Convergência e redes sociais podem melhorar serviços de e-gov

Especialistas que acompanham o movimento do governo eletrônico no país, e que debateram a crise no e-gov esta semana no 15º Conip, indicam como uma das causas da estagnação dos serviços o fato de as iniciativas não terem acompanhado a evolução da internet. "O modelo de e-gov calcado na tecnologia já esgotou", aponta um dos especialistas nessa área, Roberto Agune, do governo do Estado de São Paulo. Na sua avaliação, os avanços nesse serviço exigem novas dimensões, como ética, transparência, processos e pessoas envolvidas nas discussões.

"Não pode haver predominância de nenhuma delas e isso fica mais evidente ainda com ferramentas sociais que proliferam na rede", acredita. A sugestão que tem sido defendida por Agune é trocar o e (de eletrônico) por i (de inovação). Portugal já fez isso, deixando de lado o predomínio tecnológico. "Precisamos rever os processos e permitir que o cidadão passe a colaborar", comenta Agune.

O presidente da Abep, a entidade que reúne as empresas estaduais de TI, Joaquim Costa, aponta a telefonia móvel como uma das saídas para a evolução do e-gov em função da universalização do serviço. "Do mesmo jeito que temos hoje o 0800, discagem gratuita, por que o governo não pode oferecer uma comunicação por meio de SMS também gratuita para o cidadão?", indaga, reivindicando das operadoras um modelo que viabilize a interação do governo com o cidadão por meio do SMS.

Costa, que é também presidente da ATI (Agência de TI do governo de Pernambuco), cita como exemplo a confirmação de uma consulta, cuja mensagem seria enviada pelo setor de saúde e o cidadão poderia responder, sem pagar pelo envio do SMS. A conta seria paga pelo governo. "Se ele (governo) entender que é importante e que vai melhorar a qualidade do serviço, naturalmente que vai pagar", assegurou.

Agune também vê a convergência dos meios de comunicação como uma saída para a evolução dos serviços de governo. "É inaceitável que um país com 150 milhões de usuários da telefonia móvel não use esse meio; é preciso uma mudança de paradigma", afirma

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