Em São Paulo, presidente do Chile resiste a lobby por TV digital

A visita de Michelle Bachelet a São Paulo foi uma oportunidade para que o Brasil reforçasse o lobby pela adesão chilena a dois projetos caros ao país: o uso de uma parcela de álcool no combustível e a adoção do padrão japonês para a televisão digital.

Até agora, porém, a campanha não surtiu o efeito esperado. A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, aproveitou entrevista em que falava sobre conversa com Bachelet para frisar a importância de o Chile escolher o mesmo modelo de TV digital brasileira ou compatível. O governo chileno, sob intenso lobby americano e europeu diz que a decisão, que sai esse ano, não foi tomada.

Pouco mais de um ano e meio após seu lançamento, em São Paulo, a TV digital é vista por apenas 3% da população brasileira. O sistema está presente em 22 cidades/metrópoles, onde se concentram 53% dos 53,4 milhões de domicílios com TV. Nesses domicílios, vivem 95,2 milhões de pessoas, ou 49,8% da população brasileira.

A Globo é a rede com maior cobertura digital. Seu sinal cobre 46,5% da população, mas ainda não chegou à região Norte. A Record cobre 22% da população, porém está restrita a cinco capitais (SP, Rio, Belo Horizonte, Goiânia e Aracaju). SBT e Rede TV! cobrem 19,4% da população e a Band, 15,7%.

A TV digital brasileira estreou oficialmente em 2 de dezembro de 2007, com uma festa para políticos e radiodifusores na Sala São Paulo (centro). Cerca de um ano depois, 0,3% da população tinham acesso ao sinal.

A interatividade, divulgada como principal chamariz do sistema para este semestre, só deve chegar efetivamente aos televisores em 2010, segundo o Fórum SBTVD (Sistema Brasileiro de TV Digital). Ainda de acordo com o órgão, existem 1,6 milhão de receptores de televisão digital no Brasil.

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