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Consultoria foi contra regulamento de qualidade criado pela Anatel

A consultoria PricewaterhouseCoopers International, anunciada hoje (28) pela Anatel como "Entidade Aferidora de Qualidade" da banda larga brasileira – com o suporte técnico da britânica SamKnows – foi contra o Regulamento de Gestão da Qualidade do Serviço de Comunicação Multimídia (RGQ-SCM) criado pela agência reguladora. O mesmo que agora terá de cumprir à risca, para garantir qualidade no serviço prestado ao consumidor.

A confusão começou quando a Anatel colocou em janeiro deste ano em consulta pública o "Pedido de Anulação interposto pela TNL PCS S/A (Oi), a alguns dispositivos dos Regulamentos de Gestão da Qualidade do Serviço de Comunicação Multimídia (RGQ-SCM) e de Gestão da Qualidade do Serviço Móvel Pessoal (RGQ-SMP)". O objetivo da agência reguladora foi colher sugestões do mercado sobre eventuais mudanças ao texto.

No dia 1º de fevereiro deste ano, o representante da PricewaterhouseCoopers International Ltda, Anderson Carlos Santos Ramires, apresentou as considerações desta consultoria internacional, que foram contrárias à adoção do regulamento de SCM.

"Boas Práticas Regulatórias"

No entender da PricewaterhouseCoopers "a utilização de medidas regulatórias deve ser adotada quando existir uma questão específica cuja resolução não possa ser obtida através de mecanismos de mercado".

Embora considere que a adoção de regulamento seja uma "ferramenta legítima e eficiente" para fornecer à Anatel as informações necessárias para o bom desempenho de suas funções, a consultoria defende a tese de que a agência deveria ter levado em conta "o tamanho, nível de maturidade e estrutura do mercado brasileiro". Sem estudar esse problema, a consultoria entende que a Anatel poderia exceder "em custo", o benefício que pretenderia dar aos consumidores "do ponto de vista regulatório".

A PwC informou que em agosto de 2011, por solicitação do SindiTelebrasil – entidade que defende os interesses das empresas de telefonia – realizou um estudo internacional e avaliou em 10 países o nível de regulamentação existente para a aferição da qualidade da banda larga. Esse estudo foi realizado nos Estados Unidos, Coréia do Sul, Alemanha, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia, Espanha, Chile, Índia e Itália. Levou em conta que esses 10 países representariam 40% do todal de assinantes mundiais do serviço. Buscou responder as seguintes queswtões:

(i) o entendimento da abordagem adotada pelos Órgãos Reguladores para a Qualidade dos Serviços de Banda Larga;

(ii) o entendimento dos parâmetros utilizados na medição e transparência dos resultados da Qualidade da Banda Larga,

(iii) o entendimento das penalidades adotadas;

(iv) a percepção dos consumidores: e

(v) a eficácia da abordagem adotada.

"O estudo demonstrou que nenhum dos 10 países avaliados implementou uma regulamentação específica e, principalmente, determinou metas de qualidade para Banda Larga a serem seguidas. Ao contrário, as medidas utilizadas pelas Agências Reguladoras foram no sentido de aumentar a transparência para os Consumidores em relação à qualidade e preço oferecidos, por meio da publicação de informações comparativas sobre os serviços entre as Operadoras", informou a PwC, contrariando justamente o regulamento para obrigar as empresas a cumprirem metas de qualidade na banda larga.

Segundo a consultoria, as medidas adotadas por esses países vão na direção de estabelecer "variações na qualidade do serviço", de forma a que os próprios consumidores possam fazer suas escolhas, criando com isso uma pressão concorrencial que obrigue as prestadoras a melhorarem o seu desempenho.

A PwC também constatou que existem ainda países onde não há "nenhuma evidência de intervenção" e que neles organismos de defesa dos consumidores são encarregados pela medição e divulgação dos resultados sobre a qualidade do serviço prestado pelas Operadoras.

"Desta forma, não se pode estabelecer uma relação clara e direta entre o nível de regulamentação, sua eficácia e o impacto sobre a concorrência, bem como sobre a melhoria dos padrões de qualidade da banda larga oriundos da adoção de regulamentações específicas de metas de qualidade nos países analisados. Nesses mercados, apenas a Índia implementou a obrigatoriedade de divulgação do desempenho do serviço, não representando uma regulamentação específica dos níveis de qualidade do mesmo", concluiu a consultoria.

A Anatel encerrou a consulta pública do pedido da TNL/PCS (Oi) no último dia 1º de fevereiro, sem ter divulgado até o momento se aceitará ou não o pedido de anulação do regulamento de qualidade da banda larga que ela mesmo criou, com base nos argumentos da concessionária e das empresas que encaminharam sugestões.

Essa questão e mais a decisão tomada hoje, de escolher a PricewaterhouseCoopers como "Entidade Aferidora de Qualidade", sugerem que o orgão regulador está totalmente perdido com relação aos rumos que tomará em relação à fiscalização dos serviços prestados futuramente pelas operadoras na banda larga brasileira.

Programa Banda Larga nas Escolas já atende 59,2 mil instituições

Em 2011 foram ativados pontos de conexão em 4,5 mil escolas, com velocidade acima de 2 Mbps.

O Programa Banda Larga nas Escolas chega a 59,2 mil instituições públicas urbanas de ensino fundamental e médio no Brasil. De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil), só em 2011 foram ativados novos pontos de conexão em 4.506 escolas, o que representa mais de 12 instituições conectadas por dia.

Implantado pelas concessionárias de telefonia fixa em 2008, o programa consiste na conexão gratuita das escolas públicas urbanas. A meta inicial era atender 55 mil escolas e foi ampliada para 69,1 mil em virtude da inclusão de novas instituições na área urbana dos municípios.

Pelo programa, essas escolas terão acesso gratuito em banda larga durante 24 horas por dia até 2025, quando vencem os atuais contratos de concessão da telefonia fixa. O compromisso também prevê o atendimento de novas instituições públicas de ensino, identificadas pelo censo escolar, que vierem a integrar as áreas urbanas até o fim dos contratos.

Segundo o levantamento, do total de escolas conectadas, 36,4 mil são instituições municipais, 22,5 mil são estaduais e 251 federais. A maior concentração de escolas urbanas está no Estado de São Paulo (8.723), seguido de Minas Gerais (6.703), da Bahia (5.243), do Rio de Janeiro (4.517) e do Paraná (4.229). As instituições estão conectadas em velocidades acima de 2 Megabits por segundo (Mbps) e em alguns casos a velocidade chega a até 10 Mbps.

Ministério da Justiça pede à Anatel que mantenha metas de qualidade da banda larga

O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), órgão da Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça defende a fixação de metas de qualidade para o setor, lembrando que ele é responsável por aproximadamente um quarto do total de demandas dos consumidores apresentadas aos Procons. A nota técnica foi enviada à Anatel em função do pedido que a empresa Oi fez para anular itens do Regulamento de Gestão de Qualidade do Serviço de Comunicação Multimídia e Regulamento de Gestão de Qualidade do Serviço Móvel Pessoal.

“Com o pedido de anulação das metas, há risco de retrocesso na qualidade dos serviços oferecidos ao consumidor”, avalia Juliana Pereira, diretora do DPDC. Conforme dados do Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec), o ramo de telecomunicações registrou 22,9% das queixas em 2011. O documento enviado afirma ainda que a Anatel, ao disciplinar os serviços privados, viabiliza o cumprimento dos direitos dos consumidores e tem como objetivo garantir o aumento da qualidade dos serviços prestados.

A Agência abriu consulta pública entre 16 de janeiro e 1º de fevereiro, após a Oi apresentar pedido de anulação de diversos artigos dos regulamentos de qualidade da banda larga e da telefonia móvel, aprovados em outubro do ano passado. Entre as metas, há indicadores de atendimento ao consumidor, critérios de qualidade para as redes, incluindo parâmetros mínimos e médios de velocidade. A partir de 2012, as empresas com mais de 50 mil assinantes deverão garantir a média de 60% da velocidade contratada, subindo para 70% no segundo ano e 80% a partir do terceiro.

Anonymous seguem em guerra e EUA recuam no apoio a SOPA e PIPA

O grupo Anonymous, coletivo mundial de ciberguerrilheiros, manteve os ataques a alvos preferenciais, nas últimas 24 horas e, além do sítio do governo da França (www.elysee.fr), que amanheceu com a tela branca e nela escrito, em letras garrafais: We Are Legion (Somos uma legião), principal slogam dos insurgentes, foram atingidos outros 14 nos EUA e Europa. Saíram do ar as páginas da Casa Branca, sede do governo dos EUA (Whitehouse.gov), do departamento de Copyright (DOJ, na sigla em inglês), da Universal Music norte-americana e francesa, da associação da indústria fonográfica (RIAA, também na sigla em inglês), da associação da indústria cinematográfica (MPAA) , do Departamento de Justiça (Justice.gov), da federação belga de antipirataria e seu equivalente francês (anti-piracy.be/nl/ e HADOPI.fr), da polícia federal norte-americana (FBI.gov), do senador Christopher Dodd (ChrisDodd.com), que permanecia fora do ar na tarde deste sábado, da Vivendi France (Vivendi.fr), da BMI (BMI.com) e da Warner Music Group (WMG.com).

Segundo nota do grupo, distribuída também pela internet, no início desta tarde, os ativistas seguem com estas instituições na lista de novas ações que irão transcorrer nos próximos dias. A estratégia de protesto do Anonymous parece ter surtido efeito. Em menos de 24 horas, um número consistente de congressistas norte-americanos deixou de apoiar as controversas leis antipirataria, com votações em curso no Senado. Segundo analistas, a ação eficaz contra o Megaupload, maior site de armazenamento e distribuição de dados da internet, provou serem desnecessários o Stop Online Piracy Act, (SOPA), ou o Protect IP Act (PIPA), para se regular a questão dos direitos autorais na web. Ao todo, 19 senadores mudaram seus votos e cinco deputados se posicionaram contra os novos projetos de lei.

Protesto em Portugal

Ao redor do mundo, o Anonymous prossegue na busca do apoio popular e em Lisboa, neste sábado, o grupo realizará uma rara manifestação de rua. Manifestantes distribuíram flyers na noite passada e nesta manhã, com a convocação para uma passeata até a Praça Marquês de Pombal, no Centro da capital portuguesa. Além do controle da internet, a crise econômica e o desemprego também integram a pauta do encontro.

Leia o manifesto, na íntegra:

“Iniciamos 2012 mergulhados numa das maiores crises já vividas na história portuguesa e europeia. São mais de 700 mil desempregados no nosso país, e esse número não pára de aumentar. A precariedade laboral devora os nossos sonhos, condenando-nos à miséria e a uma vida sem futuro.

“O orçamento aprovado para este ano reproduz de modo ainda mais perverso as exigências da Troika, com cortes na Saúde, na Educação, eliminação do 13º e 14º salários na Função Pública, aumento do valor das taxas moderadoras, dos preços dos transportes, da eletricidade e das rendas das casas. Apesar do grande número de desempregados o governo amplia em meia hora por dia o horário de trabalho, aumentando a exploração e tornando mais difíceis novas contratações.

“Não somos nós que estamos a “viver acima das nossas possibilidades”, mas sim os banqueiros, patrões e multimilionários, bem como os políticos que os apoiam. Estes é que são os verdadeiros responsáveis pela crise da dívida pública!

“É preciso sair à rua e dizer basta!

“Apelamos a todas e a todos, desempregados, trabalhadores, imigrantes, precários, reformados, estudantes, todos aqueles e aquelas cujas vidas e sonhos estão a ser destruídos em nome de uma crise pela qual não têm qualquer responsabilidade, a que se juntem e, a 21 de Janeiro, mostremos na rua que exigimos viver em Democracia e que em Democracia o poder é do povo e de mais ninguém!

“Pelo direito ao trabalho com direitos!
“Contra as privatizações dos setores estratégicos!
“Suspensão do pagamento da dívida e auditoria popular!

“A Democracia sai à rua
“Traz a tua voz!”

FBI fecha Megaupload e desencadeia guerra online: site do FBI desaba

O site Megaupload foi encerrado pelas autoridades norte-americanas e o seu fundador foi detido após uma ação da companhia Universal Music. Em resposta, o coletivo hacker Anonymous está retaliando várias entidades norte-americanas através do maior ataque desde que a internet foi criada.

Segundo a justiça norte-americana, o provedor de arquivos Megaupload, um dos mais populares da internet, é responsável por prejuízos de mais de 500 milhões de dólares a autores e empresas da indústria fonográfica e cinematográfica. Sete pessoas — quatro das quais detidas na Nova Zelândia, incluindo o fundador do Megaupload, Kim Dotcom — são acusadas de associação criminosa e violação de direitos autorais.

Além do fechamento do site, legalmente sediado em Hong Kong, foram apreendidos diversos servidores, material de informática e outros bens no valor de 50 milhões de dólares.

A operação internacional surge após várias ações legais movidas por gigantes como a Universal, que recentemente contestara a participação de conhecidas estrelas da música pop num vídeo de promoção do Megaupload. Will.i.am, Kanye West e Alicia Keys são alguns músicos que defendem aquele site de compartilhamento de arquivos, apesar da companhia fonográfica não ter autorizado os artistas, seus contratados, a participar no anúncio.

A ação contra o Megaupload, que não é um site de compartilhamento de conteúdos protegidos, mas que pode ser utilizado para esse fim de forma anônima, acontece um dia após o protesto da Wikipédia e de outros importantes sites contra dois projetos-lei que neste momento são discutidos nos Estados Unidos.

O PIPA e o SOPA prevêem o encerramento de sites que contenham conteúdos protegidos. Por exemplo, o YouTube poderia ser encerrado e enfrentar ação legal pelo fato de um usuário do serviço divulgar naquele site um conteúdo protegido por direitos de autor, ainda que sem autorização.

A guerra online
O fechamento do Megaupload motivou aquele que já é o maior ataque protagonizado pela rede hacker Anonymous. O site informou que às 20h (horário de Brasília) desta quinta-feira (19), 5.635 programadores participavam de uma ação que deixou fora do ar sites de várias organizações governamentais e empresas audiovisuais. O FBI era anunciado como um dos principais alvos a abater. O Departamento de Justiça, Universal, US Copyright Office, MPAA e RIAA estavam offline, apresentando telas com mensagens do Anonymous.

Às 20h55, a CNN citava uma fonte do coletivo hacker para e informava que pelo menos 27.000 computadores estavam sendo utilizados no ataque.

Atualização das 23h21: o Site do FBI acaba de ser derrubado.