As operadoras de telecomunicações reconhecem que estão fora de sintonia com os desejos dos consumidores e tentam, agora, acelerar seus processos para acompanharem as expectativas dos usuários – é o que mostra uma pesquisa feita com executivos das empresas, divulgada nesta segunda-feira, 11/7.
Entre os resultados, 68% dos entrevistados indicaram que “o pensamento corporativo tradicional está fora de sincronia com as novas formas de serviço” e 81% lutam para lançar novos serviços de forma mais rápida e eficiente, mas nem sempre conseguem e acabam deixando campo aberto para novos competidores, menores e mais ágeis.
O estudo, patrocinado pela empresa de software para telecom Openet e realizado pelo CMO Council, da Califórnia (EUA), ouviu 212 profissionais, inclusive de grandes empresas do setor, como AT&T, Deutsche Telecom, Telefônica e Vodacom.
“Estamos em um ponto decisivo de nossa indústria”, afirma o diretor de marketing da Openet, Michael Manzo. “Operadoras estão cercadas por novos competidores, mas suas capacidades de aproveitar novas oportunidades são prejudicadas por questões de integração e legado.”
As teles têm sido bem sucedidas em ajustar preços e ofertas para chamadas de voz e mensagens de texto, mas são lentas em identificar as informações dos consumidores de forma a oferecer produtos sob medida aos novos hábitos e demandas gerados pelos smartphones e tablets.
O acesso sem paralelo às informações são uma mina de ouro para as teles, capazes de entrarem na intimidade dos clientes – desde os sites que visitam na internet, onde compram, suas visões sociais e políticas – tema em que a Google leva vantagem ao garantir foco à publicidade, por exemplo.
Somente 14% dos entrevistados na pesquisa afirmaram dominar os usos e atividades em tempo real de seus clientes, enquanto os demais ainda se baseiam principalmente em históricos de informações.
No entanto, 94% acreditam que se as operadoras e provedores de serviço conseguirem garantir as demandas dos consumidores, o potencial de retorno será maior – sendo que mais da metade dos entrevistados anteciparam aumentos superiores a 10% nas vendas.