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Cuba protesta contra difamação e manipulação da Globo

Em carta dirigida nesta segunda-feira (17) a Luiz Nascimento, diretor do programa de televisão Fantástico, da Rede Globo, pela seção de imprensa da embaixada de Cuba no Brasil, os cubanos  protestam de forma enérgica contra a maneira "desrespeitosa" e "difamatória" com que o país foi tratado em uma "reportagem" difundida no domingo pelo programa, a respeito do pedido de "asilo político" feito por artistas cubanos que estavam em visita ao Brasil.

No programa Fantástico, exibido pela Rede Globo no último domingo (16), foi exibida uma reportagem sobre os três músicos cubanos que teriam pedido "asilo político" ao Brasil, após se apresentarem em Recife em exibições programadas pelo Instituto Cubano de Amizade entre os Povos.

Segundo a embaixada, os "três músicos cubanos que decidiram residir no Brasil" resolveram pedir "asilo político, prática que alguns apátridas recorrem com o objetivo de obter a residência no estrangeiro".

Isso, para a embaixada, não cabe aos músicos, "pois ditos cidadãos em nenhum momento foram vítima de perseguição política alguma, e sua viagem ao Brasil, ao Estado de Pernambuco, se realizou por meio do Instituto Cubano de Amizade com os Povos".

"Chama a atenção a forma visceralmente irrespeituosa, difamatória, parcializada e grosseiramente manipulada que o programa Fantástico fez alusão da realidade cubana, somando-se desta forma à campanha midiática anticubana dirigida pelo governo americano, com a finalidade de causar danos à imagem de Cuba e semear um matiz de opinião negativo da Revolução cubana", prossegue a carta.

A embaixada demonstra ainda como o programa da emissora brasileira, de forma servil, somou-se à "política de agressão midiática da atual administração americana e da máfia cubana-americana de Miami contra o povo cubano".

Questiona também os motivos que fizeram o programa a omitir o criminoso bloqueio econômico, comercial e financeiro americano, imposto pelo governo dos EUA há quase meio século e que a embaixada, na carta, recorda ao diretor do Fantástico.

"Segundo cálculos conservadores, o bloqueio imposto pelos EUA contra Cuba provocou perdas de mais de US$ 89 bilhões. Isso significa, em valores atualizados da moeda americana, não menos que US$ 222 bilhões. Qualquer um pode compreender o nível de desenvolvimento econômico e social que Cuba teria alcançado se não houvesse sido submetida a esta guerra econômica implacável e obcessiva", ensina a embaixada na carta ao diretor.

Relembra ainda como explicou o então presidente americano, Dwight Eisenhower, a essência do bloqueio, em uma reunião governamental liderada pelo administrador dos EUA em 1960:

"… não existe uma oposição política em Cuba; portanto, o único meio previsível que temos hoje para alienar o apoio interno à Revolução, é por meio do desencanto e desalento, baseados na insatisfação e dificuldades econômicas. Deve utilizar-se prontamente qualquer meio concebível para debilitar a vida econômica de Cuba. Negar-lhe dinheiro e financiamentos a Cuba, para diminuir os salários reais e monetários, a fim de causar fome, desespero e o derrubamento do governo".

Após demonstrar de forma contundente a realidade trágica que o bloqueio impõe aos cubanos, com a proibição de importação de medicamentos e alimentos, de comércio com empresas que tenham capital americano e da proibição que os americanos têm de visitar o país, a sessão de imprensa da embaixada compara os papéis que Cuba e EUA tiveram ao longo do século 20.

"O Fantástico omitiu que, quando foi necessário, sangue cubano também foi derramado na África. Dali, Cuba só trouxe os restos de seus combatentes. Cuba não foi em busca de ouro, diamantes ou petróleo. Os cubanos foram lutar pela liberdade, contra o colonialismo e contra o apartheid. Mais de 350 mil combatentes voluntários cubanos, homens e mulheres, foram derrotar as tropas do apartheid, tornando possível a desaparição, em pleno século 20, de uma forma brutal de discriminação e exclusão dos homens pela cor de sua pele, onde cairam mais de 2 mil filhos do povo cubano combatendo ali e fizeram possível a preservação da integridade territorial de Angola, o surgimento da Namíbia como um país independente, a libertação de Nelson Mandela e a desmontagem do cruel sistema do apartheid, que era mantido pelo apoio vergonhoso de muitos dos quais hoje tratam de omitir esse passado, em que foram cúmplices do regime do apartheid, ao que ajudaram a armar, ao qual ajudaram a violar as resoluções das Nações Unidas, em primeiro lugar, o governo dos Estados Unidos".

Finalmente, a Seção de Imprensa da Embaixada de Cuba no Brasil deseja expressar de forma clara, contundente e firme, que nem as manipulações que o governo dos Estados Unidos montaram, com a participação às vezes de alguns poucos mercenários, aos quais pagam e dirigem contra Cuba, nem as ameaças, nem seu dinheiro abundante para pagar traições e deslealdades, nem suas campanhas midiáticas, nem suas pressões e agressões farão desistir ao povo cubano de seu rumo de defesa de sua liberdade e justiça social para seu povo e para outros povos do terceiro mundo".

"Cuba, Sr. Luiz Nascimento, não se renderá. Luta e lutará com a convicção de defender hoje os direitos alcançados pelo povo cubano a partir da revolução cubana de 1.º de janeiro de 1959, que em breve completará 50 anos, e não renunciará tampouco a defender também os direitos de todos os povos do terceiro mundo", finaliza a carta que a embaixada cubana endereçou à Rede Globo.

Agressão de advogado a repórter chega à Comissão de Direitos Humanos

O deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR) protocolou, na última semana, na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, uma cópia do vídeo que mostra a agressão do advogado Eudes Martinho Rodrigues ao repórter cinematográfico Humberto Vendramel, da emissora RPC, afiliada da Rede Globo no Paraná. 

O advogado teria agredido o repórter no último dia 19 de outubro, durante operação de fechamento de um bingo clandestino, executada pela Polícia Militar no bairro Parolin, em Curitiba. Cinegrafistas de outras emissoras registraram as imagens.

"Uma pessoa como essa não tem a menor condição de continuar a exercer a advocacia", afirma Dr. Rosinha. "Seu comportamento revela um desequilíbrio mental, psicológico. Como médico, recomendo um tratamento."

A agressão causou um ferimento entre os supercílios de Humberto, além de deixar um hematoma abaixo do olho esquerdo. Nota emitida pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná diz que a entidade "considera condenável qualquer agressão, por uma questão de princípios e respeito à integridade física das pessoas e à dignidade humana. Mais ainda em se tratando de um repórter no exercício de sua profissão".

O presidente da seccional paranaense da OAB, Alberto de Paula Machado, determinou a instauração de um processo disciplinar contra o advogado Rodrigues. Conforme o Estatuto da Advocacia e o Código de Ética e Disciplina da OAB, as sanções disciplinares vão da censura à exclusão, além da suspensão e multa – no caso de exclusão, o regulamento da profissão permite ao advogado punido requerer, um ano após o cumprimento da pena, sua "reabilitação", no caso de haver "provas efetivas de bom comportamento".
 
Em ofício lido durante a última sessão da Comissão de Direitos Humanos, Dr. Rosinha sugere que os seus integrantes façam a exibição pública do vídeo e aprovem uma moção de repúdio ao ato praticado. Além disso, o deputado solicita que a comissão acompanhe a apuração e punição do autor da agressão pelas autoridades policiais, judiciárias e pelas instâncias estadual e nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
 
As providências sobre o caso e a análise das solicitações de Dr. Rosinha devem ser tomadas na próxima sessão da comissão, marcada para quarta-feira (07).

Clique aqui para assistir ao vídeo da agressão, gravado por Geber Vieira, do SBT.

Jornalistas acham que Lula respeita mais a imprensa que FHC

Qual a opinião dos formadores de opinião sobre a liberdade de imprensa no Brasil? Esse foi o fio condutor da mais ampla pesquisa sobre o tema já produzida no país. Encomendada pela revista IMPRENSA, mailing Maxpress e a Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial), a pesquisa foi realizadapelo Instituto Franceschini de Análise de Mercado, que ouviu 400 jornalistas de redações espalhadas por todo território nacional. 

Segundo 49% dos entrevistados, a situação da liberdade de imprensa melhorou desde que Lula chegou ao poder. Para 36%, não houve mudança. Apenas 15% acreditam que havia mais liberdade na era FHC. “Esse dado pode se confundir com o fato de Lula ser um exímio comunicador. O Fernando Henrique era um acadêmico, não se comunicava bem. Apesar disso, a gestão Lula tem sido pobre no sentido da entrevista coletiva”, opina Gaudêncio Torquato, consultor político e professor da ECA-USP. 

Ainda segundo a pesquisa, o Brasil lidera o ranking dos países que mais respeitam o trabalho da mídia na América Latina. Essa opinião foi manifestada por 64% dos jornalistas entrevistados. A segunda colocação ficou com a Argentina, com 12,3%. Em contrapartida, a Venezuela foi apontada por 44,5% dos jornalistas como a nação que mais desrespeita o livre exercício do jornalismo. Cuba ficou em segundo lugar, com 14,5.

Entenda a pesquisa

A pesquisa foi realizada pela Franceschini Análises de Mercado, empresa localizada em São Paulo atuando em todo o território nacional há mais de 15 anos, especializada em estudos sobre comunicação e mídias. 

O método empregado foi quantitativo, com amostra aleatória, sorteando-se os jornalistas que atuam como repórteres, editores e chefias através de pulo sistemático no cadastro da Maxpress, que é considerado o mais completo data-base destes profissionais em atuação no Brasil.

Foram realizadas 400 entrevistas em todo o Brasil propiciando uma margem de erro de 5% (para mais ou menos) para os resultados totais. As entrevistas foram realizadas por telefone entre os dias 19 a 21 de março junto a jornalistas de todo o Brasil.

A coleta de dados foi realizada por uma equipe composta por doze entrevistadores e um supervisor direto. Os trabalhos de campo foram coordenados por um gerente de campo e por um gerente de projeto.

O intervalo de confiança utilizada na pesquisa foi de 95,5%, o que significa que, caso fossem realizadas pesquisas com 100 amostras com o mesmo rigor técnico, em 95,5% delas o padrão de respostas seria o mesmo.

Active Image publicação autorizada.

ABI quer mais ética e menos desigualdades sociais

Em declaração comemorativa do Dia da Imprensa, neste 1 de junho, a ABI – Associação Brasileira de Imprensa reafirmou seu compromisso de vigorosa defesa da liberdade de informação, da liberdade de acesso às fontes de informação e da liberdade de opinião, para construção de um Brasil melhor, com mais ética na administração públicae na iniciativa privada e menos desigualdades entre as pessoas e as regiões do Pais.

Assinalou a ABI que o Dia da Imprensa era anteriormente festejado em 10 de setembro, data de criação do Diário do Rio de Janeiro, criado pelo Governo do Príncipe Regente Dom João VI, e passou a ser comemorado em 1 de junho para celebrar o Correio Braziliense de Hipólito da Costa, o primeiro editado em língua portuguesa sem censura nem obediência ao poder.

“A Associação Brasileira de Imprensa dirige sua saudação fraternal aos jornalistas de todo o País por motivo da passagem, neste 1 de junho, do Dia da Imprensa, que celebra o aparecimento em 1808, em Londres, do primeiro jornal brasileiro, o Correio Braziliense , editado por um sonhador de espírito libertário, o gaúcho Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça, que dedicou a sua publicação, enviada clandestinamente para o Brasil, à sustentação da idéia da independência e do progresso nacional, sem subordinação política a potências estrangeiras. A ABI considera que bem agiram os legisladores do País ao oficializar o Dia da Imprensa tendo como paradigma o jornal de Hipólito da Costa, o primeiro editado em língua portuguesa sem submissão à censura e sem obediência ao poder, como ocorria com o veículo antes adotado como referencial do surgimento do jornalismo entre nós, o Diário do Rio de Janeiro , que começou a circular em 10 de setembro de 1808 e inspirou a transformação dessa data em marco da criação da imprensa no Brasil.

Ao contrário do Diário , criado pela Corte portuguesa instalada no País após a chegada de Dom João VI e que constituía a folha de divulgação dos atos oficiais, numa antecipação do futuro Diário Oficial, o Correio de Hipólito foi expressão dopensamento livre e se devotou a uma grande causa, a da independência nacional. Foi esse viés da atuação do Correio que valeu ao seu criador o reconhecimento, feito por Barbosa Lima Sobrinho, de que foi ele, Hipólito, o pioneiro da independência do Brasil. Ao pôr em relevo esse fato histórico, tem em vista a ABI destacar o papel que cabe à imprensa e aos profissionais que a produzem, tal como se deu ao tempo de Hipólito da Costa, de atuar como instrumentos e agentes da construção de um país que avance em progresso material, no aperfeiçoamento dos costumes políticos, no respeito à ética na administração pública e na iniciativa privada e na busca da justiça social, com a redução das gritantes desigualdades hoje existentes entre as pessoas e as regiões do País.

É certo que tais aspirações têm sido tisnadas nos últimos tempos por episódios que comprometema possibilidade de sua efetivação num horizonte próximo, mas é preciso sonhar. Neste Dia da Imprensa de 2007, Ano Inaugural do seu centenário, a ser completado em 7 de abril de 2008, a ABI reafirma seu propósito de manter vigorosa defesa da liberdade de informação, da liberdade de acesso às fontes de informação e da liberdade de opinião, bens essenciais para a edificação de um efetivo Estado Democrático de Direito no País, e de contribuir para a construção de um Brasil melhor.

Rio de Janeiro, 1 de junho de 2007

Maurício Azêdo, Presidente.”