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Classe C se firma como principal foco da TV por assinatura

Com o crescimento econômico do Brasil nos últimos anos e o aumento da renda da classe C, o mercado de TV por assinatura brasileiro, até recentemente focado nas classes A e B, consolida-se nesta nova classe em ascensão e busca adaptar seus serviços para esta nova realidade. O crescimento na TV paga, que no último trimestre atingiu a marca de 11 milhões de assinantes, vem puxado pelos pacotes de banda larga, visto como necessidade por clientes da classe C, segundo a presidente da Viacabo, Silvia de Jesus.

A Viacabo é uma operadora de médio porte que opera em 14 municípios pequenos, longe das grandes capitais, como Porto Velho (RO) e Varginha (MG), em que o perfil de boa parte de seus usuários é justamente a classe C, que atualmente representa 53,9% da população total do país, e é a faixa que mais cresce no Brasil. A companhia conta com uma base de 100 mil clientes, mas planeja expandir para 250 mil em dois anos, além de ampliar sua atuação para outras 15 cidades.

Segundo estudo do Instituto Data Popular, enquanto que o serviço de telefonia fixa permaneceu quase estagnado entre 2003 e 2010, a TV por assinatura cresceu 2,6 vezes no mesmo período e a banda larga disparou em 9,4 vezes. Hoje, a classe C representa 56% dos domicílios com internet no Brasil, e já é metade dos usuários de banda larga.

Para Renato Meirelles, presidente do instituto de pesquisa, isso se deve a uma mudança na configuração da classe C, que passou a ter uma melhor percepção do custo-benefício de uma conexão banda larga. É uma população mais jovem, com melhores oportunidades de educação que seus pais, representando 53% da renda familiar e  já identifica a internet como sua principal fonte de informação.

Para atender a essa demanda, a Viacabo oferece pacotes com banda larga mínima de “1 mega”  e, junto com a internet, um pacote básico de TV com 10 canais fechados, além das emissoras abertas. “Para esse público, os canais seguem uma certa linha. Há sempre um canal infantil, um de esportes, de documentários  e um de filmes dublados”, afirmou Silvia.

Segundo a diretora de pesquisa e análise de mercado da Globosat, Giani Giraldi, embora o melhor sinal de TV aberta tenha deixado de ser a principal razão para adquirir uma assinatura de TV paga, os canais fechados representam apenas 30% da audiência da TV paga, refletindo o perfil do público de classe média. A classe C é responsável por 43% das assinaturas de TV no país, de um total de 11 milhões. Giani afirma, no entanto, que a tendência é que isso mude, lembrando que no ano passado esse dado era de 20%.

Apesar do forte crescimento, a TV por assinatura ainda tem uma penetração baixa na classe C, de apenas 24%, de acordo com a Data Popular. Para Meirelles, no entanto, isso representa uma enorme oportunidade, especialmente em regiões como o Nordeste, onde a classe C apresenta uma taxa de crescimento de 50%, se concentrado principalmente em áreas urbanas não-metropolitanas. No Brasil, 61% dessa faixa da população está nessas regiões.

Telefônica domina banda larga em 591 cidades de SP e Oi em 3.763 municípios brasileiros

Os números do Plano Geral de Metas de Competição (PGMC) da Anatel não colocam dúvidas sobre o poderio dos três principais grupos de telecomunicações. Juntos, a Oi, Telefônica e Telmex  exercem o poder de mercado em quase a totalidade do território nacional. Os mercados onde há um efetivo monopólio das concessionárias locais são os da interconexão fixa e móvel. O de menor concentração é o de TV por assinatura (até pela inexistência do serviço na plataforma de cabo).  E o  mercado de banda larga, o mais importante atualmente,  também há o predomínio do poder das concessionárias locais.

Na infraestrutura de oferta de banda larga, apenas 1.210 cidades brasileiras são contempladas com a competição. Nos 645 municípios da área de concessão da Telefônica, a operadora exerce o poder de mercado, sozinha,  em 547 deles e divide com o grupo Telmex o poderio em outras 44 cidades. Ou seja, dos 645 municípios que integram a área de concessão da Telefônica, em apenas 54 deles há a competição na oferta de atacado da banda larga.

Na área da Oi, a realidade é ainda mais dramática. Dos 4.919 municípios que integram as regiões I e II, a operadora atua sozinha em 3.758 municípios, e em outras cinco cidades, divide  com o grupo Telmex este poder. No total, são apenas 1.156 cidades onde a infraestrutura de banda larga é oferecida para além dessas duas empresas, no entender da Anatel.

No mercado relevante de  infraestrutura de transporte local, a competição também só ocorre em 1.024 cidades. No estado de São Paulo, a Telefônica exerce o controle de 606 cidades, e na região I e II a Oi tem poder de mercado em 3.934 municípios. Na infraestrutura de transporte de longa distância, o poderio dos três grupos é ainda maior, com apenas 913 cidades do país podendo contar com mais do que  três ofertas de redes diferentes.

No estado de São Paulo,  a Telefônica tem o monopólio da infrastrutura de longa distância em quase metade dos municípios (311); e divide com  a Embratel o poder de mercado em outras 295 cidades. A competição só se instalou em  39 cidades paulistas. Já a Oi detém o monopólio em 3.247 cidades e divide com a Telmex o poder de mercado em outras 687 cidades. O que dá um total de 3.934 municípios sob o domínio das dois grupos, restando apenas 985 cidades com competição.

TV paga movimentou US$ 240 bilhões em 2010

A empresa de pesquisa Infonetics aponta que as pessoas não hesitam em pagar pelo conteúdo que consideram atraente, apesar da quantidade crescente de conteúdo livre, especialmente a partir de soluções over-the-top (OTT) e outras fontes de vídeo online. Uma pesquisa realizada pela empresa apontou que a receita mundial de IPTV, TV a cabo e de serviços por satélite cresceu para US$ 240 bilhões em 2010, um aumento de 11% em relação a 2009.

Das diferentes plataformas de televisão por assinatura, a IPTV foi a que cresceu mais significativamente, 45%, seguida por satélite, com 13%. Mesmo ainda representando a maior proporção de receitas, a participação do cabo no faturamento do setor diminuiu visivelmente.

Entre as empresas, a Comcast manteve a liderança em termos de número de assinantes, com 22,8 milhões de clientes do serviço de vídeo. A título de receitas, a DirecTV apresentou o maior ARPU da indústria. Os 20 líderes em receitas representam 53% do total nos serviços de vídeo.

As regiões que apresentaram maior crescimento foram Ásia-Pacífico e América Central e Latina, impulsionadas pela conversão analógico-digital e o forte crescimento de assinantes novos em mercados como Brasil, Índia, Malásia e México.

Comentando sobre as tendências reveladas na investigação, Teresa Mastrangelo, diretora analista para vídeo, diz que "estamos vendo o crescimento contínuo no mercado de TV paga, impulsionado pela capacidade em oferecer serviços de voz/vídeo/dados, e por uma ampla gama de conteúdos entregues de forma linear ou sob demanda, como o DVR multi-room e a distribuição em múltiplas janelas. Embora a operadoras de cabo continuem a ser desafiadas pela concorrência com os operadores de IPTV e satélite, o mercado global continua robusto, apesar da atratividade dos serviços de OTT".

O relatório da Infonetics Research está disponível no site www.infonetics.com

TV paga já está presente em 10,4 milhões de lares

O Brasil já conta com 10,4 milhões de lares recebendo sinal de TV por assinatura. Só no primeiro trimestre deste ano, foram 650 mil novos assinantes, de acordo com dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). A alta é de 6,65% na comparação com o primeiro trimestre de 2010.

Assim como aconteceu em 2010, ano em que a base de assinantes cresceu 30,7%, o crescimento foi puxado por consumidores das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Nove dos dez Estados de maior crescimento no mês de março estão nessas três regiões. A maior alta aconteceu na Bahia: 79%, atingindo 316,7 mil assinantes.

Em seguida vem o Piauí, Estado com a menor densidade de assinantes por domicílio no país (3,5 assinantes por 100 domicílios).

Depois de crescer 76,3%, o Piauí encerrou o mês de março com 31 mil assinantes.

Na outra ponta, a unidade federativa com maior renda per capita, o Distrito Federal, é também a que tem a maior densidade de serviços de TV por assinatura. De cada 100 domicílios, 33,3 possuem o serviço. A densidade nacional é de 17,4 assinantes para cada 100 domicílios. Com base nos indicadores sociais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que contabiliza 3,3 pessoas por domicílio, a Anatel estima que a TV por assinatura alcance uma audiência de mais de 34,4 milhões de pessoas.

Esse crescimento vem sendo acompanhado pelo aumento da verba publicitária destinada ao setor.

Em 2010, de acordo com o Projeto Inter-Meios, o faturamento bruto das TVs por assinatura foi de R$ 1,011 bilhão, um aumento de 23% sobre o ano anterior (R$ 823 milhões). Isso representa 3,86% de toda a verba destinada à publicidade no país no ano passado.

Cabo x Satélite

Os números da Anatel mostram uma disputa acirrada entre prestadores de serviço que transmitem sinal via cabo ou por satélite.

Em março, os serviços via satélite cresceram 4,4%, atingindo uma participação de 48,2% do mercado. Já a TV a cabo caiu 0,8%, ficando com 49% do mercado.

Em dezembro de 2010, os prestadores de serviço via cabo lideravam com uma folga maior: tinham 51% de participação, ante 45,8% dos serviços via satélite.

 

Com piora nos resultados de quase todos os serviços, Oi tem prejuízo de R$ 395 milhões no trimestre

A Oi anunciou nesta quinta, 28, os resultados operacionais e financeiros referentes ao primeiro trimestre de 2011. O principal destaque do crescimento operacional da operadora foi a base de clientes dos serviços móveis, que somaram 41,5 milhões de assinantes (crescimento de 5,5% no trimestre) seguido pelos 19,7 milhões de assinantes dos serviços de telefonia fixa (perda de 1,4% no trimestre); 4,5 milhões de banda larga (247 mil novos clientes no trimestre); e 311 mil de TV por assinatura (crescimento de 13,1% no trimestre).

Em relação aos serviços de banda larga, a velocidade média dos clientes Velox passou a 1,91 Mbps em março de 2011, contra 1,68 Mbps no final do ano passado. Segundo o balanço, 14% da base já contrata serviços de 4 Mbps ou mais. Já os serviços 3G chegaram a 666 mil assinantes, sendo 420 mil usuários de mini-modems e 246 mil assinantes de pacotes de dados por celulares.

Receitas em queda

A receita por usuário na base de linhas fixas também vem caindo. Era de R$ 55,5 no primeiro trimestre de 2010 e e no final de março era de R$ 51,7. O ARPU da banda larga também está em queda, passando de R$ 42,1 no primeiro trimestre de 2010 para R$ 40,6 no primeiro trimestre de 2011. Também na telefonia móvel, a Oi teve ARPU declinante, indo de R$ 21,8 para R$ 20,7 entre o primeiro trimestre de 2010 e o primeiro trimestre de 2011.

Em termos financeiros, a receita bruta da Oi caiu 4,5% no primeiro trimestre em relação à registrada no final de 2010, totalizando R$ 10,899 bilhões. A receita líquida caiu 5% em um trimestre e 7,1% em relação ao mesmo período de 2010, fechando o primeiro trimestre de 2011 em R$ 6,933 bilhões. Houve queda de receitas em praticamente todas as estratificações feitas pela Oi. Uma das únicas exceções foi o serviço de dados e serviços de valor adicionado móveis, em que a receita cresceu 18% no ano. Já a receita de dados com a rede fixa ficou inalterada.

O EBITDA consolidado da Oi teve queda de 12,7% no primeiro trimestre e 21,8% nos 12 meses terminados em março de 2011, fechando em R$ 1,985 bilhão. A margem EBITDA também caiu de 34% no primeiro trimestre de 2010 para 28,6% no mesmo período de 2011.

Com tudo isso, o prejuízo concolidado no primeiro trimestre do ano foi de R$ 395 milhões, contra um lucro de R$ 518 milhões no mesmo período de 2010. A dívida líquida consolidada era de R$ 14,39 bilhões no primeiro trimestre, contra R$ 21,27 bilhões no mesmo período de 2010. Foi uma queda de 32,4% no endividamento.

O maior credor individual da Oi é o BNDES, com uma dívida de R$ 6 bilhões, praticamente metade do total devido pela empresa. Os dados apresentados referem-se sempre aos resultados da holding TNL, consolidados.