Desafios da inclusão digital no campo são debatidos na 7ª OID

Os desafios da inclusão digital no contexto das populações rurais, ribeirinhas, pesqueiras, indígenas e quilombolas também foram tema da 7ª Oficina para Inclusão Digital (OID) na tarde desta quarta-feira (5), dentro do debate Inclusão digital na perspectiva dos territórios.

Cláudio Alex da Rocha, diretor de Sistemas Computacionais da Empresa de Processamento de Dados do Pará (Prodepa), foi o mediador do debate, que contou ainda com a participação de Rossana Moura, representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ricardo Macedo de Carvalho, representante do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro/PA), e Fábio Pena, do projeto Saúde e Alegria.

Rossana Moura deu início ao debate falando sobre o projeto Territórios digitais que surgiu em função do acúmulo de experiências adquiridas no trabalho de inclusão digital em locais de difícil acesso, como os assentamentos. Ela também agradeceu a parceria do Governo do Estado, por meio do programa Navega Pará que, junto com o MDA, possibilitou o acesso à internet para comunidades do Marajó e Eldorado do Carajás.

“Para o sucesso do nosso projeto, criamos Casas Digitais, que nada mais são que infocentros ou telecentros, ou seja, espaços públicos de acesso à internet implantados em assentamentos, localidades agrícolas, indígenas e outros. Além disso, possibilitamos a formação técnica e pedagógica da comunidade, pois não queremos levar só tecnologia, mas também cidadania para essas pessoas. Por isso, quanto mais distante o local e quanto maiores as suas dificuldades, melhor pra gente”, ressaltou Rossana.

Logo depois, Ricardo de Carvalho falou sobre o trabalho do Serpro no Brasil, ressaltando a implantação de 226 telecentros em todo o país e nove no exterior, tendo espaços no Haiti, Cuba e Angola. Segundo ele, o projeto beneficia 44 mil pessoas por meio do acesso à internet com a utilização de software livre. “No Pará, já implantamos cinco infocentros, com destaque para o de São Sebastião da Boa Vista, no Marajó, que é bem distante da capital (são mais de oito horas de viagem). E, até o final desse ano, iremos implantar mais cinco no Estado, dando prioridade às àreas rurais. Afinal, a tipicidade da região é nosso grande desafio”, explicou Ricardo.

Desafio que Claúdio Alex, da Prodepa, também fez questão de comentar. “O infocentro do Marajó e de outras localidades, como o do assentamento 17 de abril, em Eldorado do Carajás, com certeza é desafiador. Mas, com vontade e trabalho em equipe, conseguimos levar a internet e o conhecimento da informática para essas comunidades. E nosso objetivo é cada vez mais ampliar essa rede de acesso, beneficiando 52 municípios paraenses até junho de 2009 por meio do Navega Pará".

Iniciativas e experiências que Fábio Pena enfatizou no debate, apontando a importância em investir no conhecimento e em projetos de inclusão digital, como já ocorre em Santarém com a Rede Mocoronga de Comunicação, a qual capacita jovens nas áreas da comunicação e informática, por meio de oficinas de educomunicação e acesso a telecentros culturais.

Debates

Paralelo a esse debate, foi realizado o de Crimes digitais e liberdade de ação na internet, que contou com a participação de Cristine Hoepers, do Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.Br/CGI – Comitê Gestor da Internet no Brasil); João Cassino, da Cobra Tecnologia; e Everton Rodrigues, da Casa Brasil.

Os palestrantes debateram sobre a legislação que pretende combater crimes pela internet como, por exemplo, a difusão de pornografia infantil, racismo, intolerância religiosa e homofobia, apontando que não se deve atropelar o direito à informação e à liberdade de expressão, e nem o direito à privacidade e à livre troca de conhecimento. As atividades da OID continuam nesta quinta-feira (6), com a realização de oficinas, plenárias e debates.


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