Revista CartaCapital lança blog sobre WikiLeaks

A revista CartaCapital estreou, nesta quarta-feira (08), um blog sobre o WikiLeaks, em que a jornalista Natália Viana publicará informações em primeira mão sobre os documentos secretos divulgados pelo site fundado pelo australiano Julian Assange. Segundo informou o blog de Luis Nassif, Natália foi convidada pela organização de Assange para coordenar a publicação dos dados sigilosos sobre o Brasil com a imprensa nacional e, ainda, escrever reportagens independentes.

"Aqui neste blog vou ter a certeza de que o conteúdo inédito vai sair em primeira mão. E também vou dividir essa experiência na linha de frente do jornalismo", escreveu a jornalista.

A primeira postagem feita no blog fala sobre o caso Cablegate, que detalha os bastidores da diplomacia dos EUA e relações com países árabes e Israel, além de pedidos para que diplomatas norte-americanos espionassem membros da Organização das Nações Unidas (ONU). Os mais de 250 mil documentos expostos pelo WikiLeaks na última semana também citam o Brasil.

Uma série de telegramas revela mensagens enviadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao ex-líder dos EUA, George W. Bush., e a forma como o Departamento de Estado norte-americano descrevia algumas figuras-chave do governo Lula. O senador Aloizio Mercadante, por exemplo, seria visto como "radical", de acordo com o blog sobre o WikiLeaks.

As informações secretas divulgadas pelo site geraram críticas e pressões de governos para tentar impedir a atuação do WikiLeaks. Países como EUA e França pediram a empresas de internet para não mais oferecer serviço de hospedagem a página. Além disso, o australiano entrou para a lista de procurados da Interpol, acusado pela Justiça da Suécia de ter cometido crimes sexuais. Ele foi preso na última terça (07), em Londres, Inglaterra, após se entregar às autoridades.

O responsável pelo WikiLeaks também teve sua conta encerrada pelo banco suíço PostFinance, que alegou que Assange mentiu ao informar seus dados. De acordo com um comunicado do site, a conta foi aberta para receber doações, que chegam ao valor de 31 mil euros. E as empresas de cartão de crédito Visa, Mastercard e Paypal anunciaram que bloqueariam os pagamentos feitos a organização.

Em retaliação ao bloqueio, hackers pró-Assange deixaram inoperantes os sites da Mastercard, Paypal e do banco suíço, nesta quarta, na chamada "Operação Payback". Segundo O Dia Online, o grupo confirmou os ataques pelo Twitter, e ainda brincou com o slogan da empresa de cartão de crédito. "Existem coisas que o Wikileaks não faz. Para todas as outras, existe Operação Payback".

De acordo com O Estado de S. Paulo, o cerco ao site tem sido criticado por organizações ligadas a comunicação, como a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), a Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (WAN-IFRA, sigla em inglês), e a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP).

0

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *