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Novo gerente da EBC diz que jornalismo deve “construir público da TV Brasil”

Disposto a enfrentar o desafio de ajudar na construção de uma emissora de TV pública no Brasil, o jornalista Aziz Filho deixou o cargo de editor da sucursal do Rio de Janeiro (RJ) da revista IstoÉ, empresa em que estava há dez anos, e aceitou o convite da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) de assumir a gerência de Jornalismo da TV Brasil. "Aceitei o convite pela vontade de fazer algo concreto, em um projeto que acredito muito, que é a TV pública", disse, em entrevista ao Portal Imprensa.

Na nova função – que exerce desde a última terça-feira (29) – Aziz terá sob sua responsabilidade a produção, no Rio de Janeiro, das edições do "Repórter Brasil", além de um jornal local. "Pretendo atuar bastante na pauta, para fazer com elas sejam mais aprofundadas e, por isso, diferenciadas. Acredito que o jornalismo deve ajudar a construir o público da TV Brasil."

Quanto às possíveis pressões que pode sofrer novo cargo, o jornalista afirma que esta é uma característica inerente à profissão. "Em vinte anos de carreira, posso dizer que os jornalistas sofrem pressão o tempo todo, em qualquer veículo. Seja dos anunciantes, seja da política, sempre existe pressão."

Entre as metas de Aziz está a busca por investimento em reportagem, já que, segundo ele, TV é um produto caro e, para que seja feito um telejornal competitivo, é necessário sempre mais investimento. "Esse é um dilema em todos os veículos. Quanto mais há investimento, mais investimento é necessário para que se aprimore o conteúdo", finaliza.

Depois de dois anos, TV Cultura tem novo ombudsman

A TV Cultura voltará a ter um ombudsman, a partir da próxima segunda, dois anos depois da saída de Osvaldo Martins, que deixou o cargo após fazer duras críticas públicas ao canal.

O jornalista Ernesto Rodrigues, 54, que assume a função, disse ontem à Folha que foi contratado para avaliar apenas a programação noturna, para adultos, e não os infantis, carro-chefe da Cultura. "Eu sou jornalista, não tenho formação nem competência para falar dos infantis", disse.

Não vai debater, por exemplo, uma das principais discussões atuais da TV: o projeto de lei para proibir a veiculação de propaganda na programação infantil -tema sobre o qual a TV Cultura, que é pública e exibe anúncios para crianças como as TVs comerciais, ainda não se manifestou. "Esse tipo de questão realmente nunca passou pela minha cabeça."

Rodrigues terá uma coluna semanal no site da emissora (www.tvcultura.com.br), que será atualizada com comentários diários. Ele afirmou que seu contrato, que é de dois anos, prevê a veiculação de um programa do ombudsman na televisão. "Isso precisa ser muito bem estudado, porque o ombudsman, que existe para melhorar a qualidade da programação, não pode colocar no ar um programa ruim."

O jornalista disse que seu principal foco será "tornar a emissora realmente pública, no sentido de ter um impacto, de atrair uma faixa da população que hoje está entregue às TVs comerciais, em meio a uma guerra de audiência que nem sempre é bonita". "A classe média pode buscar o que quer nos canais fechados, mas o povão tem que se contentar com as outras TVs abertas", diz ele, para quem a Cultura é "elitizada".

Rodrigues é formado em jornalismo pela PUC de Belo Horizonte e dá aula na PUC do Rio. Já passou pela Globo, Isto É, Veja e pelo Jornal do Brasil.

“Pra não ser chapa branca, TV Brasil acaba sendo ‘chapa preta'”, diz Helena Chagas

Na sala da diretora de jornalismo da TV Brasil, Helena Chagas, há um cantinho com flores, plantas, espada de São Jorge. Idéia de uma amiga, o espaço é contra o “mau-olhado”. Também pudera. Desde janeiro deste ano, quando assumiu a função, Helena é acusada de fazer jornalismo chapa branca. A diretora se defende: “Pra não ser chapa branca, a gente acaba sendo ‘chapa preta’”, disse nesta quinta-feira (04/07), em entrevista exclusiva ao Comunique-se, em Brasília.

A diretora explica que a tarefa de mostrar um jornalismo isento é tão árdua, que, muitas vezes, uma notícia é questionada se entrará no ar por causa desse rigor. “Nós nos questionamos o tempo todo”, afirmou.

O jornalismo da TV Brasil, contudo, enfrenta episódios reais como a acusação de Luiz Lobo, segundo a qual a chefe de telejornais, Jaqueline Paiva, teria alterado textos para privilegiar o governo, no caso dos cartões corporativos. Helena nega: “Não teria saído do jornalismo comercial para jornalismo de divulgação na TV pública”.

Modelo BBC

A TV Brasil busca o jornalismo da rede britânica BBC, mas se pauta por alguns valores: o serviço e a explicação. Informar o que vai mudar a vida do cidadão e aprofundar os temas do dia-a-dia são os nortes do jornalismo da TV Brasil.

“A emissora precisa despertar o interesse da população pelo o que acontece no Legislativo, no Executivo. Não ficamos em brigas políticas”, afirmou Helena.

Outro ponto do jornalismo é trazer um pouco do Brasil todo no ar, com a participação das TV filiadas. “Queremos um jornalismo com muitos sotaques”, disse.

No principal programa jornalístico da TV Brasil, o Repórter Brasil há um quadro chamado "Repórter Brasil Explica", no qual se explica ao público temas de interesse geral como: o que são as FARC ou o que são as commodities. O "Outro Olhar" tem a participação do público, que tem a possibilidade de emitir seus vídeos.

O Repórter Brasil é transmitido de segunda a sexta, às 8h, e de segunda a sábado, às 21h.

Novidades

Além do Repórter Brasil, a TV Brasil estreou dois novos programas: "Caminhos da Reportagem", com matérias especiais, todas as quintas, às 22h. O programa tem a parceria da BBC.

Outro destaque é o "De Lá para Cá", com Ancelmo Góis. O programa, que acontece todas as segundas, às 22h, traz especiais sobre a história.

DocTV selecionará 57 projetos de documentários

A Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, a ABEPEC – Associação Brasileira das Emissoras Públicas Educativas e Culturais, a TV Cultura, e a TV Brasil anunciaram nesta terça, 27, a quarta edição do DocTV, que abre inscrições para selecionar 35 projetos de documentário em 27 Estados brasileiros. Em São Paulo, DocTV SP III selecionará nove projetos. As inscrições estão abertas até o dia 11 de julho. Vale lembrar, o DocTV é uma parceria da televisão pública com a produção independente, promovida pelo Ministério da Cultura.

Segundo o secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura, Silvio Da-Rin, o projeto recebeu investimento de R$ 3,5 milhões do ministério, além de R$ 1,9 milhão investido pelas carteiras especiais dos estados (entre elas o DocTV SP) e o dinheiro investido pelas emissoras participantes (R$ 30 mil por documentário). Pelo programa, serão selecionados 35 projetos, em 26 estados mais o Distrito Federal. Pelas carteiras especiais, serão selecionados outros 22 filmes (um filme no Tocantins, Pernambuco, Distrito Federal, Rio de Janeiro e Maranhão; dois filmes em Sergipe, Goiás e Minas Gerais; quatro filmes na Bahia; e sete filmes em São Paulo) pelas carteiras especiais.

Para este ano, como destacou o secretário Da-Rin, o orçamento dos filmes foi aumentado para R$ 110 mil. Além do aumento no orçamento, também mudou a participação dos autores nos direitos dos documentários. Nas edições anteriores, produtores e diretores tinham 12,5% dos direitos das obras. Nesta edição a divisão será de igualitária (25%) para diretor, produtor, emissora de TV e fundo do DocTV.

Todos os documentários selecionados serão co-produzidos pelas TVs Públicas para serem exibidos, em horário nobre, em rede nacional, a partir de 29 de maio de 2009. Também está garantida a participação dos autores dos projetos selecionados na "Oficina para Desenvolvimento de Projetos", entre 7 e 12 de setembro. Neste período, os 35 autores irão se reunir com cinco diretores renomados para debate e aperfeiçoamento dos projetos. Nas edições anteriores essa oficina teve como orientadores os cineastas Geraldo Sarno, Eduardo Coutinho, Eduardo Escorel, Maurice Capovilla, Jorge Bodanzky, Giba Assis Brasil, Cristiana Grumbach, Ruy Guerra e Joel Pizzini.

EBC realiza a primeira assembléia geral de funcionários

Está agendada para o próximo sábado (31/05) a primeira assembléia geral de funcionários da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), na sede do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, em Brasília. Na pauta, a eleição de uma comissão de funcionários e debates sobre um plano de cargos e salários, entre outros assuntos.

Há uma insatisfação sobre a discrepância de salários e benefícios de funcionários em diferentes praças e também de diferentes origens entre as entidades que se fundiram para formar a EBC: a Radiobrás e a Acerp – os empregados destas, inclusive, ainda não migraram para a nova empresa.

O objetivo entre os organizadores da assembléia, no entanto, é de convergência e diálogo. Foram convidados funcionários de todas as áreas da EBC – TV Brasil, Rádio Nacional, Agência Brasil, entre outros – e também do Rio de Janeiro e São Paulo.

O estatuto da EBC prevê que os funcionários tenham um representante no Conselho Curador. O tema ainda não está na pauta.

O encontro é aberto, e tem seu início previsto para às 14h. O Sindicato de Jornalistas do Distrito Federal fica no SIG – Quadra 2 – Lote 430. Outras informações no blog www.televisaopublica.blogspot.com.a