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Governo pretende reduzir IPI e Cofins de conversores para TV digital

O governo federal pretende reduzir as alíquotas do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) que recaem sobre os conversores externos para TV digital. De acordo com o assessor especial da Presidência da República, André Barbosa, a proposta será apresentada segunda-feira (12), durante a reunião do Conselho Deliberativo do Fórum Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD), em São Paulo.

“Ainda não definimos de quanto será essa redução, até porque antes precisamos consultar o Ministério da Fazenda. Mas esses incentivos certamente nos ajudarão a alcançar o objetivo de popularizar a TV digital no país e a atingir a meta de vender 15 milhões de set top boxes por ano”, disse Barbosa hoje à Agência Brasil.

Ele explicou que outros incentivos serão apresentados durante a reunião. “Vamos propor também que os procedimentos alfandegários sejam mais rápidos para viabilizar a importação de insumos”, acrescentou o assessor da Presidência da República.

Segundo ele, como os fabricantes venderam muitos televisores com os conversores embutidos, há em estoque um grande número de aparelhos sem o equipamento integrado. “Vamos somar nossos esforços à política de estoque dessas empresas e direcionar os set top boxes ao público de baixa renda”, completou. (Fonte: Agência Brasil)

TV Digital ganha campanha explicativa para o público

Começa a ser veiculada na sexta-feira 26, a nova campanha do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (Fórum SBTVD). O objetivo é reforçar para os consumidores a gratuidade da recepção e esclarecer os funcionamentos e benefícios do sistema de TV digital quanto à qualidade de imagem e som das transmissões em relação ao sinal analógico.

Sob o conceito "Sinal da Tv Digital: é pra você, é de graça, é bom de ver", a campanha é composta por três filmes de 30", que explicarão a mobilidade do sistema e a como sintonizar o sinal digital a partir dos conversores avulsos e integrados.

Um quarto filme, voltado exclusivamente para destacar a interatividade do sistema, irá ao ar em meados de abril. Serão seis exibições por dia nos canais abertos, que cederam espaços de sua programação sem custos para o Fórum.

"O boom do mercado inglês de TV digital começou depois que começaram a bater na tecla da gratuidade. Trouxemos isso para a nossa experiência", afirma Frederico Nogueira, presidente do Fórum SBTVD.

Assinada pela Light Comunicação e produzida pela Telefim Produções, esta é a terceira campanha do Fórum desde a sua fundação, em novembro de 2006. Os investimentos na ação correspondem a 30% do budget anual do Fórum. Segundo Nogueira, o orçamento reduzido é um dos motivos pelo qual a organização não realiza campanhas com uma maior constância.

Hoje, 28 cidades brasileiras têm acesso ao sinal de TV digital: São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Goiânia (GO), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Salvador (BA), Campinas (SP), Cuiabá (MT), Florianópolis (SC), Vitória (ES), Uberlândia (MG), São José do Rio Preto (SP), Teresina (PI), Santos (SP), Aracaju (SE), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Fortaleza (CE), Recife (PE), João Pessoa (PB), Sorocaba (SP), Manaus (AM), Belém (PA), Ribeirão Preto (SP), Joinville (SC), Londrina (PR) e Natal (RN).

Internacionalização do sistema nipo-brasileiro

O presidente do Fórum anunciou também que mais três países sul-americanos estão prestes a aderir ao sistema de transmissão Nipo-Brasileiro, batizado internacionalmente de ISDB-T. "Estamos negociando um acordo com Bolívia, Equador e Uruguai. Já estão sendo trocados documentos diplomáticos sobre a intenção", informou Nogueira.

Antes, Peru, Chile, Argentina e, mais recentemente, a Venezuela já haviam aderido ao sistema. Os próximos alvos de negociação serão os países da América Central e da África.

Intervozes alerta para necessidade de atualizar regras frente à digitalização

Desde a escolha do padrão para a digitalização da televisão brasileira, há três anos, um dos principais desafios da mudança do sistema ainda não foi resolvido: a atualização da regulamentação do setor para que as regras estejam em compasso com a nova realidade. Essa pendência continua preocupando entidades envolvidas com o setor, como é o caso do Coletivo Brasil de Comunicação Social (Intervozes). Em debate realizado nesta terça-feira, 20, na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara dos Deputados, o coordenador do Intervozes, Bráulio Ribeiro, alertou que a falta de regulamentação pode gerar efeitos mais nocivos do que um simples descompasso com o mercado.

A iminente escolha de um padrão de digitalização para o rádio já preocupa as pequenas emissoras. Segundo Ribeiro, sem a atualização das regras, emissoras comunitárias de rádio correm o risco de serem obrigadas a parar de funcionar quando a migração for feita. Isso porque o efeito inicialmente positivo da digitalização, que permite a cobertura de áreas maiores com menos potência, aniquilaria as transmissões das comunitárias, que já trabalham com potências baixas. "Testes mostram que a transmissão das comunitárias pode se igualar ao ruído das grandes cidades", alertou o representante do Intervozes.

A proposta da entidade para evitar este problema é que o Ministério das Comunicações altere os parâmetros utilizados para o funcionamento dessas rádios, retirando o limite de potência e se pautando pela área de abrangência da comunidade. Assim, essas rádios poderiam utilizar a potência necessária para cobrir a área da comunidade-alvo, mesmo que a transmissão seja em taxas mais altas do que o permitido atualmente.

Outra preocupação é com a transferência das emissoras de televisão do VHF para o UHF no processo de digitalização. As regras em vigor prevêem a existência de 10 canais em cada uma dessas modulações. E apenas a soma das emissoras comerciais e dos oito canais públicos criados pelo governo – entre eles os da cidadania, educação e cultura – já excederia o limite regulatório atual. "Desde o início nós alertamos que há uma inversão da discussão. Falta uma regulamentação que considere a entrada de novos players, a oferta de novos serviços e outras realidades que estão surgindo com a digitalização".

Democratização

Além de solucionar problemas concretos, o debate sobre a regulamentação e, até mesmo, de uma atualização das leis em vigor tem como alvo maior uma democratização da comunicação. A bandeira levantada pelo Intervozes também foi empunhada pela deputada Luiza Erundina (PSB/SP) autora do requerimento de realização da audiência pública de hoje. Para a deputada, a legislação do setor está "obsoleta" e a discussão ainda não foi feita com a profundidade necessária. "Os avanços tem sido muito lentos, muito reticentes", declarou, lembrando que a democratização dos meios é uma tendência mundial.

Na percepção de Bráulio Ribeiro, o país precisa tomar uma decisão sobre qual rumo pretende tomar nas comunicações a partir de agora. "A questão não é tecnológica; é política. E, na nossa visão, ele (o modelo adotado até o momento) está a serviço da manutenção do atual perfil de concentração da radiodifusão no país."

Da parte da Anatel, a postura é proteger as emissoras de interferências que poderiam inviabilizar a transmissão de TV. Para isso, a agência fez opções fortemente técnicas como impedir a entrada de novas empresas durante os nove anos de transição do modelo analógico para o digital, conforme explicou o superintendente de Serviços de Comunicação de Massa da Anatel, Ara Apkar Minassian.

Consignação X concessão

Outra polêmica que ainda atiça o segmento de radiodifusão é a ação movida pelo Psol questionando a constitucionalidade do decreto nº 5820/2006, que implantou o sistema de televisão digital no Brasil. O assunto também foi discutido na audiência e o presidente do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), Frederico Nogueira, aproveitou a ocasião para reforçar a defesa do decreto.

"Não há nenhum tipo de infração à lei por parte do decreto. Ele está totalmente de acordo com a legislação porque não se deu uma nova concessão, mas apenas um aditivo à concessão existente, uma consignação de um canal necessário para a transição", argumentou Nogueira. A disputa judicial que está sendo travada no Supremo Tribunal Federal (STF) coloca em dúvida se a consignação de mais um canal, mesmo que para a transição, para as emissoras não fere o Código Brasileiro de Telecomunicações (CBT) que determina que cada empresa só pode ter um canal em cada cidade.

Nogueira argumenta ainda que, como haverá um switch off em 2016, está configurado que, na verdade, a emissora detém a concessão plena dos dois canais. Mas, para o Intervozes, a devolução dos canais analógicos no fim da migração não é garantia de cumprimento da lei. "Este pode ser o maior problema do decreto porque ele faz toda a migração lastreado em cima de um serviço que vai deixar de existir", analisa Bráulio Ribeiro, fazendo referência ao modelo analógico.

O assunto ainda está longe de ser pacificado. A Procuradoria Geral da República (PGR) já emitiu parecer apoiando as dúvidas levantadas pelo Psol de que seria necessária uma nova licitação para conceder novos canais às emissoras. Para a PGR, o decreto está permitindo às empresas explorarem um novo serviço sem a devida autorização do Congresso Nacional. O caso ainda não tem data para julgamento no STF.

Juiz nega liminar para uso de multiprogramação pela Band e RedeTV

[Título original: Juiz nega liminar que garantiria o uso já da multiprogramação pela Band e Rede TV!]

O juiz federal Itagiba Catta Preta Neto negou liminar à ação movida pela Abra (Associação Brasileira dos Radiodifusores), impedindo a suspensão antecipada dos efeitos do artigo 10.3 da Norma 01 aprovada pela Portaria 24/2009, do Ministério das Comunicações. Segundo a Portaria, publicada em março último, “a multiprogramação somente poderá ser realizada nos canais de entidades integrantes dos poderes da União”.

De acordo com o despacho, “a complexidade da matéria, suas implicações de ordem técnica e consequências de eventual concessão da antecipação da tutela não recomendam tal providência”. O juiz, entretanto, deixou brecha para modificar sua decisão, afirmando que indeferia o pedido de tutela antecipada “ao menos por enquanto”. O mérito da ação, porém, ainda não tem data para julgamento.

Na ação, a Abra argumenta que a portaria do Minicom fere os princípios de isonomia e ato administrativo válido, perfeito e eficaz e coloca em risco a continuidade do processo de implantação da TV Digital no Brasil, uma vez que trará prejuízos imensuráveis aos radiodifusores, poder público e principalmente à população”. A entidade lembra que a escolha do sistema SBTVD-T, formado a partir do sistema japonês adaptado ao Brasil, deu-se exatamente pela possibilidade do multicanal.

Na opinião da entidade, que reúne representantes da Band e Rede TV!, a população brasileira ficaria privada de usufruir da nova tecnologia, diferentemente do que já vem ocorrendo com a população dos outros países.

Ministro Hélio Costa acredita em fracasso de ação contrária ao modelo de TV digital do Brasil

O ministro das Comunicações, Hélio Costa, descartou o sucesso da ação no Supremo Tribunal Federal (STF), que questiona a constitucionalidade do modelo de TV digital adotado no Brasil. Criada pelo partido PSOL e endossada pela Procuradoria Geral da República (PGR), a medida aponta incorreções no sistema nipônico-brasileiro.

A PGR alega que o serviço de TV digital fere o artigo 223 da Constituição Federal, ao conceder aos radiodifusores a possibilidade de explorar novo serviço sem autorização do Congresso. A Procuradoria diz ainda que a medida renova as concessões de emissoras, sem análise prévia do Poder Legislativo.

Na avaliação de Hélio Costa, o sistema se TV digital é baseado apenas em ampliação tecnológica, e não em um processo de transição no setor.

"O decreto foi cuidadosamente elaborado para evitar a superposição das frequências. A consignação é um empréstimo do canal, exatamente para não prejudicar o telespectador, que vai continuar assistindo a TV analógica até que resolva ou tenha condições de trocar de equipamento. O que não estão entendendo é que se trata de um processo de transição da tecnologia", disse o ministro.

Costa afirmou que irá se reunir com o ministro Carlos Ayres Brito – relator da ação de inconstitucionalidade criada pelo PSOL- para mostrar a posição do governo sobre o tema. Técnicos do Ministério das Comunicações ressaltaram ainda que a Adin no STF não se refere ao modelo de TV digital adotado pelo país, reforçando a permanência do serviço. A informação é do site Convergência Digital.