Arquivo da tag: Imprensa

Circulação de jornais cresce 5% no Brasil em 2008

Os jornais brasileiros encerraram o ano de 2008 com uma circulação 5% maior daquela registrada em 2007. Os dados foram retirados do consolidado anual divulgado pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC), entidade que audita a tiragem, distribuição e circulação das publicações a ele filiadas.

No último ano, a circulação média paga de todos os jornais do país alcançou a marca dos 4.351.400 milhões de exemplares por dia, número 5% maior do que a circulação registrada no ano de 2007, de 4.144.149 milhões de exemplares diários. O mês de maior força do meio jornal foi o de abril de 2008, quando a circulação bateu a casa dos 4.469.054 milhões de exemplares diários. A menor taxa de circulação diária foi registrada no último mês de dezembro, quando os jornais alcançaram o patamar médio de 4.217.909 milhões de exemplares pagos diariamente.

Embora tenha conseguido encerrar o exercício com um crescimento, a variação da circulação de 2008 (5%) foi bem menos expressiva do que a computada em 2007, quando a circulação média dos jornais do Brasil aumentou 11,8% em relação ao índice verificado em 2006.

A variação de circulação de jornais no país ainda é maior do que os dados relativos ao crescimento global do meio jornal. De acordo com dados da World Association of Newspapers (WAN), a circulação média de jornais em todo o planeta no ano de 2007 cresceu apenas 2,7% em relação à taxa registrada em 2006.

Títulos nacionais

De acordo com os dados do IVC referentes ao último mês de dezembro, o ranking dos títulos nacionais – em termos de circulação – ficou da seguinte forma:

1º- Folha de S. Paulo (SP) – 299.427 mil exemplares/dia
2º- O Globo (RJ) – 293.287 mil exemplares/dia
3º- Super Notícia (MG) – 282.213 mil exemplares/dia
4º- Meia Hora (RJ) – 234.253 mil exemplares/dia
5º- Extra (RJ) – 221.911 mil exemplares/dia
6º- O Estado de S. Paulo (SP) – 220.032 mil exemplares/dia
7º- Zero Hora (RS) – 187.220 mil exemplares/dia
8º- Diário Gaúcho (RS) – 167.125 mil exemplares/dia
9º- Correio do Povo (RS) – 157.543 mil exemplares/dia
10º-Lance (RJ) – 121.820 mil exemplares/dia

Folha erra e tensiona relações entre Equador e Colômbia

O jornal "Folha de S.Paulo" equivocou-se numa entrevista com o presidente do Equador, Rafael Correa. Ao transcrever um diálogo com o presidente, informou erroneamente que Correa dizia que a Colômbia é um “governo que não considerávamos amigos”, em resposta a uma pergunta sobre o abalo nas relações entre os dois países desde que, em março, a Colômbia entrou em território equatoriano para atacar uma base das Farc, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.

Como explica uma nota (para assinantes) na "Folha" desta segunda (6), foi colocado um “não” que não fora dito por Correa. “Na entrevista, quando questionado se considerava superada a crise com a Colômbia, após o ataque colombiano a uma base das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) no Equador, em 1º de março, Correa disse, segundo seus assessores: ‘(…) houve uma clara agressão deliberada, desleal ao território equatoriano não por parte de um país que consideramos irmão, mas de um governo que considerávamos amigo’. No texto publicado pela Folha foi incluído um ‘não’ que mudou o sentido da frase: ‘Esse caso nunca será superado porque há uma clara agressão deliberada e desleal ao território equatoriano por parte de um país que consideramos irmão, porém tem um governo que não consideramos amigo’”, disse a "Folha".

O jornal justificou o erro por uma dificuldade de se entender a fala de Correa. A Folha também disse que omitiu uma parte da entrevista, em que o presidente equatoriano afirma que: “‘em todo caso, temos que olhar para a frente e seguir’, dando a entender que poderia haver acordo com Bogotá” (transcrição da Folha).

Mal-estar

O fato é que a entrevista com Correa intensificou o mal-estar entre os dois países. Na sexta-feira (03/10), dia seguinte à publicação da entrevista, a Embaixada da Colômbia postou um comunicado no site no qual recua da decisão de ir à reunião de cúpula da Comunidade Andina das Nações (CAN), que acontece em 14/10, por causa da declaração de Correa “aos meios de comunicação”, sem deixar claro que era devido à entrevista com a Folha de S.Paulo.

Em 4/10, sábado, surgiria a resposta do governo equatoriano, em outro comunicado. O Ministério das Relações Exteriores corrige a declaração da Folha, sem citar que havia sido dada ao jornal, e sim a um “meio de comunicação do Brasil”. Diz ainda que a entrevista foi utilizada por Uribe como “pretexto” para a Colômbia deixar de participar do encontro andino.

Nesta segunda (6), em contato com as embaixadas de ambos os países, o governo colombiano informou que não tem novidades acerca da questão. Não disse se, mesmo com o esclarecimento da Folha, vai voltar atrás da decisão de não ir à reunião da CAN.

A embaixada do Equador confirmou que as relações entre os países ficaram “afetadas” com a declaração da Folha e informou que aguarda uma decisão do presidente Uribe em torno do assunto.

Editora de Mundo

A editora de Mundo da "Folha", Claudia Antunes, informa que o jornal “não tem problema em fazer correções”. Disse ainda que ficou sabendo do erro por meio das agências de notícias internacionais, que reproduziram o que o presidente equatoriano disse em seu programa de rádio e TV no sábado (4). “Como ele não explicitava que erro tinha sido cometido, busquei informações no site do Ministério das Relações Exteriores do Equador. Lá, havia a nota que esclarecia o trecho da entrevista que estava transcrito errado. E o jornal tomou a iniciativa de fazer a correção – em duas notas, uma no domingo e outra hoje”, disse a editora.

Corregedor-geral do TSE critica imprensa e diz que juiz não é censor

Durante a XX Reunião do Colégio de Corregedores da Justiça Federal, o corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Ari Pargendler, defendeu a decisão de Francisco Shintate, juiz que condenou a Folha de S. Paulo e a Editora Abril pela publicação de entrevistas com Marta Suplicy e Gilberto Kassab antes do período eleitoral. De acordo Pargendler, “juiz não é censor”.

"A diferença entre o censor e o juiz está no fato de que o censor tem juízo discricionário, ou arbitrário, ele julga de acordo com a cabeça dele, ele diz isso pode, isso não pode. O juiz não faz isso, o juiz observa normas. O juiz aplica leis. Ele pode aplicar certo ou errado, isso não é uma censura. O juiz aplicou mal a lei? O recurso vai corrigir essa situação. Acontece para mim e tem que acontecer também para o dono de jornal."

De acordo com matéria publicada no Estado de S. Paulo, o ministro também criticou a cobertura da mídia nos casos. Segundo ele, “a imprensa agiu mal” ao criticar a condenação. "Se o juiz errou, a imprensa, que não é imprensa, mas são empresas jornalísticas, que além da sua nobre missão de informar também têm interesses comerciais, pois essas empresas jornalísticas, o que têm que fazer, a meu juízo, é se submeterem ao processo judicial e recorrerem da sentença (sic)".

Sobre a decisão do TSE de permitir entrevistas antes do início da campanha eleitoral, o ministro disse: "Tivemos um julgamento pela imprensa”.

Jornal da Tarde é impedido de publicar reportagem sobre Conselho de Medicina

O juiz substituto Ricardo Geraldo Resende Silveira, da 10ª Vara Federal Cível de São Paulo, determinou que o Jornal da Tarde não pode publicar reportagem que vinha produzindo sobre supostas irregularidades cometidas pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp).No fim da tarde da terça-feira, a advogada do conselho foi à redação e apresentou a decisão judicial.

“A reportagem não estava pronta quando soubemos da determinação do juiz. Ele pede esclarecimento em 72 horas e a suspensão da reportagem”, explica Gandour. As irregularidades estão sendo investigadas pelo Tribunal de Contas da União.

O jornal vai recorrer da decisão. Na edição de hoje, o JT traz na capa reportagem sobre o caso.“Há uma geração de brasileiros hoje no mercado de trabalho, em qualquer área, que não vivenciou a ditadura. São pessoas de 27, 30 anos, podemos incluir aí os juízes, que não sabem o que é viver sob censura. O País precisa resgatar esses valores”, disse Gandour.

A Federação Nacional dos Jornalistas declarou que a atitude é antidemocrática e configura censura prévia. "Lutamos muito pelo fim da censura, mas infelizmente isso tem se tornado freqüente", disse o presidente da entidade, Sérgio Murillo de Andrade. Já a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), através de declaração de Maurício Azêdo, presidente do órgão, afirmou que "a decisão é absolutamente inconstitucional, pois a Constituição, no artigo 220, proíbe a censura e, especialmente, a censura prévia.

Com informações do site Comunique-se e do Portal Imprensa

Direção de O Dia evita ato por equipe torturada

Pouco mais do que cem pessoas se reuniram em frente à Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, às 16h de segunda-feira (02/06), no ato de repúdio à violência sofrida por profissionais de O Dia. Mais do que as poucas pessoas, chamou a atenção a ausência de qualquer pessoa da direção do jornal. O Dia foi representado por alguns de seus repórteres e fotógrafos. Procurada pelo Comunique-se, a cúpula do jornal não quis comentar a ausência.

A presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ) – que organizou o ato –, Suzana Blass, leu carta que ressalta o desmoronamento da idéia de que grupos paramilitares possam garantir segurança e que critica a forma como foi conduzida a apuração, colocando em risco a vida da equipe.

“Não estamos pedindo que não se cubra segurança pública, mas que se cubra de outra forma. É preciso repensar a cobertura, com mais articulação entre jornais e segurança para os jornalistas. A concorrência e o furo não valem a vida de ninguém”, disse Suzana.

Angelina Nunes, presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), afirmou que há quatro anos os jornais já vêm denunciando a atuação de milícias. “Já passou da hora de investigar e punir os culpados. Estamos juntos com o sindicato em pedir às empresas jornalísticas que garantam a segurança dos seus profissionais”, declarou Angelina.

Tânia Lopes, irmã de Tim Lopes, alertou que “todo dia 02/06 temos que homenagear o Tim. Então, que seja só ele”.

Muita cobertura e pouca solidariedade

O ato recebeu atenção de diversos veículos de imprensa. No entanto, descontada a proximidade com o horário de fechamento, poucos jornalistas estiveram na Cinelândia somente para acompanhar o ato. Equipes de Rede TV!, Record, Globo, TV Brasil e SBT gravaram no local. Repórteres de BandNews FM, CBN, O Globo, Jornal do Brasil, Tribuna da Imprensa, O Povo, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, entre outros, estavam presentes.

Representantes do sindicato se reuniram na segunda-feira (02/06) com o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, que garantiu que a prisão dos milicianos será feita em “curtíssimo prazo”, e pediu que as entidades presentes apoiassem a criação de um juizado criminal para o Rio de Janeiro, evitando que os processos se espalhem por muitas varas e tenham sua conclusão atrasada.

Também estiveram presentes representantes da OAB-RJ, outras entidades e políticos em pré-campanha eleitoral.