56 milhões de brasileiros ainda não têm acesso ao serviço móvel

A América Latina vai ultrapassar a marca de 100% de penetração móvel ao final do primeiro trimestre de 2011, de acordo com a Informa Telecoms & Media. Entretanto ainda há 178 milhões de pessoas sem acesso aos serviços de telefonia móvel, o que representa 30% da população.

O Brasil, que é o maior e mais importante mercado de telefonia móvel da região, já ultrapassou a barreira de 100% de penetração e a marca de 200 milhões de assinantes ao final de 2010. Com 105% de penetração em Dezembro de 2010, o Brasil é agora o 6º maior mercado do mundo com 206 milhões de assinantes e o 7º maior em termos de receita.

“Passar 100% de penetração é um grande marco para a indústria móvel, mas é importante ressaltar que isso não significa que todos na América Latina possuem um celular”, afirma Daniele Tricarico, analista senior da Informa Telecoms & Media.

“As taxas de penetração chegam a 120% ou acima em algumas áreas urbanas, nas quais usuários possuem mais de uma linha, mas em áreas rurais, as taxas de penetração caem para 60% ou menos, principlamente devido a falta de cobertura. Enquanto a indústria celebra a quebra da barreira de 100% de penetração na região, as operadoras móveis ainda devem expandir a cobertura e inovar para deixar os serviços móveis mais acessíveis", completa a analista.

Na América Latina, cerca de 27% do total de 568 milhões de assinantes, incluindo banda larga móvel, são classificados como assinantes múltiplos, ou seja, possuem mais de um SIM card ou possuem um dispositivo móvel, além do telefone celular. Neste número de assinantes também está incluída a dupla contagem, que ocorre quando o cliente muda de operadora.

Isto contrasta com a América do Norte (Estados Unidos y Canadá), onde apesar da penetração estar abaixo de 93%, múltiplos SIM, dispositivos móveis e dupla contagem atingem apenas 14% do total da base de assinantes. Com uma menor renda disponível e alta penetração de pré-pago, que representa mais de 80% da base total de clientes da América Latina, os clientes tendem a trocar o SIM card para se beneficiarem dos melhores preços dependendo da operadora e período do dia.

"Ao mesmo tempo, um número crescente de clientes de alto valor estão aderindo a banda larga móvel aos seus serviços de voz, muitas vezes complementar a sua assinatura de banda larga fixa, mas cada vez mais como sua primeira opção de banda larga. Como resultado, mais consumidores tendem a ter assinaturas múltiplas", salienta Daniele Tricarico.

O rápido crescimento do mercado brasileiro de serviços móveis, que sozinho representa 36% do total de assinantes da América Latina, está impulsionando a penetração total da região. Entretanto, ao final de 2010, o Brasil possuía 56 milhões de pessoas sem qualquer tipo de serviço móvel.

“Nestes 56 milhões de pessoas estão incluídos a população jovem abaixo de 15 anos e idosa”, acrescenta Tricarico, “mas também conta com uma porção da população que, apesar da queda dos das tarifas devido ao aumento da competição, ainda não podem gastar com serviços móveis. O fato é que a taxa de penetração pode ser um indicador distorcido se não forem considerados outros fatores como o número de usuários únicos.”

A divisão entre área urbana e rural é outro aspecto importante pare se levar em consideração quando se analisa a penetração da América Latina. “Adicionalmente a tendência de mútiplos SIM, não se pode esquecer que todos os mercados da América Latina concentram os assinantes em áreas que são melhores atendidas pelas operadoras, que são as áreas urbanas mais desenvolvidas”, salienta a analista.

No Brasil, exemplifica, as áreas mais ricas como São Paulo e Rio de Janeiro, atigiram o patamar de 123% e 116% de penetração, mas as áreas rurais menos desenvolvidas possuem taxas de penetração inferior a 60%, como o estado do Maranhão, e áreas mais isoladas como o Amazonas, inferior a 23%.

"A boa notícia é que a conectividade nas áreas rurais está melhorando rapidamente. Com a saturação de mercado nas áreas urbanas, as operadoras reconhecem que a nova oportunidade de crescimento vem da expansão da cobertura móvel, incluindo a banda larga móvel, para as áreas rurais", observa analista da Informa.

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