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Divulgados os resultados provisórios das eleições

Foi divulgado na tarde desta quinta-feira (08) o resultado provisório das eleições para o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br. Treze candidatos disputavam as quatro vagas disponíveis para o terceiro setor, sendo mais quatro para o setor empresarial e três para a comunidade científica e tecnológica, num total de onze dos vinte e um membros do Comitê. Mário Luis Teza, indicado pela Associação SoftwareLivre.org, com 35 votos, Carlos Alberto Afonso, indicado pela Rede de Informações para o Terceiro Setor, com 33 votos e Gustavo Gindre, indicado pelo Intervozes, com 28 votos, foram os três primeiros colocados para as vagas do terceiro setor, seguidos por Everton dos Santos Rodrigues, indicado pela Federação dos Bancários do Rio Grande do Sul e Marcelo Fernandes Costa, indicado pelo  Comitê pela Democratização da Informática de Pernambuco, que, empatados com 25 votos cada, terão que disputar um segundo turno ainda sem data definida. A eleição contou com quorum de 179 votos válidos e 37 votos brancos.

O CGI.br, criado em 1995, tem como função regular os padrões técnicos da Internet no Brasil e coordenar a atribuição de endereços e o registro de domínios. É composto por 21 membros: nove são indicados pelo governo, um é representante de “notório saber em assuntos da Internet” e onze são eleitos por meio de votação entre as entidades de cada setor. Os mandatos são de três anos, com possibilidade de uma reeleição. A participação no Comitê é considerada como “de relevante interesse público”, portanto o exercício dos cargos não é remunerado.

Os resultados finais, indicando os candidatos eleitos para o cargo de conselheiros titulares e suplentes, devem ser divulgados no dia 19 de novembro.

Resultado provisório da votação da Eleição CGI.br 2007

Terceiro setor:
   Mario Luis Teza – 35
   Carlos Alberto Afonso – 33
   Gustavo Gindre Monteiro Soares – 28
   Everton dos Santos Rodrigues – 25
   Marcelo Fernandes Costa – 25
   James Görgen – 9
   Ana Maria Drummond Chicarino – 7
   Luiz Nazareno de Souza – 4
   Elma Maria da Silva de Alleluia – 4
   Maria do Amparo Araújo – 4
   Cassius Regis Antunes Coelho – 3
   Lucivaldo Paz de Lira – 1
   Jorge Barbedo de Almeida – 1
   Arnaldo de Almeida Carvalho –  0

   Votos Válidos – 179
   Votos em Branco – 37

Comunidade científica e tecnológica:
   Nelson Simões da Silva – 5
   Lisandro Zambenedetti Granville – 4
   Flávio Rech Wagner – 4
   Omar Kaminski – 2
   Túlio Lima Vianna – 1

   Votos Válidos – 16
   Votos em Branco – 2

Provedores de acesso e conteúdo da Internet:
   Jaime Barreiro Wagner – 4
   Antonio Alberto Valente Tavares – 3
   Roque Abdo – 0
   Eduardo Fumes Parajo – 0

   Votos Válidos – 7
   Votos em Branco – 0

Provedores de infraestrutura de telecomunicações:
   Alexandre Annenberg Netto – 4
   Ercio Alberto Zilli – 4
   Ricardo Lopes Sanchez – 0
   Luis John Cuza – 0
   Cesar Romulo Silveira Neto – 0
   Luiz Francisco Tenório Perrone – 0

   Votos Válidos – 8
   Votos em Branco – 0

Indústria de bens de informática, telecomunicações e software:
   Henrique Faulhaber – 17
   Jose Carlos Lourenço Rêgo – 7
   Vanda Regina Scartezini – 2

   Votos Válidos – 26
   Votos em Branco – 0

Setor empresarial usuário:
   Nivaldo Cleto – 41
   Cassio Jordão Motta Vecchiatti – 24
   Anderson Damasceno – 5

   Votos Válidos – 70
   Votos em Branco – 0


Totais

Eleitores  – 220
Votantes   – 171 (77%)
Abstenções –  49 (22%)

Inscrição das entidades para eleições acaba dia 3

Encerra-se no próximo dia 3 de julho o prazo para a inscrição de entidades que queiram participar das eleições para o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Podem concorrer às vagas organizações do terceiro setor, da comunidade científica e do setor empresarial que tenham, no mínimo, dois anos de atuação legal. As inscrições podem ser feitas através do site www.cgi.br. As próprias entidades inscritas formam o colégio eleitoral de cada segmento e cada uma pode indicar apenas um candidato. O resultado do pleito será anunciado em novembro.

O CGI.br existe desde 1995 e foi criado através de uma portaria assinada pelos ministérios das Comunicações e da Ciência e Tecnologia, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento da Internet no país, regulando seus padrões técnicos e coordenando a atribuição de endereços e o registro de domínios. Em decreto assinado em 2003, o presidente Lula modificou a composição do Comitê, aumentando a representação de setores não ligados ao governo. Estes representantes passaram a ser escolhidos através de eleições e, no final deste ano, terminam seus mandatos (de três anos).

A partir do decreto de 2003, o governo passou a ser minoria entre os 21 membros do Comitê, sendo a maioria constituída pela soma dos representantes do terceiro setor, da comunidade científica e do setor empresarial, além de um representante de “notório saber em assuntos da Internet”. Segundo Sérgio Amadeu da Silveira, que foi representante da Casa Civil entre 2003 e 2005, “foi uma mudança de conteúdo formal muito grande, a composição passou a ser bem mais democrática e estável. Antes, o governo cooptava e indicava, hoje só escolhe os seus próprios representantes”.

Proposta para modelo mundial
É este modelo de composição, com participação da sociedade civil junto com os governos, que o CGI.br propõe para ser implementado também no nível global de governança da Internet, substituindo a atual hegemonia da Icann (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers), organização que, mesmo tendo integrantes de diversos países, é controlada pelos Estados Unidos.

A partir da Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação, realizada no final de 2003 em Genebra, o Brasil se tornou um dos protagonistas na reivindicação da discussão das políticas de governança da Internet. Foi criado então o Fórum de Governança na Internet (IGF), cuja segunda edição será realizada este ano no Rio de Janeiro* (a primeira foi em 2006, em Atenas). 

“Há uma visão comum, tanto do governo como do CGI.br, de que todos os assuntos de governança devem ser debatidos no IGF, o que não ocorreu na primeira edição do fórum. De fato, temas como a discussão da infra-estrutura lógica (hoje realizada por uma entidade sediada nos EUA que opera segundo um contrato com o governo americano) foram quase proibidos em Atenas, e graças à insistência de setores da sociedade civil e de governos como o do Brasil o tema deverá ser tratado na segunda edição” afirma Carlos Alberto Afonso, diretor da Rits (Rede de Informações para o Terceiro Setor) e um dos representantes do terceiro setor no Comitê.

Sérgio Amadeu ressalta que o CGI.br funciona, cresce e é um dos mais bem estruturados do mundo, além de ter uma engenharia institucional muito bem montada. Concorda, assim, com Carlos Afonso, para quem o Comitê “é um exercício muito bom de democracia, já que há equilíbrio na representação dos membros não governamentais e há uma minoria de representantes de governo”. Além disso, Afonso destaca a qualidade dos operadores dos sistemas técnico e administrativo. O Comitê obteve avanços significativos em relação ao registro de domínios, que hoje é feito de maneira mais rápida e simples, além de ser mais barato. Criou também pontos gratuitos de troca de informação para os provedores, o que representa maior velocidade para o usuário de Internet. Além disso, implementou uma exitosa campanha contra os spams, os e-mails de propaganda mandados em massa sem o consentimento do destinatários.

Desafios
No entanto, ambos concordam que há problemas a serem resolvidos. O principal deles é o fato de que o Comitê ainda é regulamentado apenas por um decreto presidencial, que pode, portanto, ser modificado ou revogado a qualquer momento, ou mesmo substituído por alguma lei. Para Afonso, “todas as conquistas se deram por portarias de ministérios ou decretos, não por legislação específica que possa sacramentar estruturalmente a governança da Internet no Brasil. Não há uma lei que garanta que o CGI.br será para sempre um organismo pluralista, com representação efetiva de todos os grupos de interesse, e que os nomes de domínios brasileiros serão para sempre um bem da comunidade e não uma mercadoria. Se um novo presidente assumir e achar que tem que privatizar tudo, por exemplo, nem precisa consultar o Congresso para isso”.

Amadeu concorda, mas acredita que a atual conjuntura é desfavorável à criação de outra regulamentação para o Comitê. “Publicar uma nova legislação regulamentando o Comitê seria mais seguro, só que ele teria que passar pelos deputados, ou seja, pelos lobbys dos bancos, das teles, das empresas de software, etc. Também é muito perigoso”.

A esta questão Carlos Afonso acrescenta o problema do relacionamento com a Fapesp (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo), que arrecadou o dinheiro do registro dos domínios até 2006, quando foi criado o NIC.br (Núcleo de Coordenação e Informação), atual responsável administrativo pela arrecadação. Como resultado, a Fapesp acumulou mais de R$ 130 milhões em seus cofres. “Uma vez criado o NIC.br, seria natural e óbvio que a Fapesp simplesmente transferisse esses recursos para a nova autoridade administrativa da governança da Internet no país”, conta Afonso. “Infelizmente, por mais que o CGI.br se esforce, essa negociação se arrasta há anos e ainda não foi resolvida”. A Fapesp não pode utilizar este dinheiro, que permanece investido para não se desvalorizar, e o NIC.br só pode fazê-lo com autorização da Fundação. “Sem o acesso a esses recursos, projetos prioritários para o país no campo das tecnologias da informação e da comunicação para o desenvolvimento humano, que o CGI.br poderia e deveria estar apoiando, não caminham” alerta Afonso.

Mesmo com os avanços do Comitê, Sérgio Amadeu frisa a importância de a sociedade permanecer vigilante contra os constates ataques que sofre a liberdade na Internet. “Como no começo ninguém ligava para a Internet, sua implementação se fez de modo livre, democrático. Quando as empresas começaram a perceber que não era brincadeira, que tinha grana em jogo, quiseram trazer seus interesses e ideologia da sociedade industrial pra ela, pra controlar a rede. Mas estamos ganhando, eles é que têm que inverter o jogo”.      

*A próxima reunião do Fórum de Governança da Internet (IGF) acontece em novembro deste ano, no Rio de Janeiro. Como parte do processo preparatório está marcado um seminário, a ser realizado nos dias 3 e 4 de julho, no auditório de Direito da FGV, em São Paulo. Mais informações sobre o seminário em www.nupef.org.br .

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Criada a comissão eleitoral do CGiBr

O Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) publicou hoje, no Diário Oficial da União, portaria interministerial aprovando as normas que disciplinarão a escolha dos representantes da sociedade civil para compor o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) no exercício de 2007. A portaria cria uma comissão eleitoral, composta por sete servidores de diversos órgãos publicos, entre eles o Ministério das Comunicações e a Anatel.

A comissão tem objetivo coordenar a eleição dos representantes do setor empresarial, do terceiro setor e da comunidade científica e tecnológica. Deacordo com a portaria, os membros da comissão irão deliberar sobre a inscrição das entidades e homologar a relação de candidatos por colégio eleitoral.

Dentre as regras que norteiam a eleição, não será permitido que um candidato indicado represente mais de uma entidade. Neste caso, ele deverá fazer opção por qual segmento que deseja representar.

O CGI tem entre suas funções coordenar a atribuição de endereços internet (IPs) e do registro de nomes de domínios usando (.br); estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimentoda internet no Brasil; e a coletar e organizar a disseminação de informações sobre os serviços internet, incluindo indicadores e estatísticas.

(Da Redação) A Portaria Interministerial nº 307 foi assinada pelos ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Hélio Costa (Comunicações) e Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia).

Fraudes se mantêm estáveis no primeiro trimestre de 2007

Estatísticas divulgadas a cada três meses mostraram, ainda, que os ataques a servidores Web aumentaram em 46%, se comparados ao período anterior

O Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br), um dos serviços coordenados pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto br (NIC.br), divulga as estatísticas de incidentes envolvendo redes brasileiras reportados ao grupo, referentes ao primeiro trimestre de 2007. Vale ressaltar que as estatísticas são mensuradas com base nos dados relatados espontaneamente por administradores de rede e usuários.

De acordo com as notificações recebidas de janeiro a março deste ano, as tentativas de fraude permaneceram estáveis se comparadas ao trimestre anterior, representando 13% do total. Contudo, em relação ao mesmo período do ano passado, este tipo de incidente apresentou uma queda de 36%.

Já as notificações referentes aos ataques aos servidores Web obtiveram um aumento de 46% em relação ao último trimestre, com 165 relatos desse tipo de atividade, e de 43% se comparados ao mesmo período do ano anterior. “Esses ataques estão explorando vulnerabilidades em aplicações e, em alguns casos, visam a hospedagem de programas maliciosos utilizados em fraudes ou de páginas falsas de instituições financeiras. Instalar um código malicioso em uma página Web de grande visibilidade pode afetar um grande número de usuários de internet”, afirma Cristine Hoepers, analista de Segurança do CERT.br.

De acordo com os dados do grupo, cresceram também os ataques ao FTP (21/TCP) e ao TELNET (23/TCP). Apesar das recomendações internacionais para que o TELNET seja substituído pelo SSH, um protocolo criptografado, algumas aplicações ainda o utilizam. Os aumentos estão relacionados à descoberta de vulnerabilidades em algumas aplicações relacionadas a estes dois serviços e aos ataques de força bruta, que continuam freqüentes. Ainda sobre o SSH, o CERT.br verificou estabilidade no número de notificações de varreduras ao serviço (22/TCP), a mais destacada nessa categoria.

Os casos que envolvem a inserção, em um texto HTML, de trechos maliciosos em linguagem de script, como o JavaScript e VBScript, também tiveram aumento no período. De acordo com a analista, estes códigos tentam explorar vulnerabilidades no browser e/ou sistema operacional e podem resultar no download e execução de código malicioso no computador da vítima sem a necessidade de nenhuma ação adicional. “Isto ocorre quando o usuário não mantém seus softwares atualizados e habilita a execução de scripts em seu browser ou leitor de e-mail, por exemplo”, ressalta Cristine.

O CERT.br é o único grupo que mantém estatísticas atualizadas de incidentes que são reportados voluntariamente no Brasil, desde 1999. Os dados completos estão publicados no site http://www.cert.br/stats/. Os próximos números serão divulgados no início de julho.

Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação (NIC.br)

O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br (www.nic.br ) é uma entidade civil, sem fins lucrativos, criada para implementar as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br (www.cgi.br), que é o responsável por coordenar e integrar as iniciativas de serviços da Internet no País. O NIC.br é o braço executivo do CGI.br e responde pelo registro de nomes de domínio (Registro.br – www.registro.br), pelo Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br – www.cert.br) e pela implantação e operação dos Pontos de Troca de Tráfego (PTT.br – www.ptt.br). O NIC.br também executa diversos projetos, entre os quais o de Indicadores (www.nic.br/indicadores), cujo objetivo é coletar, organizar e disseminar informações sobre os serviços de Internet no país.

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