Sindicato lança carta compromisso em defesa da TV Cultura

O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, com a Central Única dos Trabalhadores, lançou carta compromisso que será apresentada aos candidatos ao governo do estado de São Paulo. O documento exige a manutenção do caráter público da emissora.

“A natureza pública da TV Cultura do Estado de São Paulo, conforme noticiado pelos principais veículos de comunicação, está sendo ameaçada. A emissora atualmente enfrenta uma das maiores crises de sua história”, diz a carta, se referindo a notícias que circularam na semana passada sobre demissões e mudanças na programação da emissora.

Leia a íntegra da carta:

TV Cultura é patrimônio da sociedade paulista

A TV Cultura de São Paulo tem uma história que precisa ser preservada. O caráter público sempre lhe garantiu isenção para que se diferenciasse das TVs comerciais. E, mais do que isso, desempenha importante papel social. Com esta característica ela conseguiu servir de apoio fundamental à educação de crianças, jovens e adolescentes, promoveu a cidadania e procurou atender às diferentes necessidades e interesses de seus telespectadores.

A TV pública é a grande aliada na construção da identidade nacional, abrindo espaços para as expressões culturais e para as diferentes opiniões, garantindo pluralidade e diversidade nas manifestações culturais, artísticas, jornalísticas e políticas. Além disso, a TV pública cumpre papel de formador de opinião e de celeiro na formação profissional, espaço de experimentação e apoio à produção independente. Isso não é possível em uma TV com gestão administrativa privada, onde o interesse empresarial, que opera sob a ótica da lucratividade, situa-se acima dos interesses coletivos.

A natureza pública da TV Cultura do Estado de São Paulo, conforme noticiado pelos principais veículos de comunicação, está sendo ameaçada. A emissora atualmente enfrenta uma das maiores crises de sua história, resultado do desmonte implementado pela gestão do governo tucano nos últimos dezesseis anos. Agora o governo estadual, segundo o noticiário, quer alterar inclusive ”a função e o papel social da Fundação Padre Anchieta, gestora da TV Cultura”. Já há informações de demissão em massa de trabalhadores nas áreas técnicas e no jornalismo e um temor crescente de que isso seja apenas a ponta de um iceberg de mudanças mais profundas, que sacrifiquem os empregos e os investimentos em novos programas.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e a Central Única dos Trabalhadores – CUT/SP condenam a ameaça de desmonte de mais um patrimônio público e repudiam qualquer possibilidade de demissão em massa. Para impedir que isso venha a acontecer, os trabalhadores do estado de São Paulo requerem dos senhores (as) candidatos(as) ao governo do Estado de São Paulo o compromisso de não fazer mudanças ou qualquer reestruturação que desvirtuem a característica pública da TV Cultura.

Para honrar o Estado democrático que conquistamos após anos de arbítrio é necessário que a TV Cultura propicie programação de qualidade, jornalismo independente e ético, participação da sociedade em seu Conselho Administrativo e condições de trabalho dignas a todos os trabalhadores.

O (a) candidato (a) que não se pautar por esses princípios para garantir a TV Cultura como patrimônio público estará agindo contra os interesses do povo paulista.

São Paulo, 05 de agosto de 2010.
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Central Única dos Trabalhadores – CUT/SP

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