Arquivo da tag: TV paga

Brasil terá um milhão de assinantes HD este ano

Fonte do mercado de TV por assinatura calcula que o setor deve fechar 2010 com a marca de um milhão de assinantes de alta definição (HD), ou cerca de 10% do total de assinantes.

 

Segundo a fonte, o número é puxado não somente por Sky e Net, que investiram bastante nos últios meses e conquistaram muitos assinantes na tecnologia, mas também por operadores como Via Embratel, que começou sua oferta recentemente, e também operadores independentes, que começam a oferecer o HD agora. Segundo outras fontes do mercado, o crescimento teria sido até maior se não fossem dois fenômenos: uma retração ocorrida no período pós-Copa, com a redução do marketing dos pacotes HD, e a falta de set-tops em alta definição, que afetou tanto Sky quanto a Net Serviços. Considerando que o mercado de TV paga deve chegar a 10 milhões de assinantes até o começo de 2010, segundo dados da Anatel, será uma penetração de 10% da oferta HD.

 

Destaque-se ainda que o mercado de TV por assinatura como um todo atingiu a marca de um milhão de assinantes em 1995, seis anos após o início das primeiras operações comerciais. A oferta comercial de pacotes HD começou no início de 2007, atingindo a marca de 1 milhão três anos depois.

Oi investe no serviço de TV por assinatura pré-pago

Confiante no crescimento do mercado de TV paga, a Oi lança nesta semana serviços no Distrito Federal, Goiás, Alagoas, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará, mas já de olho na expansão para todo o país até o primeiro trimestre de 2011. A principal idéia é conquistar aqueles clientes que já utilizam os serviços da operadora em telefonia fixa, além de mirar em quem ainda não tem TV por assinatura.

 

A estratégia é se valer do serviço prestado via satélite (DTH) para conquistar clientes de menor poder aquisitivo, com pacotes iniciais de R$ 35 – quem não tem linha telefônica fixa da Oi paga R$ 20 a mais. Mas até o próximo ano também deve lançar uma modalidade pré-paga para a Oi TV. Até aqui, com ofertas nas regiões Sul e Sudeste (menos São Paulo) além de Bahia e Sergipe, no Nordeste, a Oi conquistou 300 mil assinantes.

 

“Nossa aposta é que o mercado de TV paga, que agora está chegando a 9 milhões de clientes no país, dobre de tamanho nos próximos anos. E se quisermos expandir a TV por assinatura, não dá para escapar de pelo menos testarmos a modalidade pré-paga”, diz o diretor de desenvolvimento tecnológico e estratégia da Oi, Pedro Ripper.

 

Ele explica que a Oi vai se valer da cadeia existente de recarga créditos, embora reconheça que ainda não se chegou aos valores que devem ser adotados no sistema pré-pago. Por enquanto, o maior crescimento está no DTH – 75% da base de clientes – e sobre aqueles que já tem a Oi como concessionária de telefonia fixa (80% dos assinantes da TV paga).

 

Já o cabo será direcionado para aqueles consumidores com maior poder aquisitivo, dispostos a contratarem serviços de alta definição, vídeo sobre demanda e eventualmente 3D, por exemplo. Nesse caso, para expandir o serviço além de Minas Gerais – onde a Oi comprou a WayTV – depende de novas outorgas da Anatel.

Ancine propõe criação de canal com varejo para combate à pirataria

Reproduzido do Site Tela Viva

 

A Ancine, por meio de seu superintendente de fiscalização, Túlio Faraco, propôs a criação de um canal entre a agência e os varejistas como um mecanismo de combate à pirataria. A ideia é que a União Brasileira de Vídeo (UBV) seja intermediadora no processo. Faraco participou de um encontro com o varejo promovido pela UBV na manhã desta terça-feira, 5, em São Paulo.

 

Segundo Tânia Lima, diretora executiva da entidade, o encontro foi organizado para auxiliar os varejistas no reconhecimento de DVDs e Bly-ray discs legais, já que as vendas aos consumidores tem apresentado crescimento e a entidade tem recebido denúncias de empresas que estão fornecendo material pirata. Tânia explica que os gêneros que têm sido frequentemente alvo de pirataria são os clássicos, o western e o infantil.

 

Ela sugeriu aos varejistas alguns cuidados: verificar a associação da distribuidora à UBV, verificar se o laboratório de replicação é certificado pela CDSA, verificar se há classificação indicativa no produto e consultar o database de lançamentos no site da UBV.

Parceria da Sky com governo do Rio é ilegal, diz Anatel

O governo do Estado do Rio Janeiro e a empresa Sky lançaram uma parceria no último dia 14 de setembro que inclui a disponibilização de TV por assinatura a preços mais baixos para moradores das comunidades atendidas pelas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). No entanto, mesmo usando a justificativa de ser uma política social, o serviço da Sky é considerado ilegal pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) por praticar preços discriminatórios.

O programa das UPP's é carro-chefe da gestão do governador Sérgio Cabral (PMDB) e deve contribuir para sua reeleição. Já foram selecionadas dez comunidades cariocas, que totalizam cerca de 200 mil habitantes. A maioria delas é próxima aos bairros glamourosos ou com algum reconhecimento midiático, a exemplo da Cidade de Deus, primeira UPP atendida com a parceria com a Sky. 

As UPP's foram inseridas em áreas sob forte presença do crime organizado e a maior presença da polícia foi acompanhada pela retirada do "gatonet" (instalações clandestinas de TV paga). Devido aos altos preços, para a maioria dos moradores dos bairros populares nas grandes cidades brasileiras essa é a única opção para se ter o serviço. Na Cidade de Deus, o "gatonet" custava no máximo R$ 25. O governo diz que irá viabilizar o pacote da Sky por R$ 44,90, cerca de 80% mais caro que o pirata.

 

A secretaria de Assistência Social e Diretos Humanos confirmou que a cooperação, apenas com a Sky, não envolve contrapartidas.O Observatório do Direito à Comunicação não obteve informações sobre a forma como se deu a parceria, que aumentou o oligopólio na área de TV paga. A Net e a Sky juntas detém 82% do mercado brasileiro.

Por meio de sua assessoria, a Sky explicou que vai expandir a promoção apenas às comunidades onde existam as UPP's e confirmou que o pacote promocional trará retorno financeiro. Serão disponibilizados a população da Cidade de Deus 89 canais, 13 opções a menos que o pacote mais barato no site da empresa, que fica por R$ 69,90, sem equipamento. A assessoria também negou que a falta de segurança seja o principal motivo para não disponibilizar sua equipe técnica em bairros de baixa renda, mas admitiu que a questão influencia sua atitude.

Ilegalidade

A Anatel alega que não foi notificada oficialmente pela Sky, mas já avisou que a legislação tem de ser cumprida. Nesse caso, os Artigos 3º e 5º do Regulamento de Proteção e Defesa dos Direitos dos Assinantes destacam ser dever da prestadora não praticar discriminação de qualquer tipo aos consumidores localizados na Área de Prestação do Serviço. 

A menos que haja alguma justificativa de ordem técnica, a agência reguladora ressalta que os diferentes planos de serviços disponibilizados pela prestadora devem ser oferecidos nas mesmas condições em todo território nacional onde ela chega.

Já o Plano Geral de Metas e Qualidade (PGMQ) de 2005 focaliza os argumentos do Regulamento de Proteção e Defesa dos Assinantes para locais específicos com infraestrutura urbanas deficiente, como as comunidades UPP's. No Art 6º do PGMQ consta como aspecto discriminatório não oferecer o serviço para todos aqueles que tenham interesse na TV por assinatura, mesmo em áreas urbanas deficientes sob parâmetro do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Outros argumentos legais que enfraquecem a parceria do governo do Rio de Janeiro com a Sky são a Lei do Cabo e a Lei Geral de Telecomunicações (LGT). Ambas não consideram a TV por assinatura como serviço passível de universalização, o que significa a não adoção de subsídios dos governos para ser incorporado a maiores parcelas da população como justificativa de política social. As últimas ações do governo federal para as teles também não incluem o segmento nas metas de massificação, a exemplo da banda larga.

Especulação

O lançamento do pacote contou com a presença do diretor-executivo do Flamengo, Zico, a apresentadora Hebe Camargo e o cantor Mv Bill. A sede da UPP na Cidade de Deus foi bancada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e custou mais de R$ 1,5 milhão. A escolha do local via que o programa se consolide como ícone para diminuição da violência carioca para a Copa do Mundo de 2014 e, por tabela, as Olimpíadas de 2016.

Enquanto a parceria da Sky com o governo era anunciada com festa, o Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado do Rio (Creci/RJ) promovia debate sobre a importância das UPPs no mercado imobiliário. O setor da construção civil constatou valorização imediata nas áreas no entorno de UPP's, como Botafogo e Tijuca.

TV Vidigal

A dificuldade no acesso à televisão também atinge os canais abertos no Rio de Janeiro. Na comunidade do Vidigal, a população não é atendida pelo serviço e estimulou o crescimento dos antenistas, que instalaram redes de cabos por toda comunidade e ofertam TV aberta e até canais fechados a preços populares (Sem cobertura legal, antenistas têm de buscar acordos com as operadoras). 

O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Telecomunicações, Melhoramentos de Imagens e Atividades Afins (Abetelmim), Givander Silveira, ainda espera a legalização do serviço pela Anatel: "Tem que abrir o mercado para as pequenas competirem também. Só as grandes podem fazer tudo e nós não podemos fazer nada". Silveira entende que enquanto a Anatel não abrir o mercado, a pirataria irá continuar a se perpetuar pelo país.

Em resposta, a Anatel confirmou não haver legislação específica para os antenistas, o que torna a regulamentação do serviço inviável, e, com base na Lei do Cabo de 1995, citou: "V – Como consequência da lei de criação do serviço de TV a Cabo, novos sistemas de … DISTV, independentemente do tipo de comunidade a ser servida, não poderão ser instalados." 

TRF derruba decisão que proibia cobrança do ponto-extra

A Anatel conseguiu derrubar a decisão liminar que impedia as operadoras de TV por assinatura Sky Brasil, NET Florianópolis e Embratel de cobrar pela oferta de pontos-extras. O desembargador Vilson Darós, presidente do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, aceitou os argumentos apresentados pela agência reguladora e entendeu que não há prejuízo iminente na cobrança do serviço que exija a suspensão liminar dessa prática. Assim, volta a ser permitida a cobrança do ponto-extra, pelo menos até que seja julgado o mérito da ação.

A suspensão da cobrança havia sido exigida pela Justiça Federal de Joinville no dia 20 de agosto em uma ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF) de Santa Catarina. A juíza Cláudia Maria Dadico entendeu que a cobrança do serviço feria a regulamentação editada pela Anatel, que sugere que apenas serviços técnicos de manutenção e instalação podem ser faturados na oferta do ponto-extra. Em caso de descumprimento da decisão, as empresas pagariam multa diária de R$ 5 mil.

Na liminar agora suspensa, havia sido determinado ainda que a Anatel suspendesse a vigência da Súmula nº 9/2010, onde a agência reguladora teria autorizado a cobrança pela oferta do ponto extra. Novamente, a suposta contradição com o Regulamento de Proteção e Defesa dos Direitos dos Assinantes dos Serviços de Televisão por Assinatura, editado pela Anatel por meio da Resolução nº 528/2009, foi usado como argumento para embasar a decisão. A agência reguladora também estava sujeita à multa, de R$ 10 mil por dia, caso descumprisse a ordem judicial.

Recurso

A Anatel resolveu então entrar com um pedido de "suspensão de liminar" na segunda instância. A agência reguladora alegou no processo que a decisão da Justiça Federal de Joinville gera uma "grave lesão à ordem pública". De acordo com o relatório do desembargador Darós, a agência alertou ainda que os clientes com menor poder aquisitivo acabariam sendo prejudicados caso a liminar continuasse em vigor.

Para a Anatel, a suspensão da cobrança "acaba favorecendo uma parcela menor do universo dos consumidores do serviço de TV por assinatura, e justamente aquela mais abastada (que possui mais televisores em casa e utiliza-se do ponto-extra), mas prejudica os demais consumidores que possuem apenas o ponto-principal, já que estes acabarão subsidiando os pontos-extras daqueles". O presidente do TRF concordou com a lógica apresentada pela agência, concluindo que a suspensão do pagamento pelo ponto-extra poderia gerar um "tratamento desigual entre os clientes que não têm interesse na prestação do serviço em mais de um televisor".

A decisão de suspender a liminar foi tomada pelo desembargador no último dia 10 e publicada no diário eletrônico da Justiça nesta quarta-feira, 15. O MPF/SC ainda não foi notificado. Coincidentemente, a assessoria do ministério público havia divulgado nota nesta quarta informando que pretendia ir à Justiça pedir a execução das multas previstas por constatar que as empresas continuavam cobrando pelo ponto-extra.

Procurado por esta reportagem, o procurador Mário Sérgio Barbosa, responsável pela ação, confirmou que ainda não sabia da derrubada da liminar. "É lamentável a decisão porque a legislação é tão clara de que não deve haver cobrança desse tipo de oferta do consumidor", comentou o procurador. Barbosa lembrou, porém, que o desembargador analisou apenas a suspensão liminar determinada pela Justiça em primeira instância e não o mérito da questão. "O jogo ainda não está perdido", afirmou.