Agência fiscalizadora pede ‘cautela’ com imagem de Kahn

A autoridade fiscalizadora de emissoras de televisão na França chamou a atenção dos veículos de comunicação, nesta terça-feira  (17), para que tomassem cuidado com a veiculação de imagens do diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, preso,  informa o Wall Street Journal . As imagens de Strauss-Kahn, algemado nos EUA, causou polêmica  na mídia francesa, pois a lei de imagem no país não permite a veiculação de fotos de julgamentos dentro de tribunais ou de pessoas algemadas até que elas sejam condenadas.

O diretor-geral do FMI foi detido no aeroporto JFK, em Nova York, acusado de assediar sexualmente a camareira do hotel em que havia se hospedado.  As imagens dele, sendo preso e julgado, dominaram as primeiras páginas e noticiários franceses. O órgão regulador alertou que a princípio de inocência de uma pessoa que enfrenta processo criminal deve ser preservado. "O princípio de liberdade de expressão e direito à informação não devem ignorar que tais imagens podem prejudicar a dignidade de uma pessoa". O órgão não pode efetivamente impedir os veículos, mas pode emitir multas, que devem ser antes aprovas pela Justiça, de até 15 mil euros.

Dominique De Leusse, advogado de Kahn, afirma que estuda a possibilidade entrar com um processo contra a mídia francesa nos próximos dias. "Assistimos a Strauss-Kahn no horário nobre da televisão e nas capas de jornais, algemado, sendo forçado a entrar em um carro de polícia e isto é contrário ao espírito da lei", disse de Leusse.  Ele represente o acusado também em um processo contra o diário francês France Soir.

Desde 2000, a lei francesa reforçou a lei de proteção aos réus em julgamento, ao proibir a divulgação de imagens de pessoas algemados que não foram condenadas. Mesmo que as algemas não sejam mostradas, é proibido mostrar que as mãos estão atadas ou limitadas.

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