Devolução de freqüências da TV analógica preocupa na Europa e no Brasil

[Título original: TV digital preocupa Europa e Brasil}

O documento da Comissão Europeia lançado para consulta pública na primeira quinzena de julho e que trata do dividendo digital (assim conhecidas as frequências ocupadas pelos sinais de TV analógica) reconhece que, em diferentes países europeus, continua a incerteza sobre quando haverá o completo desligamento (switch-off) dos sinais analógicos, cujo prazo limite acordado seria em 2012.

As dúvidas sobre o empenho dos governos e da indústria na devolução dessas bandas é que fizeram a Comissão elaborar a proposta para consulta, que receberá contribuições até outubro.

A instituição está convencida de que, sem o auxílio da tecnologia sem-fio, a Europa não consegue cumprir a meta de cobertura de 100% de seu território com banda larga entre 2010 e 2013.

Para que os serviços wireless possam cumprir o seu papel, eles precisam de mais banda e, por isso, a pressão dos comissionados sobre seus governos. Os estados-membros que ainda não se comprometeram com o switch off em 1º de janeiro de 2012 estão sendo convocados a confirmar esta data por meio de leis próprias.

Conforme as contas da comissão, a devolução das frequências, que serão leiloadas para as operadoras de celular, irá adicionar à economia europeia entre 20 a 50 bilhões de euros até 2015.

Brasil

No Brasil, o nosso switch off está previsto para 2016. Mas ainda não há qualquer definição sobre o serviço que irá ocupar a banda devolvida. Os radiodifusores comerciais pressionam para que a faixa de UHF (no nosso caso ela é a de 700 MHz, na Europa, é a de 800 MHz) permaneça para o setor, enquanto as operadoras de telecom já pleiteiam a faixa para também ampliar a oferta de banda larga.Esta discussão ainda não está consolidada no país, mas quanto antes ela se firmar, melhor, pois sete anos não são tanto tempo assim.

A transição no Brasil, de renda tão baixa, e de tão significativa presença da TV no dia a dia de seus cidadãos, não será fácil. Apesar do entusiasmo dos moradores do Palácio do Planalto ao padrão escolhido, o próprio ministro das Comunicações Hélio Costa tem conclamado os radiodifusores a fazerem a sua parte e levar os sinais digitais para mais cidades brasileiras. O movimento parece lento. O governo também interferiu na produção dos aparelhos de TV, que, a partir do próximo ano, passarão a trazer os conversores dos sinais analógicos/digitais incorporados.

A adesão dos brasileiros ainda é inexpressiva. Ninguém divulga números, mas se tomarmos como parâmetro os ricos assinantes das TVs pagas, poucos são aqueles que já têm o conversor digital HD em seus lares .

Pelo menos essa é a razão alegada pela maior operadora de TV por assinatura do país, a NET Serviços, para oferecer poucos canais em alta definição. E alta definição foi o principal argumento das principais emissoras comerciais brasileiras para não aceitarem a multiprogramação.

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