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Público de filmes nacionais despenca no trimestre

O público do filme estrangeiro no Brasil teve um pequeno crescimento (1,5%) e o dos títulos nacionais diminuiu consideravalmente (24%) no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2007.

Os índices, divulgados nesta semana pelo portal especializado em mercado de cinema Filme B, atestam que o período registrou um sucesso isolado entre as dez estréias nacionais.

"Meu Nome Não é Johnny", de Mauro Lima, sobre a trajetória real de um garoto da zona sul carioca que torna-se consumidor e traficante de drogas, teve dois milhões dos totais 2,9 milhões de espectadores obtidos pela safra brasileira.

"Do garoto de 14 anos que o pai levou ao cinema até o avô de 70, o filme conseguiu uma comunicação com as diversas gerações. Isso explica muito o sucesso que ele teve", diz a produtora do longa, Mariza Leão.

"Filme-família"

A ausência de mais títulos com o perfil de "filme-família" no período de férias escolares é apontada pelo distribuidor Rodrigo Saturnino (Columbia/ Disney) como determinante para a queda de público.

Saturnino emplacou o sucesso "Meu Nome Não É Johnny" e amargou o fraco resultado de "Polaróides Urbanas", de Miguel Falabella, que acumula 77 mil espectadores. "O público não gostou do filme. Não aconteceu. Paciência", diz.

Mas "talvez a grande novidade, a surpresa" para o distribuidor esteja na seara da produção infantil, com o fiasco de "Xuxa em Sonho de Menina", de Rudi Lagemann, cujos 321 mil espectadores são anêmicos diante das pretensões de seu lançamento, com 220 cópias, número superior às 170 de "Meu Nome Não É Johnny".

A Warner, responsável pelo lançamento de "Xuxa", não comentou o resultado.

A bilheteria negativa do primeiro trimestre não é o aspecto que mais preocupa os profissionais desse mercado, mas sim a perspectiva de que a tendência se mantenha ao longo do ano.

"Olhando as perspectivas de lançamento até o fim do ano, você não vê outro filme que possa ter o mesmo sucesso de público de "Meu Nome Não É Johnny", o que anunciaria uma estagnação da indústria", afirma Marcelo Bertini, presidente da rede Cinemark.

Jorge Peregrino, executivo da Paramount, que lançou o líder de bilheteria nacional em 2007 ("Tropa de Elite") diz que, embora "a produção estrangeira esteja muito forte neste ano, se não houver uma surpresa do lado brasileiro, o mercado não vai crescer".

Marcelo Mendes, distribuidor e exibidor do grupo Estação, tem "expectativa negativa" porque considera evidente que o público encolheu. "Basta comparar "Tropa" e "Johnny", que foram os maiores sucessos [de 2007 e 2008, até aqui] e estão na faixa de 2 milhões de espectadores. Ambos fariam muito mais em outras épocas."

O que está em questão, para Mendes, não é só o resultado do filme brasileiro, mas "o modelo de exibição de cinema, que é o mesmo há praticamente cem anos e precisará ser revisto num momento em que as pessoas têm cinema em casa e medo de sair à rua".

A atriz Bruna Lombardi notou "o tremendo aperto de cinemas" do país ao lançar, em janeiro, "O Signo da Cidade" (36 mil espectadores em sete semanas), que ela roteirizou e Carlos Alberto Riccelli dirigiu. "São muito poucas salas e uma quantidade enorme de filmes, contando com os da indústria americana. A rotatividade acaba tendo que ser insana", diz.

O exibidor Adhemar Oliveira (Espaço Unibanco/Unibanco Arteplex) afirma que "não adianta reclamar da exibição, porque o espaço pedido foi dado" e acha que, para achar a raiz desse problema, "só indo ao psicoterapeuta".

Relação com investidores financeiros deixa setor ‘de cabelo em pé’

Atividade escorada em incentivo público, o cinema brasileiro vê-se, vira e mexe, metido em discussões sobre a legitimidade de certos modelos de apoio. Nos anos 2000, houve polêmicas, por exemplo, em torno do artigo 3º da Lei do Audiovisual – que permite às majors de Hollywood a aplicação de dinheiro de imposto em produção – e dos concursos destinados a partilhar as verbas das estatais. Pois, agora, uma nova fonte de financiamento deixa o setor de orelhas em pé: os Funcines.

Se a Lei do Audiovisual, criada em 1993 para ressuscitar o cinema afundado por Collor, acoplou ao cenário a figura do diretor de marketing, incumbido de decidir que filmes mereciam patrocínio, os Funcines moldam outro personagem de terno e gravata, o investidor financeiro.

O novo mecanismo, como o nome anuncia, é um fundo dedicado ao audiovisual. O primeiro deles, operado pelo Banco do Brasil, nasceu em 2004. Mas só agora o sistema vingou de fato. Neste momento, quatro Funcines estão cadastrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com um patrimônio total de 32,6 milhões de reais.

O mais polpudo e antigo em operação é gerido pela Rio Bravo, companhia criada por Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central. O RB Cinema 1 injetou dinheiro em filmes como O Maior Amor do Mundo (2006), Querô (2007), O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias (2007) e Desafinados, ainda inédito. Outros virão.

A despeito de serem geridos por investidores privados, os fundos são tema público por uma simples razão: podem se beneficiar de um incentivo fiscal que permite dedução de 100% do Imposto de Renda devido pelas empresas. Quando nasceram, o teto de dedução ficava na casa dos 60% e, provavelmente por isso, pouquíssimo interesse despertaram.

“O incentivo é meu argumento de venda”, afirma Gustavo Catão, analista da Rio Bravo. O que ele diz aos possíveis cotistas? “Em vez de pagar o imposto, você coloca o dinheiro num Funcine e eu posso retorná-lo para você.” Na definição do próprio analista, “é um argumento irresistível”.

Não é demais lembrar que imposto que deixa de ser pago é, em tese, dinheiro público. Como 20% dos fundos podem ser investidos em títulos e, enquanto os filmes não são feitos, todo valor fica aplicado, há quem questione o rumo das operações. “Mesmo que o filme seja um fracasso de bilheteria, o investidor vai ganhar. Os investidores que não põem dinheiro próprio têm rentabilidade garantida”, pontua o cineasta André Klotzel, integrante da diretoria da Associação Paulista de Cineastas (Apaci).

O presidente da entidade, Ícaro Martins, vai além. “Do jeito que está, o mecanismo tem todas as condições para se tornar um esquema de lavagem dinheiro. Ele deixa brechas para achaques e atrai todo tipo de aventureiros do mercado de capitais. Se nada for feito, os Funcines podem virar o grande escândalo do cinema brasileiro”, alerta.

O temor se estende para outros produtores e cineastas, que, em público, preferem não meter a mão nessa cumbuca. O presidente da Agência Nacional de Cinema (Ancine), Manoel Rangel, por sua vez, aplaca os ruídos da possível polêmica.

Questionado sobre a legitimidade de se colocar dinheiro 100% incentivado na roda financeira, ele joga sobre a mesa, como contra-argumento, todos os incentivos fiscais. “Me parece uma pergunta capciosa. O dinheiro não tem como destino o mercado financeiro, ele tem obrigação de ser investido em filmes”, frisa. “Não há diferença de legitimidade em relação ao artigo 1º da Lei do Audiovisual. Quem questiona o Funcine deveria questionar a Lei do Audiovisual. Ambos usam dinheiro público. Um fica na mão de um investidor. Outro, na de um produtor.” Talvez esteja aí o nó da questão.

Se no artigo 1º o interesse dos investidores passava pelo possível ganho de imagem da marca, no Funcine a idéia é ganhar dinheiro a partir de dinheiro. Mas a Lei do Audiovisual, prorrogada até 2010 – o prazo inicial era 2003 –, nunca conseguiu criar a cultura do investimento sem incentivos. Por que os Funcines conseguiriam?

“Nos Funcines, a lógica é outra. Os recursos são administrados por gestores que buscam rentabilidade e, ao mesmo tempo, seguem parâmetros de política pública”, diz Rangel. Para quem teme que os fundos roubem patrocinadores do produtor independente, Rangel assegura: “Não é o que tem ocorrido. Os dados demonstram que os Funcines se desenvolvem paralelamente e têm atraído novos investidores”.

Mas, por enquanto, boa parte do dinheiro veio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Só para 2008 o banco prevê um investimento mínimo de 25 milhões de reais em Funcines. Luciane Gorgulho, chefe do Departamento da Cultura da instituição pondera que, em 2007, apenas um terço do dinheiro dos fundos usou o mecanismo de dedução fiscal e anota que os editais de financiamento continuam.

“O BNDES tem uma carteira de investimentos em fundos de 1 bilhão de reais. Os Funcines são um investimento pioneiro, que sinaliza para o mercado uma oportunidade de negócio. O objetivo é fazer o cinema se desenvolver como setor econômico”, explica Gorgulho. “Também não pretendemos investir em todo e qualquer Funcine, mas naqueles que contribuem para os gargalos da indústria, como a distribuição.”

Foi esse o caso do fundo Lacan-Downtown, destinado à distribuição de filmes brasileiros. Hoje, têm poder de fogo nas salas de cinema basicamente os filmes distribuídos por majors, como Columbia e Warner. Esse Funcine, visto como uma nova alternativa para colocar os títulos nas telas, recebeu 8 milhões de reais do BNDES e captou 4,6 milhões com dez empresas, todas estreantes no setor audiovisual.

“A captação direta, feita pelos produtores, desestimulou as empresas a investir, até porque, se colocasse 500 mil reais num projeto, o patrocinador desaparecia no meio de vários outros”, avalia Bruno Wainer, distribuidor e idealizador desse Funcine. Para reforçar a idéia de que o novo investimento não se dá por razões institucionais e sim financeiras, ele informa que, dos dez investidores, oito declaram não querer retorno de imagem.

“Minha responsabilidade é oferecer o maior retorno aos investidores. Estou buscando o melhor negócio possível. Existe um erro qualquer no cinema brasileiro que faz com que se produza sem responsabilidade de retorno”, prossegue Wainer. Em 2007, foram lançados 82 títulos nacionais. Desses, 49% fizeram até 10 mil espectadores e 32% ficaram na faixa entre 10 mil e 100 mil ingressos.

Os investidores, de modo geral, parecem querer tirar do cinema um lucro que, fora de Hollywood, ele muitas vezes não dá. Paulo Bylik, sócio da Rio Bravo, diz que aplica em cinema como em ossos de titânio e software de telefonia. Até por isso, trata como periférico o incentivo fiscal – a despeito de tê-lo usado. “Essa é uma muleta sobre a qual o cinema brasileiro se apóia e que não leva a lugar nenhum. Para quem quer produzir um filme de sucesso, a conta do Imposto de Renda é subsidiária.” Será?

Todos sabem que, por ora, sem incentivo fiscal, a produção – às vezes negócio, outras tantas vezes cultura – definharia. Num País em que 90% dos municípios não têm sala de cinema e a tevê aberta não compra filmes nacionais, raros são os títulos que se pagam. O próprio RB Cinema 1 só teve retorno financeiro com O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias.

Não à toa, as dificuldades de se conciliar interesses entre cineastas e homens de finanças começam a surgir. Os produtores de filmes menores nem procuraram nem foram procurados por Funcines. “Tudo o que conseguimos foi captado pela Paula Lavigne”, diz Giba Assis Brasil, da Casa de Cinema de Porto Alegre, produtora dos filmes de Jorge Furtado. “Esse é um negócio que funciona onde tem dinheiro. Não temos acesso a essas negociações.”

Mesmo Luiz Carlos Barreto, o mais famoso produtor brasileiro e um dos articuladores dos Funcines, tem tido dificuldades de negociação. “Os Funcines são uma fonte fundamental de financiamento, mas algumas propostas são inaceitáveis. Eles querem, por exemplo, prioridade no resgate da receita dos filmes”, relata.

À necessidade de regulamentação, a Ancine responde com uma consulta pública. A partir das manifestações do setor, deve ser publicada uma nova instrução normativa para definir alguns parâmetros dos futuros contratos. É o cinema-negócio estreando

Conselho Superior do Cinema orienta o início das operações do Fundo do Audiovisual

Os membros do Conselho Superior do Cinema (CSC) apontaram as principais diretrizes para os mecanismos de operação e modelos de financiamento do Fundo do Audiovisual, dia 4 de março, em Brasília, durante a primeira reunião realizada pela nova composição do Conselho. O encontro foi presidido pela ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e contou com a presença de outros três ministros: Franklin Martins (Secretaria de Comunicação da Presidência), Fernando Haddad (Educação) e Gilberto Gil (Cultura). Estavam presentes ainda representantes dos demais ministérios que compõem o Conselho e a totalidade da representação do setor e da sociedade civil.

A ministra Dilma Rousseff abriu a reunião de instalação do novo Conselho destacando o prestígio obtido pela cinematografia nacional nos últimos anos, apontando como exemplo o prêmio máximo recebido pelo filme Tropa de Elite no último Festival de Berlim. Para a ministra, o audiovisual brasileiro entra agora em uma nova fase, em um momento em que se aceleram as condições e exigências postas pelo cenário de convergência digital, trazendo novos desafios para os membros do CSC, órgão máximo de formulação das políticas públicas do cinema no país.

O ministro Gil também pontuou a relevância da instalação do novo Conselho para o setor audiovisual brasileiro e qualificou de maneira positiva o que chamou de “tendência de convergência de interesses nos últimos anos nas dimensões políticas, culturais e econômicas do cinema”.  Nas palavras do ministro, é auspiciosa para o Brasil a retomada de um processo de convergência, onde criadores, produtores e detentores de interesses variados da cadeia audiovisual brasileira estejam reunidos novamente. “Gostaria de dizer da satisfação que me dá ao ver o audiovisual brasileiro finalmente jogando como um time onde as particularidades, as atribuições e as funções são distinguidas, mas o time joga pra frente, pra fazer o gol pelo audiovisual brasileiro”, acrescentou.

Durante a reunião, os membros do Conselho entregaram, ao ministro da Cultura, as listas tríplices com os indicados para compor o Comitê Gestor do Fundo do Audiovisual. Entre os seis nomes que compõem as listas propostas pelo CSC, o ministro Gilberto Gil deve indicar os dois titulares e seus suplentes para compor o Comitê Gestor do Fundo do Audiovisual, conforme o regulamento. Segundo o ministro Gil, a expectativa é que os indicados possam contribuir com sugestões e idéias para o aperfeiçoamento dos mecanismos de operação do Fundo do Audiovisual, que o ministro considerou uma vitória da atual gestão da cultura, como da própria classe cinematográfica.

Também presente no encontro, o secretário executivo do Ministério da Cultura, Juca Ferreira, ressaltou a importância do Fundo do Audiovisual na composição de novos paradigmas de ações públicas dirigidas ao audiovisual brasileiro, especialmente no planejamento envolvido na elaboração dos programas. “O Fundo é um componente estratégico na política audiovisual brasileira e o conselho é o fórum apropriado para a proposta, avaliação e indicação dos caminhos a serem trilhados pelo conjunto das políticas voltadas para o setor”, avaliou Juca.

Fundo do Audiovisual – Antecedendo ao debate sobre o Fundo do Audiovisual, o diretor-presidente da ANCINE, Manoel Rangel, fez uma exposição sobre o tema, abordando seus principais objetivos. Segundo Rangel, as ações a serem apoiadas pelo Fundo do Audiovisual devem ser desenvolvidas como instrumentos para impulsionar o mercado, promovendo parcerias que criem sinergias entre os agentes públicos e privados que integram a atividade audiovisual brasileira.

“Seu objetivo maior é promover um ambiente sustentável para o desenvolvimento do audiovisual brasileiro no cenário da convergência digital, apoiando o investimento privado e tendo como foco a promoção da competitividade dos agentes econômicos e o estímulo à veiculação do conteúdo nacional em todos os segmentos do mercado”, explicou Rangel.

O Fundo do Audiovisual (FSA) foi criado pela Lei Nº 11.437 de 28 de dezembro de 2006 como uma categoria de programação específica do Fundo Nacional de Cultura (FNC). Assim como os demais Fundos setoriais existentes, foi criado na perspectiva de serem fontes complementares de recursos para financiar o desenvolvimento do setor, considerado estratégico para o país.

A gestão do Fundo ficará a cargo de um Comitê Gestor, composto por dois representantes do Ministério da Cultura, um da ANCINE, um dos agentes financeiros credenciados e por dois membros do mercado audiovisual, indicados pelo Conselho Superior de Cinema (CSC) a partir de lista tríplice nominal.

Cabe ao Ministro da Cultura designar os membros do Comitê Gestor. Este último estabelecerá as diretrizes e metas a serem cumpridas pelo Fundo, além de definir seu Plano Anual de Investimentos. O FSA contará ainda com uma Secretaria Executiva, exercida pela ANCINE, que dará apoio técnico, administrativo e operacional.

Operação e funcionamento

Os recursos do Fundo do Audiovisual, totalizando R$37.963.007 milhões já disponíveis e R$ 56.160.628,00 previstos no PLOA 2008, serão aplicados em programas e projetos dirigidos à solução de pontos considerados fundamentais para o desenvolvimento do mercado audiovisual no país. Assim, o Fundo pretende marcar um ponto de inflexão para o setor, ao estabelecer novas modalidades de investimentos, voltados à produção de obras cinematográficas, programas de televisão, lançamento e distribuição de filmes, construção de salas de cinema e projetos de infra-estrutura, estimulando todos os elos da cadeia produtiva, agindo para conferir equilíbrio aos segmentos mais frágeis.

Em fase de regulamentação dos seus mecanismos de operações, o Fundo representa a construção de novas bases para o desenvolvimento do audiovisual no Brasil em dois eixos centrais: o do fomento e o da regulação. Seu propósito é financiar programas e projetos da atividade audiovisual utilizando recursos de contribuições já recolhidas atualmente pelos agentes do mercado. Nenhuma taxa nova foi criada.

Os programas criados a partir do Fundo do Audiovisual serão operacionalizados principalmente por meio de investimentos retornáveis e empréstimos, dentre outras modalidades. Um dos objetivos é lançar mão de instrumentos visando o desenvolvimento e o fomento regulatório dos segmentos que não estão sendo supridos pelo atual sistema de financiamento, baseado principalmente na renúncia fiscal. Outro objetivo importante é dinamizar os projetos atendidos pelos atuais mecanismos de fomento, tornando-os mais eficientes e conferindo maior agilidade a sua realização. 

 

Festivais de cinema atraíram mais de 2 milhões de pessoas em 2006

O Fórum dos Festivais estima que 2,2 milhões de pessoas compareceram a festivais de cinema no Brasil em 2006, e que a realização destes eventos movimentou cerca de R$ 60 milhões em todo o país (sendo 43,66% provenientes da Lei Rouanet). O diagnóstico, realizado com apoio financeiro do Fundo Nacional de Cultura, do Ministério da Cultura, por meio de convênio com a Secretaria do Audiovisual, indica que os 123 festivais de cinema realizados no Brasil e os nove festivais de cinema brasileiro no exterior reuniram um público de 2.209.559 pessoas em 2006.

Os resultados foram apresentados na segunda-feira, 21, durante o lançamento do Diagnóstico Setorial 2007 / Indicadores 2006 dos Festivais Audiovisuais, realizado pelo Fórum dos Festivais.

Segundo o diagnóstico, o número de festivais aumentou de 44, em 2000, para 132, em 2006, com aumento médio de 19,82% a cada ano. No aspecto localização, Roraima e Acre são os dois únicos estados brasileiros que não têm registros de festivais de cinema, enquanto a região Sudeste concentra a maioria (51,52%) dos eventos. A pesquisa identifica, no entanto, crescimento dos eventos nas outras regiões brasileiras, e aponta que o aumento percentual dos festivais entre 2005 e 2006 foi maior nas regiões Norte (aumento de 80%) e Nordeste (42%).

O estudo aponta ainda que os festivais são importantes para levar o cinema a cidades que não têm salas, e ainda para servir como plataforma de divulgação de curtas-metragens.

O diagnóstico mapeou os festivais nacionais a partir de dados do Fórum dos Festivais e do Guia Brasileiro de Festivais de Cinema e Vídeo (Kinoforum). Os organizadores dos festivais responderam a questionários sobre aspectos de perfil do público e das obras exibidas, segmento de atuação, ações de formação e de inclusão, economia do setor.

O documento completo pode ser acessado no endereço: http://www.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2008/01/diagnostico.pdf

BNDES destinará R$ 12,9 a vinte projetos cinematográficos

Rio de Janeiro – Os 20 vencedores do Edital de Seleção Pública de Projetos Cinematográficos 2007 receberão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) recursos no valor de R$ 12,9 milhões, para investimento na produção e finalização de filmes de longa metragem.

O anúncio foi feito hoje (11) pela diretoria da instituição e, segundo a assessoria de imprensa, são obras de ficção, de animação e documentários. Os de animação tiveram o teto, anteriormente fixado em R$ 1 milhão, equiparado ao dos filmes de ficção, de R$ 1,5 milhão.

O BNDES recebeu 182 projetos e dos 20 aprovados, 15 são de ficção, trêsde animação e dois documentários. São nove do Rio de Janeiro, sete de São Paulo, dois do Paraná, um da Bahia e um do Rio Grande do Sul.

Participaram da seleção somente os projetos já aprovados pela Agência Nacional de Cinema (Ancine) e com protocolo de registro de emissão e distribuição de Certificados de Investimento Audiovisual na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Os vencedores deverão apresentar em 30 dias os documentos necessários à contratação.

Desde 1995 os desembolsos do BNDES para o setor, no âmbito da Lei do Audiovisual, superam R$ 93 milhões.