Pesquisa aponta situação precária dos telefones públicos

Pesquisa promovida pelo Instituto Observatório Social de Telecomunicações (Iost) avaliou a operacionalidade dos Telefones de Uso Público (Tup's) no Brasil, a disponibilidade e preço dos cartões e a percepção dos usuários sobre o serviço. Os dados apontam a precariedade operacional dos aparelhos. Dos 1374 Tup's pesquisados, em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, em 23% dos telefones o usuário não conseguiu contemplar a chamada.

A situação é pior no Rio, onde esse índice atinge 39%. Em São Paulo, o indice de chamadas não completadas é de 20%, enquanto no Distrito Federal cai para 11%. A condição mais crítica foi observada no município fluminense de São Gonçalo, onde a chamada não foi completada em 54% dos aparelhos pesquisados. Os Tup's estão funcionando melhor na cidade satélite de Taguatinga, no Distrito Federal,onde 92% das chamadas foram completadas.

Segundo o presidente do Iost, José Zunga, a pesquisa mostra a situação de abandono dos Tup's."A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) não fiscaliza e as operadoras não oferecem serviço de qualidade", disse. Ele defende que a agência obrigue as operadoras a assinarem em TAC (Termo de Ajuste de Conduta) para assegurar a malhoria do serviço, que é de grande alcance social.

Cartões

Em relação ao uso de telefones públicos, o levantamento mostra dos 1817 entrevistados nas três regiões, somente 13% recorrem diariamente ao serviço, enquanto 53% admitem apenas o uso eventual. A maioria dos entrevistados (61%) usa o Tup para ligações particulares; durante o dia (45%); e em ligações com uso de cartão (52%). Para a maioria dos entrevistados, os aparelhos estão em mau estado (67%) e apresentam algum problema (57%), principalmente por falta de sinal, mudo (40%).

Sobre os cartões telefônicos, a maior parte dos entrevistados considera o preço alto (73%) e prefere comprar os com 20 créditos (48%), seguido dos cartões de 40 créditos (37%). Metade dos entrevistados considera uma boa idéia a comercialização de cartões com menos créditos do que os atuais, sendo que 54% preferem unidades com 10 créditos.

A pesquisa ainda inclui a percepção dos usuários sobre as atribuições da Anatel. Segundo os dados, 73% dos entrevistados não sabiam que a agência tem como atribuição defender os interesses dos usuários dos serviços telefônicos.

A pesquisa foi realizada no mês de agosto, em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, com margem de erro em torno de 3%. Os levantamentos foram realizados pela empresa Acerte, Pesquisa e Comunicação. Em novembro e dezembro, o Iost pretende avaliar o serviço de telefonia de longa distância nacional.

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