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Justiça mantém bloqueio das ações da Intelig, mas libera transação com a TIM

Em mais uma decisão, a Justiça do Trabalho manteve o bloqueio das ações da Intelig em favor do pagamento de dívidas trabalhistas da Gazeta Mercantil, mas o corregedor-geral, ministro Carlos Alberto Reis de Paula, autorizou a conclusão da operação de troca de ações negociada com a TIM. ‘No mundo do trabalho, deve-se ponderar valores que busquem equilíbrio entre a iniciativa empresarial com os direitos trabalhistas”, ponderou o magistrado.

Na mesma decisão, o ministro suspendeu o bloqueio da conta da Holdco Participações, empresa proprietária da Gazeta Mercantil e da Intelig, que tinha R$ 200 milhões bloqueados por conta da mesma dívida. Em seu parecer, o ministro acatou a argumentação da defesa, que reclamava a ocorrência simultânea de dois arrestos: das ações e da conta.

Na semana passada, a juíza Maria Aparecida Duenhas, do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, indeferiu o pedido de liminar da Holdco que tentava desbloquear as ações da Intelig.

Oi TV estará no Brasil inteiro em menos de um ano

A Oi já iniciou o recrutamento de pessoas para vender seu serviço de DTH em outros estados além do Rio de Janeiro e espera oferecer o Oi TV no Brasil inteiro em menos de um ano, informou o diretor de novos negócios e estratégia da operadora, Pedro Ripper. "Vamos azeitar os processos e avançar de forma gradual a partir do Rio de Janeiro", complementou.

O executivo preferiu não abrir as metas da empresa para o serviço. Entretanto, Ripper disse acreditar que o mercado de TV por assinatura no Brasil deve dobrar dentro de cinco anos. Hoje, existem aproximadamente 6,5 milhões de usuários de TV paga no País. Para que esse forte crescimento acontecesse faltava uma boa relação custo/benefício nos pacotes vendidos, explica o executivo. "Já foram feitas algumas ofertas competitivas, mas eram muito localizadas", comenta. Um dos diferenciais da Oi é a oferta de um pacote básico com muitos canais por uma mensalidade baixa: 26 canais por R$ 29,90 (no valor promocional, até o final de agosto). Outros canais são vendidos em pacotes modulares, que se encaixam ao plano básico mediante o pagamento de taxas adicionais à assinatura.

Globosat e pré-pago

As negociações com a Globosat e com outros programadores prosseguem. Questionado se a mensalidade do pacote básico aumentaria com a entrada de novos canais, Ripper disse que dificilmente a Oi mudará sua estratégia de ter um plano básico com muitos canais a um preço baixo. O mais provável, portanto, é que sejam criados novos módulos. "Ou novos modelos de negócios com os programadores", acrescentou o executivo. A respeito disso, o diretor informou que a Oi estuda a possibilidade de oferecer TV por assinatura pré-paga.

Ripper confirmou que haverá oferta de combos incluindo Oi TV e outros serviços da companhia em um futuro próximo. "É natural que o cliente fiel da Oi terá condições melhores para assinar o Oi TV", disse.

Telefônica e TVA lançam TV por fibra ótica em São Paulo

Conforme antecipado em dezembro, Telefônica e TVA lançaram comercialmente nesta terça, 17, o pacote de serviços que inclui TV por assinatura utilizando a rede de fibra óptica da operadora de telefonia apenas para a cidade de São Paulo, já que a licença de TV a cabo da TVA está restrita à capital. Batizado de TVA Xtreme, o serviço de TV por fibra inicialmente será comercializado apenas dentro do pacote Trio Xtreme, que oferece também banda larga de 8 Mbps a 30 Mbps e serviços de voz com ligações ilimitadas para números fixos da Telefônica dentro da cidade de São Paulo.

"Este é o primeiro lançamento de fato que tangibiliza o que é a parceria entre uma operadora de TV e uma tele. É a evolução da TV por assinatura e não é uma demo sobre uma rede hipotética. Começamos a instalar os primeiros clientes a partir de amanhã", comemora a diretora-geral da TVA, Leila Lória.

O diretor de produtos residenciais da Telefônica, Márcio Fabbris, detalha que o Trio Xtreme está disponível para cerca de 200 mil residências, incluindo casas e apartamentos, em 26 bairros de São Paulo e que a comercialização será feita em conjunto pelas duas empresas. "O serviço de TV será prestado pela TVA, a cobrança virá na fatura da Telefônica e o atendimento de call center é da Telefônica", complementa.

Serviços

O TVA Xtreme oferecerá os 110 canais por assinatura de linha, canais abertos em alta definição, pay-per-view de eventos ao vivo como futebol e Big Brother Brasil, serviços interativos com informações em tempo real sobre esportes, notícias e meteorologia em parceria com o portal Terra, e ainda uma locadora virtual com mais de 600 títulos, entre filmes, séries, músicas, conteúdos infantil, adulto e também em alta definição. O diretor de estratégia e tecnologia da TV, Virgílio Amaral, detalha que os conteúdos sob demanda serão disponibilizados em três formatos: Xtreme Free, com conteúdos gratuitos para criar o hábito de consumo no cliente; Xtreme Club, um modelo de assinatura mensal para ter acesso a conteúdos on demand, também conhecido como Subscription Video On Demand (SVOD); e ainda serão oferecidos conteúdos avulsos com preços que variam de R$ 3,90 a R$ 6,90, conforme janela de exibição e formato (se high definition ou standard definition). Os conteúdos on demand ficam disponíveis por 48 horas para o assinante ver quantas vezes quiser e permitem funcionalidades similares a um DVD, com funções como parar, voltar ou adiantar o conteúdo.

Lar digital

"Mais do que levar banda larga, a fibra óptica permite uma mudança no consumo de conteúdo e o estabelecimento do conceito de 'lar digital', para distribuição de conteúdo de alta qualidade e integração de diversos serviços", afirma Amaral, da TVA. Segundo ele, a grande inovação é que o set top-box se dissocia do aparelho de TV, passando a ser um hub para conectar todos os equipamentos da casa como computadores, video games e TVs.

Já os equipamentos Orby, que até o final de 2008 a Telefônica esperava lançar comercialmente no primeiro trimestre deste ano, podem chegar apenas para o segundo semestre. Isso porque o equipamento, similar a um "smartphone fixo" e que conta com uma pequena tela sensível ao toque e com conexão à Internet, ainda está muito caro, algo em torno de R$ 1,5 mil. "Estamos negociando com o fabricante nos Estados Unidos para tentar oferecer o equipamento em um pacote de serviços e diluir um pouco esse custo. Além disso, ainda precisamos montar uma rede de assistência técnica. Devemos ter isso para o segundo semestre, vai depender da negociação e do câmbio", conta Fabbris, diretor de produtos residenciais da tele.

Pacotes

O Trio Xtreme será comercializado em quatro pacotes. Todos incluem um ponto adicional em standard definition. Os conteúdos on demand e pay-per-view são cobrados separadamente.

– Trio 8 MB: R$ 269,90, incluindo banda larga com 8 MB de download e 1 MB de upload, TVA Xtreme Família, Voz Xtreme + assinatura com ligações locais ilimitadas para telefone fixo, modem Wi-Fi e instalação grátis.

– Trio 8 MB HD: R$ 289,90, incluindo banda larga com 8 MB de download e 1 MB de upload, TVA Xtreme Total, Voz Xtreme + assinatura com ligações locais ilimitadas para telefone fixo, modem Wi-Fi + decoder HD e instalação grátis.

– Trio 30 MB: R$ 319,90, incluindo banda larga com 30 MB de download e 5 MB de upload, TVA Xtreme Total, Voz Xtreme + assinatura com ligações locais ilimitadas para telefone fixo, modem Wi-Fi e instalação grátis.

– Trio 30 MB HD+PVR: R$ 339,90, incluindo banda larga com 30 MB de download e 5 MB de upload, TVA Xtreme Total, Voz Xtreme + assinatura com ligações locais ilimitadas para telefone fixo, modem Wi-Fi + decoder HD + PVR com capacidade de armazenamento de 160 Gb e instalação grátis.

Investimentos

O projeto de levar fibra óptica até a casa dos usuários começou ainda em 2007 com um teste em 40 mil residências na região dos Jardins e agora, após mais de R$ 100 milhões investidos para passar a fibra óptica em 26 bairros da capital paulista e em mais 8 cidades do Estado, a rede de FTTH (fiber-to-the-home) da Telefônica chega a um total de mais de 370 mil residências. E embora Fabbris, da Telefônica, não possa revelar o valor exato, ele garante que o investimento em fibra em 2009 não será inferior ao do ano passado.

Nas cidades da região metropolitana de São Paulo e ainda em Campinas, Santos e Sorocaba, onde está a rede FTTH, a operadora oferece apenas banda larga e voz ilimitada sobre fibra. "Complementamos a oferta com o serviço 'Telefônica TV Digital', utilizando DTH", diz Fabbris.

Leila Lória, da TVA, aguarda para março a apreciação por parte da Anatel de novas licenças de TV a cabo para outras cidades no Estado de São Paulo. "Estamos batalhando há um bom tempo por essas novas licenças de TV a cabo para podermos usar infra-estrutura de terceiros e nos dedicarmos ao que realmente sabemos fazer, que é operar o serviço".

Setor de telecomunicações enfrenta momento da verdade

O setor mundial de telecomunicações se reunirá na cidade espanhola de Barcelona na semana que vem com a esperança de encontrar maneiras de contornar a crise, superar novos e poderosos rivais e derrotar os programadores de software que ameaçam roubar sua posição.

O Mobile World Congress, maior evento anual do setor de telecomunicações, surge ao final de uma temporada de anúncio de resultados negativos para 2008, na qual predominaram cortes nas projeções de lucro, anúncios de pesadas demissões e reduções severas nos investimentos.

O setor de telefonia móvel está encarando novos rivais, na computação e na Web, entre os quais o Google e a Apple, que perceberam mais rápido o potencial de convergência entre os recursos de telefonia móvel e de Internet.

Este ano, diversos fabricantes de computadores entrarão no jogo.

Os fabricantes taiuaneses de notebooks Acer e Asustek devem lançar novos celulares inteligentes, e há fortes rumores de que a fabricante de computadores Dell também estaria pensando em se reformular como produtora de celulares.

Bengt Nordstrom, da consultoria de gestão de telecomunicações Northstream, diz que os fabricantes de notebooks desenvolveram relacionamentos com as operadoras à medida que a banda larga se tornava realidade, o que facilita o próximo passo na comercialização de seus celulares.

"Dell, Fujitsu, Lenovo, Acer são empresas bem conectadas. Os laptops se tornaram parte integral do mercado de banda larga móvel", diz ele. "E essas empresas são muito boas em logística, em enxugar os processos de produção."

O setor de comunicações móveis, antes controlado por imensos monopólios estatais integrados, se fragmentou de forma a que hardware, software e serviços agora podem ser facilmente fornecidos por diferentes provedores.

Sistemas operacionais agora estão disponíveis gratuitamente por fornecedores como o Google, ou a Symbian Foundation, controlada pela Nokia. Fornecedores independentes podem comercializar arquivos de música, fotos ou mapas sem aprovação das operadoras de redes.

Teste de sobrevivência

Mas são os fabricantes tradicionais de celulares que estão sendo os mais pressionados.

Apesar de celulares serem o produto eletrônico de consumo mais popular da história, o número de aparelhos vendidos este ano deve cair pela primeira vez desde 2001.

Analistas esperam um volume 11% menor de celulares vendidos este ano em relação a 2008. As estimativas deles já foram várias vezes reduzidas nos últimos meses e há risco de novas reduções mais para frente.

Mesmo a maior fabricante de celulares do mundo, a Nokia, cuja posição dominante de mercado a faziam parecer intocável, registrou uma queda de 15% nas vendas de aparelhos do último trimestre.

Por isso, para compensar a pressão sobre as margens e vendas, a Nokia e outros fornecedores estão correndo para vender serviços aos consumidores.

Enquanto isso, operadoras de redes, também, têm tentado entrar no mercado de serviços e aplicativos, mas sem muito sucesso fora do Japão, com exceção da Vodafone.

As operadoras móveis temem se tornar meros "tubos" da mesma maneira como aconteceu com provedores de Internet fixa, que fornecem acesso a preço fixo, permitindo a terceiros entregarem serviços de busca, mídia e lojas online que ficam com a maior parte dos benefícios.

"É muito difícil evitar esse destino", afirma o consultor Nordstrom. Mas ele acrescenta: "Não é de todo mal. Se você administrar o custo direito e for um entre três ou quatro nomes no mercado, ainda será um negócio bem lucrativo para se estar."

Globosat vai vender programas na internet

A Globosat deixará neste ano de ser exclusivamente uma programadora de canais pagos.

A empresa da Globo passará a distribuir conteúdo pela internet e pelo celular. Investirá também em DVD e video-on-demand, serviço de TV paga em que o assinante compra programas e filmes sob encomenda.

Para cuidar dessa expansão, a Globosat terá a partir de segunda um diretor de novas mídias.

Segundo Alberto Pecegueiro, diretor-geral da Globosat, a área será "a maior frente de investimento para este ano".

Uma das ideias é criar uma loja virtual de venda de conteúdo da Globosat, cujos canais (SporTV, Globo News, GNT, Multishow) exibem por mês mais de 500 horas de programação feita no Brasil. A "iTunes" da Globo vai vender programação por download (para baixar no computador) e streaming (para assistir no próprio site). "Estamos estudando um sistema de transmissão por cobrança na internet", confirma Pecegueiro.

A Globosat deverá seguir o modelo da Playboy do Brasil (da qual a Globo tem 60%), que desde dezembro oferece conteúdo erótico para celular.

Segundo Pecegueiro, a TV paga continuará sendo a prioridade da Globosat. Mas serão produzidos conteúdos exclusivos para as novas mídias.

Reportagens do SporTV ou da Globo News poderão ter versões curtas para celular e "extras" para internet.