produção, já que hoje não há produtoras que têm na produção para a TV o seu negócio". Ribeiro diz que acreditava que a TV por assinatura abriria oportunidades para as independentes, mas que isso não aconteceu.    

Kátia Murgel, da Fox, acha que não só haverá mais espaço para a produção nacional independente nos canais de TV por assinatura em um segundo momento, mas que essa também será disputada pelos canais. "Vamos precisar do conteúdo local", diz. "Haverá cada vez mais canais comprando dos mesmos produtores". 

Falha na comunicação 

Todos os produtores querem ter seus projetos exibidos pelos canais de TV. E os canais estão sempre em busca de boas idéias. Se, teoricamente, os players caminham na mesma direção por que então essas parcerias não acontecem?  

Segundo Hélio Vargas, da Record, muito dos projetos recebidos na emissora estão em estágio muito embrionário. "Falta focar os projetos em leis de captação. Como eles serão financiados?", questiona.  

Kátia Murgel lembra que a maioria das propostas de produção que chegam ao escritório da Fox não se enquadram em nenhum dos canais da programadora. "Recebo ótimos projetos para o Fox Kids. O que esses produtores não sabem é que o canal nem sequer existe mais", exemplifica.   

Ela dá a dica: "Assistam os nossos canais para saber o que queremos".Por outro lado, os produtores sentem falta de um canal para comunicar-se com os canais de televisão sobre seus projetos.   

Gil Ribeiro lembra que não acredita em projetos desenvolvidos solitariamente. "Para o processo dar certo, o trabalho deve ser feito em conjunto. Todos têm de sentar juntos e discutir", afirma o diretor, responsável pela série "Mothern", produzida em parceria com o GNT.

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Ancine e BNDES sinalizam com programas de incentivo

O 8° Forum Brasil – Mercado Internacional de Televisão teve início nesta quarta-feira, 30 de maio, cheios de boas notícias. Já no painel de abertura, o presidente da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Manoel Rangel, enfatizou todos os mecanismos criados até o momento para o fomento da produção audiovisual televisiva e afirmou que a implantação do artigo 3°A, que deve estimular a co-produção entre emissoras de TV brasileiras e produtoras independentes, estará em vigor em entre agosto e setembro deste ano.Ele lembra ainda que desde 2003, foram mais de R$ 60 milhões investidos em produção via Artigo 39 da MP 2.228/01, que permite co-produções com programadoras de TV por assinatura. A idéia é que o artigo 3°A possa contribuir ainda mais com este montante. "Pretendemos trazer R$ 42 milhões em negócios com esse mecanismo", diz Rangel.Celso Marcondes, do BNDES, também anunciou que os trabalhos do banco em relação ao audiovisual terão continuidade, mesmo com a mudança na presidência, que agora está a cargo de Luciano Coutinho.

Ele lembra que o BNDES manterá iniciativas como o Procult; o programa de apoio á implantação da TV Digital; e o aprimoramento dos editais. "De dois anos para cá, o BNDES avançou bastante na área de cultura", afirmou, lembrando que o banco deixou de atuar apenas no fomento, contando com linhas de financiamento. Além disso, segundo ele, o departamento de cultura do banco será fortalecido. 

Produção independente 
Além de Manoel Rangel e Celso Marcondes, participaram da abertura do Forum André Sturm, do programa Cinema do Brasil, e Fernando Dias, da Associação Brasileira de Produtores Independentes de Televisão (ABPI-TV). O projeto de exportação da ABPI-TV, que compreende desde ações nos mercados internacionais a atividades internas, como a capacitação de profissionais, apresenta perspectivas otimistas para 2007. Segundo Dias, desde o lançamento do projeto de exportação (há três anos) até hoje, foram gerados US$ 30 milhões em negócios. Para 2007, a expectativa é de US$ 29 milhões. "A função da produção independente é gerar negócios e divisas", afirma.

Segundo André Sturm, do Cinema do Brasil, o projeto para internacionalizar a produção cinematográfica brasileira foi espelhado no programa de exportação da ABPI-TV, e já consegue uma participação mais expressiva em importantes mercados internacionais da área, como festival de Cannes.

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