Bispo Gê recua com projeto que criminaliza usuários da web

[Título Original: Bispo Gê fala sobre recuo do cerco ao P2P]

O deputado federal Geraldo Tenuta Filho (DEM-SP), pediu, nesta semana, a retirada do seu projeto que visava proibir a troca de arquivos via P2P.

Em breve, o Projeto de Lei nº 5.361/2009, que, na sua descrição, cria penalidades civis para quem compartilha música na internet sem respeitar direitos autorais, deve ser anulado.

Bispo Gê, como é conhecido no meio evangélico, admite que, só depois de apresentar o projeto, percebeu que não havia a possibilidade de implantá-lo. Mas um novo plano deverá ser redigido pelo político, que afirma ter o intuito de proteger os direitos autorais de pequenos artistas.

Na nova empreitada, o deputado não quer envolver as redes P2P. Diz que quer se afastar da complexidade da internet e focar nos artistas que são prejudicados pela pirataria.

Confira, abaixo, a entrevista que o político concedeu ao INFO Online:

INFO Online: A que se deve o pedido de retirada do projeto?
BISPO GÊ: A ideia do projeto era proteger aqueles que fazem o conteúdo. Não as grandes empresas, grandes cineastas, nem nada. Mas aquele produtor que já tem dificuldade de produzir um primeiro disco, um segundo mais ainda. O Brasil já não valoriza tanto a cultura, imagina se é podada por meio da pirataria. Então tinha esse projeto, que foi feito inicialmente na França, e conversando com algumas pessoas achei que seria adequado. Mas depois do projeto, que me envolvi e conheci um pouco mais, vi a impossibilidade de implantá-lo.

INFO Online: Por quê?
BISPO GÊ: Não estamos falando de um provedor. Por exemplo, YouTube é um provedor. Se colocarem uma coisa sua, você vai lá e toma uma atitude. Mas é a rede, porque ao mesmo tempo, por exemplo, em que estou baixando conteúdo por meio do emulador, alguém já está pegando esse mesmo conteúdo e já está linkando, buscando. Me informei bem melhor e vi que não é simplesmente um provedor, mas é toda a rede que passa de um para outro pelo emulador. Então, vi a impossibilidade de conseguir diferenciar quem se aproveita da pirataria em benefício próprio, lucrando com isso, daquele que é um jovem que usa [a internet e o P2P] para ouvir, como era no passado, quando gravávamos da FM pela fita cassete.

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