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Decisão sobre programa de banda larga nas escolas só sai em duas semanas

Depois de passar a terça-feira reunido no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse nesta quarta que a decisão sobre o programa de implantação de banda larga nas escolas só deverá sair em duas semanas.

Ele disse que o presidente teria considerado 'uma boa proposta' a idéia do ministério de fazer com que as empresas de telefonia fixa levem a internet para as escolas e, em troca, sejam liberadas da obrigação legal de criar 7.800 pontos de telefonia, prevista nos contratos firmados entre as empresas e a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

'Estamos analisando a proposta dentro de um contexto de um projeto de governo que envolve as operadoras. O presidente já acena como uma boa proposta', declarou Costa.

O ministro chegou a declarar que a decisão sobre o projeto sairia ontem.Hoje, porém, ele informou que técnicos dos ministérios das Comunicações, Planejamento e da Casa Civil se reunirão nas próximas duas semanas para avaliar a proposta antes do anúncio oficial.

As operadoras gastarão cerca de R$ 700 milhões para levar internet banda larga a todasas 143 mil escolas públicas do país. De acordo com o ministro, esse número ainda não é final e o valor está em estudo pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

No total, as teles instalarão 208 mil pontos de internet que poderão incluir postos de saúde e órgãos públicos. A cobertura será feita em três anos.

Hélio Costa nega interferência na ida de Lula à inauguração da Record News

O ministro das Comunicações, Hélio Costa, telefonou ontem para a presidência da Record e afirmou que "jamais" fez "qualquer tipo de pressão" ou lobby para que o presidente Lula deixasse de comparecer à estréia da Record News, na última quinta-feira.

Lula e Edir Macedo durante o programa de inauguração do canal Record News, em SP. A estréia do canal de notícias – gratuito, em UHF – deflagrou uma operação de guerra por parte de executivos da Globo, que consideram a nova emissora ilegal, mesma opinião da ONG Intervozes, que atua na fiscalização de concessões. 

Segundo a legislação, uma mesma pessoa não pode ter dois canais de radiodifusão, do mesmo tipo, numa mesma localidade. A Record nega ser dona da Record News, diz que apenas fornece conteúdo e que a emissora não pertence ao bispo Edir Macedo.

Caso semelhante – e jamais questionado pela Globo – ocorre entre Band e Play TV (ex-canal 21), cujo fornecimento de conteúdo provém da Gamecorp, empresa de um dos filhos do presidente da República. 

A própria Globo tem um canal UHF em São Paulo, o canal 19, que transmite o áudio da Globonews, seu canal pago de notícias.

O ministro Hélio Costa declarou ainda ao presidente da Record, Alexandre Raposo, que, ao contrário do que foi "espalhado", ele incentivou "o presidente Lula a comparecer à estréia da Record News", e que, como ministro, não tem "nenhuma relação com a Globo".

Na década de 70 e parte da de 80, Costa foi correspondente da Globo e implantou a sucursal da emissora na capital dos EUA, Washington.

Clima pesado

Na sexta-feira, cerca de 12 horas após a estréia da Record News, os executivos João Roberto Marinho (vice das Organizações Globo), Evandro Guimarães (Globo), Guilherme Stoliar (SBT) e Raposo, da Record, tiveram uma reunião da Abert na sede da Globo, em São Paulo.

Durante a reunião, Raposo pediu a palavra para festejar a estréia da Record News. "Muitos contribuíram para a realização do sonho", discursou, "mas uns poucos tentaram impedir que a festa acontecesse", disse olhando diretamente para Marinho.

Houve constrangimento na sala. Logo após essa fala, Marinho convidou aos presentes para um almoço. Raposo disse que tinha um reunião e partiu.

“TV digital vai estrear para ninguém”, diz diretor da TVA

No dia 2 de dezembro de 2007, quando a TV aberta brasileira estrear oficialmente sua transmissão digital em São Paulo, haverá menos de 1.000 pessoas –numa cidade com cerca de 11 milhões– assistindo aos programas em alta definição. Para Virgílio Amaral, diretor de Estratégia e Tecnologia da TVA, este é o quadro mais otimista para início da TV digital no Brasil.

"Vai ser uma estréia para ninguém", diz Amaral, especialista no setor e responsável pela digitalização da TVA. Para ele, a TV digital deve estrear mesmo no ano que vem, turbinada pela transmissão dos Jogos Olímpicos de Pequim. "Não vejo de forma ruim este começo. Afinal, a TV digital vai depender de um processo de aculturamento", pondera.

Para pegar freqüência digital, o telespectador precisará de um aparelho com set-top box (conversor) avulso ou embutido. Se quiser a imagem mais nítida possível, de 1.080 linhas horizontais, terá de comprar um televisor do tipo Full High Definition. Os preços para este tipo de eletrodoméstico começam na casa dos R$ 7 mil, sem set-top box acoplado.

"Muita gente acha que ter uma TV de plasma ou LCD qualquer com um receptor digital embutido já dá para receber o melhor conteúdo em alta definição, quando, na verdade, você precisa de uma Full HD para ter a alta definição total", explica Amaral.


Tanta resolução foi, segundo o governo, um dos principais aspectos para o Brasil escolher o padrão japonês de TV digital (ISDB-T), em detrimento do europeu (DVB), que daria mais opções de canais e de interatividade.

O set-top box, decodificador que receberá o sinal tanto para TVs analógicas quanto digitais, estará a venda já no mês que vem. Seu preço segue nebuloso – governo e indústria cantam em acordes diferentes, oscilando o custo de prateleira de R$ 200 a R$ 800.

Aparelhos com set-top box embutido também chegam ao mercado em novembro. LG e Samsung já confirmaram a entrada neste setor. Outras empresas, como Panasonic e Aiko apostarão nos conversores. A lógica é de que haverá mais mercado para as caixas receptoras do que para novos televisores.

A chance da imagem em alta definição total se transformar num boto tecnológico é alta. "O consumidor que procura uma TV hoje avalia dois aspectos: quantas polegadas tem o aparelho e qual seu preço. Ao consumidor médio, pouco importa esses aspectos mais técnicos", diz o diretor da TVA.

Assim como o diretor-geral da Globo, Octávio Florisbal, ele aposta que o governo precisará expandir seu cronograma de implantação da TV digital. Segundo o ministério das comunicações, o sinal analógico será cortado até 2016, e daí em diante só haverá transmissão digital. Assim como a estréia da TV digital em dezembro, esta seria uma outra data meramente simbólica.

Eterno retorno

Como quase ninguém assistirá à bela imagem da TV digital em sua estréia, supermercados, shoppings, lojas de eletrônicos e até emissoras já começaram a expor TVs Full HD com programação digital de teste pela cidade.

"Isso lembra a estréia da TV a cores. Naquela época, eu só conseguia ver [a novela] 'Bem-Amado' colorida se fosse numa loja. O problema é que ela começava de noite, quando os estabelecimentos já estavam fechando", brinca Amaral, que assistirá à estréia da TV digital em alta definição de sua casa.

Neste sentido, a digitalização da TV aberta lembra ainda as primeiras transmissões televisionadas no país, que fizeram neste mês aniversário de 57 anos.

Na época, Assis Chateaubriand, dono da TV Tupi, distribuiu 200 aparelhos entre lugares estratégicos e mais abastados da capital paulista. Curiosidade: para cumprir o cronograma, Chatô precisou contrabandeá-los dos EUA.

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Equipe da TV Cultura diz ter sido intimidada por donos de serrarias

A TV Cultura divulgou nesta sexta-feira que uma equipe de reportagem do programa 'Repórter Eco' foi intimidada por donos de serrarias durante uma reportagem na cidade de Marabá, no Pará. 'Gravávamos imagens de serrarias à beira da estrada quando fomos intimidados pelos donos. Eles fecharam com seus veículos o nosso carro, que estava no acostamento, querendo saber,aos gritos, quem éramos e para quê serviriam as imagens', conta a repórter Cláudia Tavares.

O 'Jornal da Cultura', apresentado por Heródoto Barbeiro, nesta sexta-feira às 22h, vai entrevistar a repórter. O 'Repórter Eco' viajou à Amazônia para mostrar alguns casos de proteção da biodiversidade pelas comunidades tradicionais da região, formadas por caboclos e ribeirinhos. Em Nova Ipixuna, perto da cidade de Marabá, a equipe foi impedida de continuar as gravações.

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Decisão sobre bloqueio de gravação na TV digital será de Lula

A decisão de permitir ou não o bloqueio da gravação de programas na TV digital será tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Folha Online apurou que, como os ministros do Comitê de Desenvolvimento da TV digital não chegam a um consenso sobre o assunto, a questão deverá ser apresentada ao presidente que é quem dará a palavra final sobre o assunto.

"O comitê fará as avaliações, mas a decisão será do presidente", declarou à Folha Online uma fonte do governo. 

O  principal opositor ao bloqueio de gravação no comitê é o Ministério da Cultura, que quer que todos os programas sejam graváveis. Já o Ministério das Comunicações e a Casa Civil seriam favoráveis à permissão de bloquear alguns programas. O próprio ministro Hélio Costa, que inicialmente achava o bloqueio inconstitucional, declarou que é necessário criar algum mecanismo para proteger os direitos autorais dos produtores de programa.

O bloqueio é reivindicado pelas emissoras de televisão, que alegam que, com as transmissões em sinal digital, o telespectador poderia regravar programas com a qualidade de DVD e revendê-los. "Com o conteúdo digital, há uma grande possibilidade de haver pirataria. O que queremos é que seja proibida a segunda cópia. Isso não restringe que o cidadão faça uma cópia do programa para assistir depois", explicou à Folha Online o presidente da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), Daniel Slaviero.

A proposta das emissoras é permitir o bloqueio de alguns programas. Eles poderão ser "baixados" para a televisão do telespectador, que poderá vê-los várias vezes depois, mas não copiá-los em um DVD, por exemplo.

Slaviero reclama que as emissoras não conseguirão os direitos para transmitir programas internacionais como Copa do Mundo e Olimpíadas caso não seja proibida a gravação e teriam problemas também na contratação de filmes. "A proibição já faz parte dos contratos de eventos internacionais. No mundo todo é assim", afirmou.

Como faltam menos de quatro meses para o início das transmissões digitais, que começarão em São Paulo no dia 2 de dezembro, as emissoras sugeriram ao governo que deixe a questão do bloqueio de fora das especificações técnicas em um primeiro momento, e que forme um grupo de trabalho específico para debater essa questão.

O bloqueio é o último ponto a ser definido para que a indústria possa produzir os conversores, mas a indústria entende que as primeiras caixinhas que chegarão ao mercado são simples e podem nem sequer permitir a gravação de programas. "O que nós queremos é que não seja incluído nas normas técnicas categoricamente a proibição nesse momento, mas o ideal é que a decisão seja tomada em tempo hábil, antes de 2 de dezembro", pediu Slaviero.

Divergências

A questão do bloqueio abriu divergências no governo. Além da posição contrária do Ministério da Cultura, a Casa Civil chegou a divulgar nota negando que o comitê já tivesse tomado uma decisão a favor do bloqueio. Isso foi feito em junho, no mesmo dia em que o ministro Hélio Costa declarou que isso havia sido "acertado" em um almoço com representantes das redes de TV e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

A Folha Online apurou, porém, que a tendência é que a Casa Civil acompanhe o entendimento dos rádiodifusores e recomende ao presidente Lula a proibição das gravações.

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