Empresas projetam dobrar base de assinantes

“Nós não estamos todos aqui confortáveis, sentados em nossas cadeiras…”. As palavras proferidas por Paulo Cezar Teixeira, presidente da unidade de mercado individual da Telefônica/Vivo, no Congresso ABTA 2011, demonstram o quanto o setor de TV paga no Brasil está aquecido. O debate “Reflexões sobre o futuro da TV por assinatura”, que ocorreu no dia 09 de agosto, o primeiro dos três dias do evento, trouxe à tona assuntos como convergência de mídias, o poder de escolha cada vez maior dos usuários e o crescente panorama competitivo entre as empresas do segmento.

Teixeira, que é representante de uma organização que até pouco tempo operava somente no ramo da telefonia, enxerga na TV paga um futuro muito promissor. “O crescimento do mercado de TV por assinatura está maior que o do móvel (celular). Este é um ótimo momento para entrar no negócio, uma oportunidade muito positiva”, disse ele.

Os debatedores das empresas consolidadas no segmento de TV por assinatura têm consciência do que está acontecendo no mercado atualmente. “A convergência está aí, todos estão lutando por seu espaço”, admitiu José Félix, presidente da Net Serviços. Alberto Pecegueiro, diretor geral da Globosat, vê como positivo este cenário existente hoje no Brasil. “Não assumir que estamos vivendo um grande momento seria hipocrisia. As taxas de crescimento estão elevadas e temos perspectivas muito boas”, assegurou.

Competição

A entrada das teles no mercado de TV por assinatura é alimentada principalmente pela intensa ascensão do setor. O Brasil ultrapassou o México em número de assinantes e ocupa, hoje, a posição de maior mercado de TV paga da América Latina. “Há uma intenção de consumo cada vez maior e esse é o próprio combustível”, disse Fernando Medin, presidente da Discovery Brasil.

O fato, além de atrair novos investimentos, também está causando uma forte competitividade entre as empresas do ramo, o que resulta em benefícios aos assinantes. “Houve uma conversa muito franca com os programadores, inclusive com o Medin, para que se conseguisse montar pacotes flexíveis e ao qual o consumidor possa pagar”, articulou Antônio João Filho, diretor executivo da Via Embratel. Segundo ele, o objetivo da empresa é alcançar todos os 5565 municípios do país, mesmo sem uma presença física, mas através das companhias parceiras e do “sobrenome” da empresa. Pecegueiro concordou: “Acho que estamos agindo coletivamente para conseguir pacotes e preços mais acessíveis”.

Inovação

Assim como a Embratel, a Net também está se articulando para atingir um número maior de assinantes. Para Félix, todas as provocações da concorrência são desafios que impulsionam o setor e geram novidades. “Nós trabalhamos para o futuro. Estamos investindo fortemente na modernização das redes porque temos a firme convicção de que as coisas vão mudar. O mundo está muito rápido”, disse o presidente.

Teixeira afirmou não ter dúvidas de que, se o mercado continuar nessa crescente, logo o setor estará comemorando os 20 milhões de assinantes de TV paga no país. O Brasil encerrou o primeiro semestre de 2011 com 11,1 milhões de domicílios atendidos pelo serviço. O representante da Telefônica/Vivo finalizou as discussões citando uma conhecida expressão popular que, segundo ele, resume o momento: “Quem tem competência, se estabelece”.

 

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