Indústria quer preços coreanos para acessos de banda larga

O Ministério das Comunicações acenou a empresários brasileiros que vai trabalhar pela proposta de implantação de uma versão corporativa da “banda larga popular” e a julgar pela reunião que representantes da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro tiveram com Paulo Bernardo, a Telebrás pode se tornar essencial para a garantia das conexões – o presidente da estatal, Caio Bonilha, também estava presente.

A Firjan apresentou ao ministro a proposta de um serviço especialmente voltado ao segmento de micro e pequenas empresas – mas que também pode ser atraente para algumas das grandes – que prevê conexões de 15 Mbps, com garantia de pelo menos 20% da velocidade contratada. O objetivo é que essa oferta tenha as mesmas condições – e preço – nas diferentes regiões do país.

O alvo prioritário da proposta são 147 municípios que, juntos, concentram cerca de 260 mil indústrias – ou 51% do setor no país. Embora a maior parte deles esteja no Sudeste (83 cidades) e no Sul (31), o plano prevê a oferta em 17 municípios do Nordeste, 9 do Centro-Oeste e 7 do Norte – sendo que o objetivo é que as mesmas condições sejam oferecidas em todos eles, inclusive com isenção de ICMS.

“É uma proposta concreta, plausível e possível de ser feita em um curto espaço de tempo. Temos que competir com os maiores países do mundo e, por isso, precisamos importar os mesmos critérios utilizados nele, e não aqueles de países em desenvolvimento”, sustentou o presidente da Firjan, Eduardo Gouvêa Vieira.

O empresário evitou mencionar o preço sugerido para o serviço, mas na linha das melhores práticas internacionais, defendeu um alinhamento com o que é cobrado em países de ponta. “Temos que nos mirar em países como a Coreia”, afirmou. No pequeno país asiático – que já trabalha com a meta de universalizar conexões de 1 Gbps – o custo de 1 Mbps é inferior a US$ 1.

Embora não queria falar em valores, a Firjan entende que a prática atual é de custos altos para acessos de baixa qualidade. “Para pequenas e médias empresas, o custo atual não é competitivo, isso onde existe a possibilidade. Em boa parte dos municípios sugeridos sequer existem ofertas de acessos de 10 Mbps ou mais”, afirma a coordenadora do projeto de Telecom da Firjan, Ana Hofmann.

Para chegar aos 147 municípios da proposta – tratados pela Firjan como ponto de partida para as negociações – foram listados aqueles que contemplam pelo menos dois de três critérios: ter mais de 700 indústrias de micro, pequeno e médio porte; mais de três grandes indústrias; e valor adicionado bruto da indústria acima de R$ 1 bilhão.

 

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