Indicado presidente da NEC para vaga da sociedade civil no Conselho Consultivo

Ainda neste mês deverá ocorrer uma grande mudança na composição do Conselho Consultivo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Com a saída de quatro conselheiros, o grupo passará por uma "renovação" neste início de ano, embora um dos assentos deva ser ocupado pela mesma entidade: a Pro Teste. A lista com os nomes dos novos conselheiros foi encaminhada nesta terça-feira (3), para a Casa Civil e a indicação que mais chama atenção é a da advogada Karin Veloso Mazorca, representando as entidades de defesa dos usuários.

Karin é da equipe jurídica da Pro Teste, assim como sua antecessora na vaga, a advogada Flávia Lefèvre. Na última composição do Conselho Consultivo, Flávia foi uma das participantes mais combativas com relação às reformas que a Anatel conduziu na regulamentação. As ações da Anatel geraram a abertura de processos judiciais pela Pro Teste, encabeçados pela advogada, sendo que um deles rendeu a concessão de uma liminar que há três meses impede a agência de dar sequência ao projeto de implantar backhaul no Brasil como uma meta de universalização.

NEC

Outras quatro vagas serão preenchidas – três para substituição de conselheiros que têm seu mandato concluído em 16 de fevereiro próximo e uma cadeira representativa da sociedade que há meses está desocupada. Para a vaga do Executivo (segunda) foi indicado o secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Roberto Pinto Martins. Esta cadeira era ocupada pelo consultor jurídico do Minicom, Marcelo Bechara.

A escolha para a segunda vaga representativa da sociedade (a primeira é ocupada por José Zunga, do Instituto Iost) pode gerar algum constrangimento para a Anatel. Foi indicado o presidente do conselho da NEC Brasil, Paulo Gomes Castelo Branco, que também é membro dos conselhos da Abinee e da Fiesp. Esta não é a primeira vez que é escolhido um executivo para ocupar um assento voltado para a representação da população. Além disso, a nomeação de Zunga gerou problemas com o Ministério Público Federal (MPF) já que ele é funcionário licenciado da Brasil Telecom e, portanto, não deveria representar a sociedade na opinião do órgão.

Senado e Câmara

As outras duas vagas que já possuem indicação são da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Para representar a Câmara foi encaminhado o nome do consultor legislativo Bernardo Felipe Estellita Lins, engenheiro civil e doutor em economia. Lins é familiarizado com o setor de telecomunicações não só por sua atuação na área como consultor do Legislativo. Antes de entrar no funcionalismo público, o engenheiro trabalhou na Data Systems, na Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) e na Cobra Computadores e Sistemas. Lins também foi chefe de divisão na Secretaria de Política de Informática (Sepin) do Ministério de Ciência e Tecnologia entre 1990 e 1994.

Para a vaga do Senado Federal, foi indicado Leonardo José Rolim Guimarães, exonerado em outubro de 2008 de suas funções na Casa. Guimarães deixou o Senado junto com outros 86 funcionários em cumprimento à súmula do Supremo Tribunal Federal (STF) que proibiu a prática de nepotismo. Na época, ele era chefe da Assessoria de Planejamento e Modernização da Administração.

Sua entrada na lista de exonerações se deve ao fato de Guimarães ser marido da chefe de gabinete do então presidente da Casa, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN). Oriundo da Câmara dos Deputados, onde era consultor de orçamento, Guimarães também exerceu funções no Executivo,tendo sido servidor do Ministério do Trabalho e Emprego.

Sem contar as vagas da Câmara e do Senado, que são de responsabilidade do Legislativo, a Casa Civil não precisa acatar as indicações encaminhadas, podendo apresentar novos nomes à lista.


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