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Polícia Civil fecha “xerox” na Praia Vermelha

Uma operação da Polícia Civil no campus da Praia Vermelha, na noite do último dia 13, causou espanto na comunidade acadêmica. Movidos por uma denúncia anônima de violação a direitos autorais, os policiais foram a uma loja copiadora da Escola de Serviço Social, apreenderam todo o acervo (inclusive as pastas com o material pedagógico deixado pelos professores daquela Unidade) e detiveram o proprietário da copiadora, que foi encaminhado para a Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), na Lapa. O rapaz, identificado apenas como Henrique, foi indiciado e responderá ao processo em liberdade.

Diretora da ESS reage com indignação

“Inadmissível!”. Foi com essa palavra que a diretora da ESS, professora Mavi Pacheco, classificou a operação policial. Para ela, em um país extremamente desigual como o Brasil, onde a produção e o acesso ao conhecimento estão na mão de poucos, a popular “xerox” é um pedaço da realidade em todas as universidades. Mavi acredita que a situação se torna ainda mais grave quando se considera a renda média dos estudantes do curso de Serviço Social: “É inadmissível que tenhamos sido objeto de uma ação da Polícia Civil, dentro de uma universidade pública, e, sobretudo, motivada por isso”, criticou. A dirigente acredita que o que está por trás de uma operação desse tipo é o interesse das grandes editoras em resguardar os direitos autorais, em contraposição aos estudantes empobrecidos que querem ter acesso ao conhecimento.

A diretora conta que não estava na Unidade quando os policiais chegaram, mas retornou assim que possível e atuou no sentido de serenar os ânimos dos presentes. A delegada responsável pela operação falava abertamente sobre a intenção de prender o rapaz da xerox: “Os estudantes estavam muito revoltados, porque o Henrique foi homenageado em uma cerimônia de colação de grau, no sábado”, contou.

Segundo um papel exibido pelos policiais, que não pôde ler mais detalhadamente, a diretora viu o registro, datado de 26 de maio deste ano, por volta de uma da manhã, através do Disque-denúncia, afirmando que havia uma copiadora na Escola de Serviço Social onde um funcionário desrespeitava direitos autorais.

Mavi explicou que o local ficou fechado durante todo o dia seguinte e que, agora, os professores do curso devem pensar em resoluções imediatas e de médio prazo para o problema: “Ficavam lá as pastas de todos os docentes, programas das disciplinas, tudo, tudo! Agora, temos que pensar um caminho que não nos exponha a essa brutalidade e garantindo o acesso à leitura. Isso é um direito que temos de assegurar; a universidade, o Estado brasileiro”, observou.

Diretoria acredita em quebra da autonomia universitária

“Estamos aterrorizados com esta situação. Entrada da polícia civil na universidade pública fere sua autonomia. Nós não podemos deixar isso ocorrer como fato natural, independentemente de discutir a questão da lei. Não podemos achar que isso é um problema meramente legal, é problema político. A universidade tem que defender sua autonomia e o direito ao acesso ao conhecimento. Não pode tornar natural um fenômeno como esse”, analisou.

Seminário discute Propriedade Intelectual e Direito do Consumidor

O Idec – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor e o Centro de Tecnologia e Sociedade (CTS) da Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas no Rio de Janeiro, promoverão o seminário "Propriedade Intelectual e o Direito do Consumidor: Acesso ao Conhecimento (A2K), Cultura e Informação", no dia 17 de maio de 2007, das 9h00 às 18h00, no Auditório do Instituto Pólis, Rua Araújo, 124, Centro, São Paulo, SP.

Para participar acesse o site do Idec www.idec.org.br e faça sua inscrição.

O evento é gratuito e o número de vagas é limitado.

Programação:

9h00
Abertura

10h00
Os Custos do Conhecimento e a Cadeia Produtiva do Livro

11h00
Direitos Autorais e Reprografia: um equilíbrio possível?

13h00
Intervalo para Almoço

14h30
Tecnologias que tornam o Conhecimento escasso e o Direito do Consumidor

16h00
Liberdade, Cultura e Informação: construindo uma sociedade da colaboração

17h00
Lançamento da campanha pela mudança da lei brasileira de Direitos Autorais: consumidor-cidadão tem direito de copiar para uso privado sem fins lucrativos

17h45
Encerramento

8º Fisl sedia Festival Multimídia de Cultura Livre do Brasil

Música, criação compartilhada, cinema, vídeos, programas de TV e de rádios comunitárias. Todas as artes digitais, produzidas com o software livre, farão parte do Criei, Tive Como! – Segundo Festival Multimídia de Cultura Livre do Brasil, que acontece entre os dias 12 e 14 de abril, em Porto Alegre, RS, simultaneamente ao 8º Fórum Internacional Software Livre (FISL).

O 2º Festival Multimídia de Cultura Livre do Brasil terá ainda uma mostra de filmes e vídeos licenciados para livre distribuição, além de programas ao vivo, entrevistas e programas produzidos ao vivo por rádios comunitárias.

A noite de abertura terá como atrações os artistas Mombojó, Bataclã FC, DJ Dolores e os DJs Lucio K, do Rio de Janeiro, e JC, da África do Sul, vencedores do primeiro concurso internacional Overmix BraSA, promovido pelo Overmixter, através do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV e do Overmundo, em parceria com o ccMixter da África do Sul. A entrada das apresentações será franca.Para o FISL, estão programadas mesas redondas sobre o acesso à cultura livre.

Elaboradas em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), as palestras incluem temas como “Acesso ao Conhecimento e Software Livre: programando a nova cultura da colaboração”, “Software Livre e Administração Pública: questionamentos sobre contratos, responsabilidade e licitações”, “O Presente e o Futuro da Propriedade Intelectual: um debate internacional” e “Novos Modelos de Negócio com Propriedade Intelectual”. Entre os participantes das mesas, o coordenador do Creative Commons Ronaldo Lemos e os advogados Carlos Affonso e Pedro Paranaguá, do Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas.

O Festival Criei, Tive Como! tem como principal objetivo consolidar um espaço de exibição e difusão da produção audiovisual livre das restrições do copyright tradicional. O curador do festival é o coordenador do Creative Commons no Brasil e do Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas, Ronaldo Lemos. O festival, uma realização da produtora Mil e Uma Imagens, em parceria com FISL, Creative Commons, Overmundo e Tangolomango, com patrocínio da Petrobras e apoio da Fundação Getúlio Vargas e do PACC (Programa Avançado de Cultura Contemporânea) da UFRJ.

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