Brasil oferece capacitação de pessoal e transferência de tecnologia à Argentina

Como já era esperado, a Argentina oficializou a adoção do padrão nipo-brasileiro de TV digital. O Boletim Oficial, o correspondente ao nosso Diário Oficial, traz a publicação da resolução que determina a escolha do ISDB como base para a digitalização dos sistemas de transmissão argentinos. Na tarde desta sexta-feira, 28, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kichner assinaram um convênio bilateral prevendo uma série de ações conjuntas.

Pelo acordo, o Brasil se compromete a capacitar recursos humanos e promover a transferência de tecnologia para o país vizinho. O Japão, por sua vez, deve doar um conjunto de equipamentos para o canal público argentino. “Foi um grande passo para o padrão nipo-brasileiro se transformar na plataforma de TV digital da América do Sul”, avalia o assessor especial da Casa Civil, André Barbosa, que integra a comitiva brasileira em Bariloche, na Argentina, onde foi selado o acordo.

Segundo ele, já está assegurado que a Argentina, assim como o Peru, adotará o middlewere desenvolvido pelo Brasil, o Ginga, que assegura os recursos de interatividade à TV digital. Para tal, o Brasil abriu mão da cobrança de royalties. “A ideia é trabalharmos juntos daqui para frente no desenvolvimento de tecnologias futuras, como telas orgânicas e super high definition”, explicou.

Os dois países devem formar um centro de desenvolvimento conjunto, composto pelas várias universidades e centros de pesquisas envolvidas com o padrão de TV digital. Toda a cooperação deve ser feita em rede, de maneira virtual, e a proposta é agregar todos os países que vierem a escolher o ISDB.

No campo da transferência de tecnologia, o assessor destaca que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está aberto a financiar empresas brasileiras interessadas em investir na Argentina, mesmo que na forma de joint ventures, desde que a participação majoritária seja nacional.

A Argentina é o segundo país na América do Sul a aderir ao ISDB, depois do Peru. O governo brasileiro vem mantendo negociações também com Chile, Equador, Venezuela e Cuba para a adoção do sistema.

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