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Campus Party 2008 realizará oficinas sobre o software da TV digital

Com a introdução da TV digital no país em dezembro, um dos grandes destaques da área de Software Livre do Campus Party Brasil 2008 são as oficinas de capacitação em Ginga, o software da TV digital brasileira. Resultado de anos de pesquisas lideradas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o Ginga reúne as tecnologias mais avançadas da TV digital, adequadas à realidade do país.

Segundo o coordenador da área de Software Livre da Campus Party Brasil, Mario Teza, os inscritos nessa seção terão acesso a um conhecimento aprofundado sobre Ginga ainda pouco divulgado no país. 'As emissoras de TV estão em fase de investimento na capacitação das suas equipes e nós vamos compartilhar esse conhecimento avançado com os campuseiros', afirma Teza. Também será abordada a produção de conteúdo por meio do ‘composer’, uma ferramenta que possibilita até a quem não entende nada de programação fazer edição de imagens para TV Digital.

As oficinas serão ministradas pelo professor Luís Fernando Gomes Soares, da PUC-RJ, um dos pais do Ginga. A Campus Party Brasil acontece de 11 a 17 de fevereiro de2008, em São Paulo, e é o maior encontro de comunidades da Internet do mundo. É um espaço pensado para incentivar o compartilhamento, a aprendizagem e a transferência de conhecimentos. Durante sete dias e sete noites, milhares de participantes acampam em suas barracas, com seus computadores atiracolo trocando momentos, idéias e experiências. Todos têm à disposição uma poderosa conexão de 5Gb, a mais potente já oferecida para usuários individuais em todo o mundo.

O público da Campus Party é composto por líderes de comunidades on-line com intensa atuação na rede. São internautas com enorme poder de formar opinião e criar tendências, que antecipam o futuro da nova economia e os caminhos da tecnologia da informação.

Atitude da Microsoft é “ato de desespero”, diz OpenOffice

O OpenOffice.org classificou como “ato de desespero” a declaração da Microsoft que a suíte de aplicação de código aberto viola 45 de suas patentes. Contudo, não foram explicadas quais seriam as patentes violadas. 

“Não entendo o que motivou a Microsoft a se arriscar tanto com uma posição que só serve para desviar tanto clientes quanto milhões de pessoas que utilizam o Linux”, declarou um dos gerentes do OpenOffice.org, Louis Suarez-Potts.  

Em entrevista à Fortune, o conselheiro geral da Microsoft, Brad Smith, falou sobre a posição da empresa. Durante a entrevista, Smith disse que o OpenOffice.org, alternativa de código aberto ao próprio Office da Microsoft, viola aproximadamente 45 patentes. Smith não especificou quais patentes a Microsoft acredita terem sido violadas pelas aplicações.  

O OpenOffice, que está disponível tanto para o Windows quanto para o Linux, pode ser baixado e utilizado gratuitamente. Uma versão para a interface Mac OS X Aqua da Apple deve ser disponibilizada para testes ainda este ano. O Microsoft Office 2007, enquanto isso, é lançado em versões para o Windows e o Mac OS X. Os pacotes custam a partir de 149 dólares.  

“Este é um ato extraordinário e desesperado”, declara Suarez-Potts, que trabalha para a empresa canadense Collaborative Network Technologies. “Creio que haverá troco. A Microsoft está se armando contra o código aberto.”  

Suarez-Potts viu evidências de que o ataque se aproximava no foco da Microsoft sobre o GPLv3, a 3° versão da Fundação de Licenças Públicas para Softwares Gratuitos. “O último rascunho do GPLv3 pretende romper a ponte existente entre tecnologias proprietárias e de código aberto que a Microsoft trabalhou para construir com a indústria e clientes”, diz Suarez-Potts.  

Mas o OpenOffice sequer utiliza a licença GPL. A licença utilizada é o LGPL (Licença GNU para o Público Geral).  


O único conflito entre a Microsoft e o OpenOffice.org até então era a respeito de formatos de documentos, com o empurrão formal do Open XML e a tardia promoção do ODF (Formato de Documento Aberto).

 

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Associação “liberta” software para entrega do Imposto de Renda

A Free Software Foundation Latin America (FSFLA) terminou ontem o processo de libertação do programa da Receita Federal, o IRPF2007. O trabalho possibilitou a entrega da primeira declaração de imposto de renda do Brasil preparada exclusivamente com Software Livre. Foram alguns meses de negociação com a Receita Federal, quase sem sucesso. O único passo concreto foi a publicação das especificações dos formatos de arquivo de declaração, infelizmente incompletas. 

Não houve qualquer progresso na regularização do programa IRPF2007, cuja versão Java para GNU/Linux infringe direitos autorais de 11 pacotes de Software Livre e cujo uso parecia violar a Lei do Software, que diz que um programa de computador somente pode ser utilizado mediante contrato de licença. A Receita Federal alegava que nenhuma licença mais era necessária, pois já estava implícita. E não é que, dentro do pacote do aplicativo, encontramos uma bela surpresa?

A licença GNU LGPLv2, uma licença de Software Livre! Essa era a tal licença implícita! A FSFLA acredita que todo o software deva ser Livre, respeitando as liberdades de uso, estudo, adaptação e distribuição do software. Portanto, uma vez cientes da licença, iniciamos o processo de "libertação do Leão", utilizando programas que, a partir de um executável, disponibilizam código fonte funcionalmente equivalente. Não o código fonte correspondente que a LGPL exige, pois lhe faltam os comentários e a documentação, mas algo com que já se pode trabalhar.

De fato, como a Receita Federal esqueceu de publicar os códigos fontes de algumas das bibliotecas LGPL que ela usa em seus programas, parece razoável supor que ela tenha esquecido de publicar seus próprios fontes. O processo realizado nada mais é que explicitar as liberdades que nos foram dadas, e graças a isso, é possível realizar declarações de Imposto de Renda em formato eletrônico utilizando somente Software Livre. 

O IRPF2007-Livre ainda tem algumas deficiências, como a falta de interface gráfica. Esperamos que para o próximo ano a Receita Federal disponibilize uma versão Livre do programa, que funcione em plataformas 100% Livres. Para aqueles que não utilizam softwares proprietários ainda dá tempo de cumprir com seus deveres fiscais sem comprometer suas liberdades. O manual com instruções de uso, código fonte e licença de uso estão disponíveis no endereço abaixo. 

Sobre o IRPF2007-Livre

É uma versão Livre do programa IRPF2007, distribuído pela Receita Federal, preparada pela FSFLA, como parte de sua Campanha contra os Softwares Impostos. Ela oferece uma interface modo texto funcionalmente suficiente para o preparo de declarações de IRPF para entrega para a Receita Federal. Pode ser obtida, tanto em forma executável quanto em forma de código fonte, na seguinte URL:

http://www.lsd.ic.unicamp.br/~oliva/snapshots/irpf2007-livre/

 

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Dell já vende laptop sem Windows no Brasil

SÃO PAULO – A Dell anunciou seu primeiro modelo de laptop à venda no Brasil que sai de fábrica sem Windows.

O notebook Latitude D520n, da linha nSeries chega ao consumidor sem sistema operacional e acompanha somente um CD com FreeDOS, sistema operacional de código aberto.

De acordo com a Dell, a decisão vida dar opções a usuários que desejem instalar outros sistemas operacionais em suas máquinas, como distribuições Linux.

O portátil tem preço sugerido de R$ 2,6 mil e acompanha processador Intel Celeron M430, tela LCD de 15 polegadas, 512MB de memória RAM, HD de 60GB. O modelo Latitude D520n, de configuração bem semelhante, custa R$ 2957, com Windows XP.

A Dell já vendia desktops sem sistema operacional, tanto para usuários domésticos como corporativos.

Felipe Zmoginski, do Plantão INFO

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África do Sul aprova plano para adotar Linux

SÃO PAULO – O parlamento da África do Sul aprovou uma nova lei que determina a adoção de software livre pelo governo local.

O ministro das comunicações do país, Themba Maseko, afirmou que seu governo vai sancionar a lei e inicia a migração de toda infra-estrutura de TI governamental de plataformas proprietárias para o uso de software livre.

Maseko afirmou que a lei terá um impacto positivo na economia local e sugeriu que outras nações sul-africanas sigam o modelo.

O governo sul-africano avalia que a medida vai diminuir a dependência tecnológica da África de países desenvolvidos, diminuir os gastos do Estado com licenças e fomentar uma indústria nacional de produção de software.

Maseko anunciou, no entanto, que o processo de migração poderá levar até dois anos. O tempo é necessário para garantir estabilidade na mudança de uma plataforma para outra. Escritórios do governo, escolas públicas, universidades e empresas estatais vão participar do plano. O ministro não descarta a manutenção de software proprietário em projetos pontuais, onde as alternativas oferecidas pelo software livre não se mostrarem suficientemente maduras.

O governo da África do Sul divulgou ainda que vai incentivar os integradores do país a vender PCs com distribuições Linux, a fim de criar uma cultura de software livre também entre os usuários finais no país e não somente em repartições públicas.