Os provedores sempre querem mais

Da mesma forma que cada cabeça é uma sentença, as operadoras de comunicação brigam permanentemente por espaço, cada uma a seu modo. A estratégia da Vivo é deixar para trás as obrigações de metas de cobertura e passar das 600 localidades atendidas hoje para 2.832 até o final de 2011. Apesar de ser o agente do SMP que dispõe de menos faixas de frequência, exceção feita ao Estado de Minas Gerais, lembra o vice-presidente de regulamentação Ércio Zilli: 55 MHz em relação ao limite de 80 MHz. Por que a decisão de avançar? “Porque a demanda pressionará pelo serviço, por mais velocidade e capacidade. E quanto mais usuários, mais acesso à internet”, afirmou em mesa de debates no Seminário Wireless Broadband – a Banda Larga sem Limites, organizado pelas revistas Teletime e TiInside, hoje, em São Paulo. Para o executivo, com segurança jurídica e visibilidade da regulamentação, a Vivo avalia que existe demanda e viabilidade econômica para aumentar sua oferta.

De seu lado, a Nextel também quer expandir fronteiras e ir além do mercado corporativo, destaca Alfredo Ferrari, vice-presidente da empresa, que considera fantástica a evolução do mercado brasileiro, mas que ainda não está maduro. Ele está preocupado com o que chama de “socialização” da banda larga, e pergunta qual o caminho para ensinar o cliente a fazer bom uso do serviço nas localidades rurais e remotas. Já a Neotec rebate veementemente a acusação de “estar sentada” em cima do filão do espectro que ocupa. “Afinal, banda larga não é só uma questão de mobilidade, mas também de portabilidade”, argumenta. Ferrari também aponta para o poder usufruído por quem dispõe de radiofrequência, cuja concentração acaba por impedir a concorrência. “A regulamentação do MMDS não muda desde 2000, o que inviabiliza a competição. E sem mudanças nas regras atuais, não há futuro para a tecnologia”, queixa-se.

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