Telebras festeja PNBL, mas satélite e cabo submarino atrasam

Enquanto sofre atrasos em projetos estratégicos, por problemas de orçamento e de hierarquia decisória, a Telebras defendeu diante do mercado privado, na Futurecom 2012, o que considera o sucesso do Plano Nacional de Banda Larga. Nas contas da estatal, o PNBL responder por um terço do crescimento dos acessos fixos. Mas o prazo previsto para o lançamento do satélite já se perdeu. E os cabos submarinos dependem de um último possível parceiro.

“Cerca de um milhão de usuários, em quase 20 milhões de acessos [fixos], pode parecer pouco. Mas 31,15% das adições líquidas, praticamente um terço, são do PNBL”, afirmou o presidente da Telebras, Caio Bonilha. Ele se baseia no número de novos acessos desde que a estatal firmou o primeiro contrato, com um provedor de Santo Antônio do Descoberto, em Goiás, em junho do ano passado.

Para Bonilha, o “sucesso” do plano também pode ser medido nos valores de mercado. “Quando dissemos que venderíamos o megabit full por R$ 230, disseram que tinha subsídio público. Mas quem acompanha o mercado sabe que hoje, em várias regiões, se compra abaixo de R$ 100, sem esforço. Em alguns estados a queda em dois anos chega a 80%. Tinha muita gordura para queimar.”

A empresa também está expandindo a rede. Já tem acertos para oferta em Belém-PA e deve fechar em breve acertos com Rondônia. Na Futurecom vai anunciar, ao lado da TIM, um acordo de troca de fibras com a operadora privada. Trata-se da rede associada ao linhão de Tucuruí, entre Pará e Amazonas, com um braço para o Amapá. A TIM detém direitos de exploração dos cabos OPGW (leia-se fibras ópticas) do linhão.

Cabos e satélite

Bonilha também garantiu que a infraestrutura de telecomunicações para a Copa das Confederações – em Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Salvador – estará pronta para os testes da Fifa em 15 de março do próximo ano. Na prática, a garantia de rede exigida pela federação internacional de futebol depende, neste momento, de conclusões de obras nos estádios selecionados.

Mas dois projetos tidos como estratégicos para a estatal sofrem, em maior ou menor grau, com o processo de decisão no governo. O projeto do satélite geoestacionário está pronto para as encomendas, mas enfrenta questionamentos da Presidência da República sobre o valor previsto. Nesse caso, uma coisa já é certa: a ideia de lançá-lo em 2014 foi (com trocadilho) para o espaço.

Já os cabos submarinos estão mais próximos de terem obras iniciadas, mas ainda dependem da decisão de um potencial parceiro – um hermano que avalia uma participação marginal. Com o principal sócio da empreitada, a Odebrecht, está tudo resolvido (depois de um longo processo). E até por isso o projeto deve ser apresentado ao Ministério das Comunicações na próxima semana.

A expectativa é de que as contratações e mesmo o início das obras de quatro dos cinco “braços” desse projeto se dê ainda neste ano – o que significa ter a infraestrutura disponível em meados de 2014, se a empreitada correr sem grandes surpresas. É possível que a etapa europeia fique para um segundo momento – a prioridade serão aquelas para os EUA, África, costa brasileira e Uruguai.

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