Fenaj diz que entidades patronais impedem o avanço da democracia

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) demonstrou seu apoio ao texto da 2ª Conferência Nacional de Cultura e criticou as entidades patronais que contestam o documento. De acordo com a Fenaj, a “postura reacionária” contra qualquer proposta impede o avanço da democracia no País. O documento-base do encontro diz que o monopólio das empresas de comunicação no Brasil é uma ameaça à democracia e aos direitos humanos.

“Toda iniciativa, venha de onde vier, é sempre rechaçada sem mesmo uma discussão. São propostas para o debate, não são resoluções, mas eles já atacam. Essa postura reacionária impede o avanço democrático no Brasil”, criticou Sérgio Murillo de Andrade, presidente da Fenaj.

Andrade diz que as propostas não são novidades e estranha tantas manifestações contrárias ao documento. “Isso não é nada novo nos Estados Unidos, na Europa. A comunicação no Brasil se concentra nos Marinho, Mesquita, Frias, Sirotsky e o poder deles tem que ser questionado”.

A Associação Brasileira de Emissoras de Radio e TV (Abert) discorda do texto da Conferência e alega que a concentração não ocorre como descrita no documento.

“No Brasil, passamos longe de ter monopólio e oligopólio, o que até a Constituição proíbe. É uma falácia dizer que há. São pouco mais de nove mil rádios e TVs, que estão nas mãos de milhares de proprietários. Há, na legislação, regramentos que limitam o número de veículos nas mãos de uma mesma pessoa”, afirmou o assessor jurídico da Abert, Rodolfo Moura Machado, ao jornal O Globo.

Moura disse também que não conhece “nenhum país que tenha tamanha diversidade na distribuição de emissoras”.

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