Jovens da elite querem interatividade na TV, inclusive internet

No dia em que o Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD) completa um ano de início de sua implementação, a Philips divulga uma pesquisa sobre o futuro da televisão no País. Entre vários aspectos, o estudo “TV no Brasil: o Presente e o Futuro” conclui que os jovens das classes A e B não querem mais uma TV passiva, estática, mas sim moderna e interativa.

“A interatividade depende da forma como ela chega. Pode ser pela TV digital (Ginga, o middleware que permite isso) ou não”, observa Gabriel Aleixo, gerente de inteligência de mercado da fabricante de eletrônicos. Apesar de falar sobre os próximos passos da televisão no Brasil, a pesquisa não aborda a questão da TV digital – segundo o porta-voz, por ainda haver indefinições sobre o sistema e envolver questões políticas.

A interatividade a qual Aleixo se refere não é a mesma que deve ser proporcionada com a implementação do Ginga – com aplicativos que devem estar disponíveis na tela do aparelho, por exemplo. Mas sim a possibilidade de acessar a internet, algo que ele prevê que alguns fabricantes já comercializarão no próximo ano. Mesmo assim, não descarta a importância do SBTVD. “A TV digital deve viabilizar a interatividade desejada”, diz.

Estudo da Philips

Segundo a pesquisa encomendada pela fabricante ao instituto Voltage e feita com 400 consumidores paulistanos e cariocas das classes A e B+, 19% deles têm ao menos um aparelho de Flat TV (tamanho fino). Cerca de 45% deles pretendem comprar um aparelho do tipo, sendo que 98% são novos consumidores.

Já a pesquisa qualitativa sobre a TV dos sonhos, realizada com 20 consumidores da classe A de São Paulo e do Rio de Janeiro, com idades entre 20 e 40 anos, aponta que eles querem interatividade com o aparelho, como uso de comando de voz para ligar/ desligar e trocar de canal, acesso à internet, possibilidade de fazer ligações e até mesmo atender à campainha pela televisão.

Um ano de dúvidas

Em 2 de dezembro de 2007, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu início às transmissões de áudio e som digitais da televisão brasileira. De lá para cá, muitas promessas, expectativas de vendas de conversores e pouca adesão. Apesar de já estar disponível para 40 milhões de telespectadores em todo o País, a estimativa do próprio Fórum SBTVD (entidade responsável pelas decisões sobre a implementação do sistema) é de que apenas 645 mil telespectadores recebam o sinal digital.

Para representantes do setor de software, como Nelson Wortsman, da Brasscom, a TV digital só vai emplacar de fato quando o público consumidor notar que vai fazer alguma diferença de fato em suas vidas. No final de setembro, o representante do Ministério das Comunicações, Augusto Gadelha, chegou a afirmar que o Ginga entrará no mercado até maio de 2009. O Fórum SBTVD não confirma, mas deve começar a trabalhar para que até lá já sejam vendidos conversores que permitam a interatividade na televisão.


0

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *