Telebras prevê banda larga por R$ 17 em até dois anos

A Telebras prevê dobrar seu anel de fibra óptica que circunda várias cidades brasileiras e fomentar a competição entre provedores e teles para criar planos de banda larga de até R$ 17 ao longo dos próximos dois anos.

Os esforços fazem parte do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) que teve início em agosto de 2011, quando a cidade de Santo Antônio do Descoberto, um pequeno município de Goiás, estreou o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL).

Os santo-antonienses donos de computadores, portanto, podiam a partir daquele momento ao pequeno provedor Sadnet e contratar uma conexão web de 1 Mbps por apenas R$ 35 por mês.

Antes, por uma conexão de internet com velocidade inferior, as pessoas desembolsavam mais de R$ 100 mensais. Mas por que o preço caíra tanto de uma hora para a outra? A resposta estava na nova infraestrutura de telecomunicações que chegava à cidade graças ao PNBL. Com ela, a Sadnet podia usar um link de 100 Mbps do governo, reduzir os preços dos serviços para os clientes e concorrer com as caras conexões das teles que atendem à região.

Fora Santo Antônio do Descoberto, outros quase 500 municípios (de 23 Estados brasileiros) já estão conectados à rede do PNBL, um anel de fibra ótica que tem, neste momento, cerca de 19 mil quilômetros pelo país. Nestes locais, além de pequenos provedores, operadoras como Oi, Telefonica, Algar Telecom e Sercomtel, oferecem serviços de banda larga popular, sempre abaixo dos R$ 35 acordados com o governo.

Os provedores e teles que desejam usar a infraestrutura da Telebras devem comprometer-se, em troca, a cobrar no máximo R$ 35 pela conexão. Em alguns casos, quando os Governos Estaduais aceitam abrir mão do ICMS para fomentar a banda larga em seus Estados, o valor máximo permitido cai para R$ 29,90.

Idealizado no governo Lula, o PNBL tem o objetivo de chegar a 4,5 mil cidades. Mas ele não servirá apenas para isso. A ideia do governo, com o programa, é montar uma infraestrutura de internet rápida para atender a demanda de conexões que o país terá em 2014, ano de Copa do Mundo.

Até lá, a Telebrás (a estatal foi escolhida para comandar o projeto) pretende deixar a atual infraestrutura de fibra ótica (com 19 mil quilômetros) com mais de 30 mil quilômetros. Essa rede deverá suportar órgãos públicos e mais de 30 milhões de acessos de banda larga fixos. (Hoje, o país tem 17 milhões de computadores com acesso à internet rápida).

Poucos funcionários

Para atingir tal objetivo, a Telebras terá dois anos. O presidente da empresa, Caio Bonilha, disse que a companhia cumprirá o cronograma estabelecido. “Em meados do ano que vem, estaremos com os 31 mil quilômetros de fibra instalados”, disse a INFO.

No ano que vem, 4 milhões de domicílios em 142 municípios da Região Sul também serão atendidos pelo PNBL. “Trabalhamos com força máxima no trecho São Paulo – Campinas – Porto Alegre. E estamos percorrendo todo o interior de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, disse Bonilha. “Mesmo sem data de lançamento do programa, dos 639 provedores de internet licenciados na Região Sul, mais da metade se disse interessado no programa”, disse.

A região norte também será atendida, diz Bonilha. A Telebras vai atender cerca de 2 milhões de casas de 51 cidades da região norte. Na semana passada, o Ministério das Comunicações que repassará cerca de R$ 62,5 milhões para a Telebras acelerar os projetos do PNBL nos estados do norte brasileiro.

Segundo Bonilha, a Telebras “patinou” um pouco com os projetos neste ano por causa do baixo número de funcionários disponíveis (cerca de 200). A equipe, explica Bonilha, cuida de 75 projetos pelo país inteiro, desde negociações com operadoras e provedores até a fiscalização dos projetos.

“Como o volume de trabalho é grande, a gente tenta ser o mais produtivo possível. Mas não posso negar que a carência de mais especialistas impactam nos processos de expansão do PNBL”, explicou.

Banda larga mais barata

Em 2010, quando o PNBL estava sendo estruturado, as operadoras reclamaram com o governo. Basicamente, elas consideravam que a rede – e a reativação da Telebras – pudessem prejudicar o mercado.

Essa impressão, diz Bonilha, é passado. O executivo explica que as operadoras agora colaboram com o projeto porque entenderam que a rede de fibra ótica também pode ser usada por elas. “As teles entenderam que somos neutros e que não vamos cobrar mais delas só porque são maiores e têm mais usuários”, diz.

Em um comunicado, a Oi, uma das operadoras que aderiram ao programa do governo e que já oferece pacotes do PNBL em centenas de municípios, disse que vai expandir a oferta para toda sua rede.

Bonilha crê que se o mercado comprar o projeto – e governos federais e estaduais criarem mecanismos de isenções tanto para o serviço quanto para o desenvolvimento e instalação de novas redes – o preço da banda larga no Brasil vai cair quase pela metade.

Se isso acontecer, em dois anos, a população de Santo Antônio do Descoberto pagará por uma conexão banda larga com um 1 Mbps cerca de R$ 17.

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