NIC.br critica falta de transparência no processo de escolha da aferidora de qualidade

Segundo Demi Getschko, não está claro qual o critério utilizado pela comissão de seleção, e o porque da escolha da PricewaterhouseCoopers

A escolha da PricewaterhouseCoopers como entidade aferidora da banda larga no Brasil continua gerando polêmica. Primeiro pelo fato da empresa ter se manifestado contra o controle da qualidade do serviço, durante consulta pública realizada pela Anatel. E como se não bastasse, existem suspeitas de que o software indicado por ela para realizar a medição não preenche todos os requisitos. “A versão do Speedtest a que tivemos acesso não mede parâmetros importantes e definidos pela Anatel para se avaliar a qualidade da banda larga”, diz Demi Getschko, diretor presidente do NIC.br, que também havia se inscrito no processo que definiu a entidade aferidora.

A transparência da escolha também foi questionada. “Achamos muito estranho que uma decisão dessa não caiba recurso”, continua. “Além disso, não está claro quais foram os critérios utilizados pela comissão de seleção e o que motivou a escolha da PricewaterhouseCoopers”. Vale lembrar que a comissão era composta por representantes das operadoras GVT, TIM, Telefônica/Vivo, Algar Telecom, Nextel, Oi e Embratel/Claro/Net, que irão pagar pelo serviço de aferição. Os critérios foram definidos pela Anatel, a quem cabe fiscalizar sua implementação.

“Os próprios parâmetros definidos pela Anatel a respeito da localização dos pontos de medição não estão claros”, continua. “Defendemos que os pontos de troca de tráfego (PTT) estejam fora do sistema autônomo único da rede das operadoras. Senão é como se fosse aferida a qualidade de uma ligação entre ramais dentro de uma empresa. Você consegue falar com alguém na sala ao lado, mas quando tenta conseguir uma linha para ligação externa, o telefone está sempre ocupado".

O Idec, Instituto de Defesa do Consumidor lamentou a escolha da PricewaterhouseCoopers em detrimento do NIC.br.

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