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Igreja Católica compra rede de 19 retransmissoras de TV de Gugu

Pouco depois da visita do papa Bento 16 ao Brasil, em maio, a TV Aparecida, da Igreja Católica, comprou uma rede de 19 retransmissoras de televisão do apresentador Gugu Liberato. O negócio teria custado cerca de R$ 15 milhões. A igreja, no entanto, não informa o valor exato da transação, que foi confirmada pelo diretor da TV Aparecida, padre César Moreira.

Liberato havia obtido as licenças de retransmissão do Ministério das Comunicações, em 2002, quando também comprou uma emissora geradora em Cuiabá (MT) – fora do pacote comprado pela igreja. As 19 retransmissoras estão registradas em nome da empresa Sistema de TV Paulista Ltda, constituída por Liberato. A TV Aparecida comprou a totalidade do capital da empresa. Segundo padre César Moreira, a compra da empresa deu à TV Aparecida o direito de uso das retransmissoras. Treze delas estão em funcionamento e, antes de serem adquiridas pela igreja, retransmitiam programação evangélica. As demais estão em fase de implantação.

O consultor da TV Aparecida Alfonso Aurin, ex-superintendente de engenharia do SBT, disse que o Ministério das Comunicações e a Anatel foram apenas comunicados da mudança de controle da empresa Sistema de TV Paulista. Segundo ele, não há necessidade de aprovação prévia pelo Executivo, uma vez que as licenças continuam em nome da mesma pessoa jurídica. A velocidade de crescimento da Igreja Católica, na área televisiva, só tem similar com a da Igreja Universal, do bispo Edir Macedo, nos anos 90, embora os investimentos da Universal nessa área sejam muito maiores.

A Universal tem 22 emissoras geradoras, sendo 19 em nome da Rede Record. As licenças de retransmissão de TV são concedidas gratuitamente pelos governos. Mas, como as freqüências estão praticamente esgotadas nas grandes cidades, elas adquirem alto valor no mercado. As licenças de retransmissão não têm prazo definido (como as concessões para geradoras, que são por 15 anos, renováveis) e podem ser canceladas pelo governo. A diferença entre as retransmissoras e as geradoras é que as primeiras podem apenas propagar o sinalemitido pela geradora. A TV Aparecida completa dois anos em setembro.

Segundo seu diretor, foram investidos US$ 3,5 milhões (cerca de R$ 6,8 milhões) apenas na implantação da geradora, em Aparecida (SP). A emissora é financiada pelo Santuário de Aparecida e por publicidade. Com a comprada TV Paulista, a emissora católica garante a recepção em sinal aberto em 12 capitais (entre elas Porto Alegre, Belém, Fortaleza, Palmas e Florianópolis). No Rio de Janeiro, a emissora só chega em parte do dia, em acordo comercial com a TVA. Os sinais da emissora chegam à cidade de São Paulo por um contrato comercial com o grupo OESP (que edita o jornal 'O Estado de S. Paulo'). O grupo tem uma emissora de TV em Santa Inês (MA), adquirida da família Sarney, e obteve licença de retransmissão para a capital paulista e outras quatro cidades do interior de SP.

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Corregedoria quer apurar relação de senador com rádio

O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), afirmou quevai investigar se o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), usou 'laranjas' para obter concessões de rádio. Ele deve chamar os donos da JR Comunicação, da qual Renan seria sócio oculto, para prestar esclarecimentos.

Tuma também disse que pedirá ao Ministério das Comunicações os pareceres sobre as concessões de rádio da empresa. Renan assinou na terça-feira um decreto legislativo aprovando uma nova concessão de rádio para a JR Comunicação. O decreto autoriza a União a assinar contrato de concessão de uma rádio FM, na cidade de Joaquim Gomes (AL), com a JR Radiodifusão. A concessão é pelo prazo de dez anos, renováveis, e foi adquirida pela empresa emlicitação do Ministério das Comunicações. A concorrência foi aberta em 2001, e a empresa venceu com a proposta de pagar R$ 222.121.

'Os indícios são graves. Precisamos analisar os documentos e questionar a empresa para ver se houve fraude', diz Tuma. Segundo a revista 'Veja', Renan teriautilizado 'laranjas' para comprar um jornal e duas rádios em Alagoas com dinheiro de origem desconhecida.

O PSDB e o DEM apresentaram nesta semana uma representação para que seja aberto um processo por quebra de decoro. Renan nega ter ligação com a empresa e tentou se eximir de responsabilidade pela última concessão, dizendo que esta foi aprovada pela Comissão de Comunicação, Ciência e Tecnologia. 'Não é o Congresso enquanto Congresso que aprova, são as comissões técnicas', disse Renan. 'Ontem [anteontem] assinei umas 40 concessões.'

Do contrato da empresa que oministério enviou ao Congresso consta que a JR Comunicação pertence a Carlos Nascimento Santa Ritta e a José Carlos Pacheco Paes. A empresa tem sede em Maceió e capital social de R$ 100 mil. Santa Ritta ocupa cargo em comissão no gabinete de Renan, como assessor técnico, desde 2004. Recebe salário bruto de R$ 9.031 por mês. Ele nega que o senador tenha participação nas rádios. Segundo a 'Veja', Pacheco transferiu sua cota na empresa (50%) para Antonio Tito Uchôa Lopes, primo de Renan, em 2005, mas dos documentos da empresa arquivados no Senado não consta a mudança.

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Renan autoriza nova rádio para empresa de seu grupo

Senador assinou decreto anteontem que aprova contrato entre JR Radiodifusão e União.Um dos donos da vencedora da licitação trabalha no gabinete do peemedebista; "Não sou sócio de empresa nenhuma", afirmou Renan.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), assinou anteontem um decreto legislativo aprovando uma nova concessão de rádio para a empresa JR Comunicação, que, segundo a revista "Veja" desta semana, pertence ao próprio senador, por intermédio de laranjas. O decreto legislativo 158 foi assinado por Renan, na condição de presidente da Casa, e publicado ontem no "Diário Oficial" da União.

O decreto autoriza a União a assinar contrato de concessão de uma radio FM, na cidade de Joaquim Gomes (Alagoas), com a JR Radiodifusão. A concessão é pelo prazo de dez anos, renováveis, e foi adquirida pela empresa em licitação pública do Ministério das Comunicações. A concorrência foi aberta em 2001, e a empresa venceu com a proposta de pagamento de R$ 222.121.

Pelo edital, a JR Radiodifusão tem até 60 dias, a contar da publicação do decreto legislativo no "Diário Oficial", para pagar metade do valor à União e assinar o contrato de concessão da rádio com o Ministério das Comunicações.

A tramitação do processo de autorização da outorga, no Senado, começou no dia 21 de maio, depois de ter sido aprovado pela Câmara
A tramitação foi rápida. Ele foi aprovado na Comissão de Ciência, Tecnologia e Comunicação, onde teve como relator o senador João Tenório (PSDB-AL), em 1º de agosto.

Do contrato social da empresa que o Ministério das Comunicações encaminhou ao Congresso consta que a JR Comunicações pertence a Carlos Ricardo Nascimento Santa Ritta e a José Carlos Pacheco Paes. A empresa tem sede em Maceió e capital social de R$ 100 mil.
Santa Ritta ocupa cargo em comissão no gabinete de Renan no Senado, como assessor técnico, desde 2004. Na função, recebe salário bruto mensal de R$ 9.031. Ele nega que o senador peemedebista tenha participação nas rádios.

Procurado ontem, Renan também negou ligação com o negócio. "Eu não tenho nada a ver com isso. Não sou sócio de empresa nenhuma", afirmou.

Rádios

Segundo a revista "Veja", José Pacheco Paes transferiu sua participação na empresa (50% das cotas) para Antonio Tito Uchôa Lopes, primo do senador, em março de 2005, mas dos documentos da empresa arquivados no Senado não consta a mudança.

Ainda de acordo com a revista, Renan usou dinheiro vivo, parte em dólar, para comprar duas rádios em Alagoas que estão em nome de Uchôa e de Santa Ritta. As rádios estariam avaliadas em R$ 2,5 milhões e pertenceriam ao senador, que não as declarou em seu Imposto de Renda.

Em junho, reportagem da Folha já havia antecipado que o grupo político do senador Renan Calheiros estava montando uma rede de rádios em Alagoas e que duas já estavam em funcionamento em Maceió. Informou ainda que outras cinco estavam em instalação ou em fase de tramitação para aprovação das outorgas pelo Congresso. Já naquela época, o mercado de radiodifusão dava como certo que as rádios pertenciam ao senador, embora seu grupo político negasse a informação.

A JR disputou várias licitações do Ministério das Comunicações para a compra de rádios em Alagoas e foi declarada vencedora em quatro municípios: Água Branca, Joaquim Gomes, Porto Real do Colégio e Murici. A empresa ofereceu um total de R$ 1,005 milhão pelas quatro concessões.

Santa Ritta e Tito Uchôa foram secretários estaduais de Alagoas, na gestão de Ronaldo Lessa (PDT), por indicação de Renan Calheiros. Os dois integram também o diretório regional do PMDB, que é presidido por Renan.

Denúncia

A empreitada de Renan nas comunicações, de acordo com a revista "Veja", começou em 1998 numa parceria com o empresário João Lyra, na compra do grupo O Jornal, que detinha uma concessão de rádio. O negócio teria sido fechado em R$ 2,6 milhões (R$ 1,3 milhão para cada um), e Lyra teria emprestado R$ 700 mil ao senador. Os pagamentos a Lyra teriam sido feitos em dinheiro, às vezes em dólar.
Segundo a revista, os R$ 650 mil restantes teriam sido pagos em 1999 por Tito Uchôa.

Em 2005, o presidente do Senado e Lyra teriam decidido desfazer a sociedade, ficando o usineiro com o jornal e o peemedebista com as concessionárias de rádio.

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TV pública: programas jornalísticos, sim; atualidades, não

Por mais que a criação de uma TV pública seja acompanhada de um louvável arrazoado de boas intenções em relação ao público a que servirá diante da carência de valores transmitidos pelas emissoras comerciais, o fato é que a primeira preocupação do presidente da República ao conceber a sua TV é a possibilidade de reparar as críticas a seu governo feitas sem a respectiva contrapartida das 'boas notícias'.

Defender-se das críticas, no caso, é desnecessário quando se considera quão bem aquinhoado é o governo Lula no tratamento que recebe da imprensa. Por definição, nenhuma TV pública brasileira será capaz de competir, em repercussão, com o jornalismo dos canais líderes de audiência. Tudo que é estatal (já sei, TV pública não é estatal) tem maior burocracia, menor velocidade, ainda mais quando se trata do negócio televisão, em que tudo precisa ser rápido.O presidente não interferirá na programação, é verdade, até que surja a primeira notícia contrária ao governo, que será considerada 'alta traição'.

Assim costumam reagir os governantes que viabilizam televisões públicas. E o dilema surgirá de imediato na cabeça dos dirigentes dessa TV 'independente', mesmo sem uma manifestação do presidente: ignorar a notícia ou dar a versão 'verdadeira' dos fatos, ou seja, a do governo? O conselho da TV pública, a quem caberia dirimir esse tipo de dúvida, estará a léguas de distância quando isso acontecer. Mesmo que se reunisse em emergência, sabemos que o camelo foi projetado por um conselho ao tentar desenhar um cavalo.

A verdade é que o jornalismo 'hard news', o de notícias quentes, principal razão da existência da nova TV pública, não é solução adequada a esse gênero de televisão. A PBS americana,por exemplo, não tem telejornal. Em primeiro lugar, porque o volume de recursos para fazer um jornalismo completo é enorme.

Na TV Cultura de São Paulo, por exemplo, aproxima-se de 40% do orçamento, mesmo para um telejornal limitado, com 1% de audiência. Portanto, quando o senhor presidente desejar redargüir uma informação de uma TV comercial, vai competir em enorme desvantagem com ela. Seus pronunciamentos mais importantes não poderão prescindir da veiculação paga nos canais de maior audiência.

Uma TV pública bem-sucedida pode almejar 10% de audiência, no máximo. Jamais 50%. Em geral, tem de um a três pontos, o que é normal para uma TV que procura melhorar o nível do cidadão: o povo liga a TV para se divertir, não para aprender. A última observação, não menos importante, é que a cabeça do jornalista que trabalha na elaboração da notícia naTV pública passa por um processo psicológico progressivo, em que ele julga ser independente, dono do pedaço, uma vez que a TV não tem dono, ao contrário dos seus colegas das TVs comerciais, que sabem muito bem até onde vão os interesses de suas empresas, gerando uma auto-restrição voluntária nas pautas e textos por puro bom senso, sem que ninguém lhes precise ditar quais as diretrizes do canal em que trabalham. Então, a primeira crise da TV pública terá início quando for percebido que ela tiver sido mais crítica em uma notícia relativa ao governo do que as emissoras comerciais que cobriram o mesmo fato.

De outro lado, a TV pública poderá ter papel fundamental no esclarecimento do que seja o espírito de cidadania de que o Brasil carece e as TVs comerciais ignoram. Além disso, a programação educativa 'lato sensu', a que a Constituição obriga, podeser também suprida pela nova televisão, desde que de forma criativa e com uma imagem bem iluminada. Nesse sentido, se o senhor presidente quiser fazer um teste, pode comparar a imagem da TV Globo com a de outras emissoras.

Terá vontade de ficar na Globo, não importa qual o programa, sóporque televisão é iluminação, como condição prévia para que seja possível analisar a que programa desejamos assistir. Agora basta fazer o mesmo teste de luminosidade com as TVs públicas ou estatais que estão no ar. É como se alguém apagasse o abajur da sala. Na área jornalística, há um caminho aberto para a TV pública: os programas jornalísticos, incluindo documentários.

Ninguém faz quase nada nessa área, pois são programas difíceis, demorados de produzir, caros, elaborados e exigem profissionais preparados, do tipo que se encontra mais na imprensa escrita quena televisiva, salvo honrosas exceções. À falta de programas jornalísticos, a TV pública entrará no lugar-comum das coberturas no Congresso e no Executivo, onde já existem cerca de 15 microfones, à cata da mesma notícia. Nesse caso, o 16º microfone estendido nas entrevistas coletivasserá o da TV pública, para uma repetição redundante e enfadonha da mesma notícia, com o diferencial exclusivo da falta de audiência. Em resumo: programas jornalísticos, sim, notícias de atualidade, não (exceto o mínimo previsto por lei).

O restante da grade de programação seráfácil de compor, partindo de bons exemplos que as TVs públicas e estatais do Brasil já desenvolveram e com a qualidade dos profissionais preparados para essa missão nobre. Como Franklin Martins, ministro da Comunicação Social, e Florestan Fernandes, hoje a serviço da TV pública.

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Auto-regulamentação: o Conar não funciona para o álcool

A Auto-regulamentação da propaganda, no Brasil exercida pelo Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária), é a estratégia defendida pelas indústrias de bebidas alcoólicas como efetiva para regulamentar a promoção de seus produtos. As vantagens presumidas seriam: eficiência, maiores incentivos para obediência e custo reduzido. Esses argumentos têm sido defendidos em vários artigos recentes na mídia. É possível que a auto-regulamentação seja ‘mais eficiente do que a atuação do Estado’ em algumas áreas, mas, certamente, essa lógica não se aplica à área das bebidas alcoólicas.

Existem evidências científicas de que a exposição de crianças à promoção de bebidas alcoólicas aumenta a probabilidade de que elas iniciem um consumo precoce e bebam mais. Isso acontece em adição a outras variáveis, como baixo preço dos produtos e facilidade do acesso, mas é independente delas. Ou seja, a promoção não é o único fator que causa impacto no consumo de álcool, mas certamente é um deles. Embora inúmeras pesquisas tenham demonstrado de forma inequívoca esse fato, tal verdade não é aceita pela indústria do álcool.

Mas esse não é o único fator importante. A propaganda do álcool, principalmente a que é apreciada pelas crianças, em especial a que contém humor, se relaciona com suas atitudes e expectativas positivas quanto às bebidas alcoólicas. Isso significa que a propaganda é um fator de estruturação de atitudes das crianças em relação às bebidas alcoólicas -atitudes e crenças que não são mudadas do dia para a noite. Esse processo se dá com um acúmulo de mensagens atraentes e exclusivamente positivas e bem-humoradas em relação às bebidas alcoólicas.

Pesquisa nacional financiada pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) mostra que cerca de 60% dos adolescentes brasileiros estão expostos a algum tipo de promoção de álcool (televisão, rádio, revista ou outdoor) diariamente.

Portanto, do ponto de vista da saúde pública, é fundamental que possamos exercer influência não somente no tipo de propaganda a que nossas crianças são expostas mas também -e principalmente- na quantidade de exposição. Pelo simples motivo de que, quanto maior é a exposição, maior é o consumo do álcool. É o que as pesquisas mostram.

Mas voltemos à auto-regulamentação. Os códigos relacionam-se principalmente com questões de conteúdo das mensagens, basicamente restringindo mensagens direcionadas aos menores de idade e que incentivem o consumo abusivo. Vários estudos científicos internacionais apontam que a interpretação desses códigos varia muito, dependendo do público que os avalia. Dessa maneira, e não surpreendentemente, avaliações realizadas por membros das indústrias de interesse econômico (publicitários, indústria de álcool, mídia etc.) encontram muito menos violações do que as realizadas por representantes do público geral. Pesquisa com apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) recém-concluída pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) com estudantes do ensino médio de escolas públicas apontou grande número de violações em cinco propagandas de cerveja selecionadas como as mais apreciadas pelos estudantes.

Uma das recomendações do Conar com respeito à propaganda de álcool é que ela ‘evite associação com erotismo’. O leitor que já tenha assistido a algum comercial de cerveja talvez nos acompanhe na dúvida quanto ao cumprimento desse item. De qualquer maneira, a principal intenção da auto-regulamentação no caso das bebidas alcoólicas é evitar ingerência externa -leia-se restrição à quantidade de propaganda. E é a exposição, no final, o que realmente importa em termos do impacto no consumo dos adolescentes e jovens.

O ministro da Saúde, grande defensor da saúde pública, já expressou a sua preferência pela restrição da propaganda do álcool, à semelhança do que foi feito com o cigarro. Do presidente Lula espera-se que tenha a coragem e a determinação para optar pela restrição desse tipo de propaganda que estimula que menores de idade bebam. Afinal, não é a concorrência entre marcas que está em jogo, mas a saúde da sociedade brasileira.

* RONALDO LARANJEIRA, 50, doutor em psiquiatria pela Universidade de Londres (Inglaterra), é professor livre docente do Departamento de Psiquiatria da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

* ILANA PINSKY, 40, psicoterapeuta, mestre em psicologia pela USP e doutora em psiquiatria e psicologia médica pela Unifesp, é pesquisadora sênior do Departamento de Psiquiatria da Unifesp."

* copyright Folha de S. Paulo, 12/07/07