Primeira semana da portabilidade numérica fecha sem números expressivos

Depois de uma semana em vigor, a portabilidade numérica não chegou a apresentar números empolgantes. O movimento ainda é pequeno no mercado residencial e quase nulo no corporativo, diz um técnico próximo às operações, mesmo considerando que nesta primeira fase estão 714 cidades e apenas três capitais, o que totaliza cerca de 3% do total de linhas no Brasil, segundo dados de mercado. A semana fecha com 4,5 mil pedidos de portabilidade, mas com apenas 458 efetuados.

O principal movimento dos clientes é a obtenção de informações junto às operadoras. A maioria dos pedidos concentrou-se na telefonia móvel e muito pouco na telefonia fixa. Enquanto as celulares, principalmente a Claro, são mais agressivas na propaganda, a Embratel/Net não fez esforços de marketing para atrair assinantes. Entre as fixas, a GVT foi a operadora que mais teve pedidos de adesão, e na móvel a Claro ficou em primeiro lugar, diz uma fonte próxima às operações.

Segundo o técnico, muitas solicitações não foram efetivadas devido a erros de cadastro junto às operadoras, principalmente entre os clientes pré-pagos. Uma equipe de 60 pessoas da Anatel está visitando pontos de venda para testar o atendimento das operadoras sobre as dúvidas dos clientes e não viu irregularidades. Também contribuíram para o baixo número de efetivações alguns problemas técnicos em sistemas internos das operadoras, atrasando a resposta à solicitação de migração.

Para José Moreira, presidente da ABR Telecom, os problemas técnicos ficaram dentro do previsto. De acordo com os registros da entidade administradora, no acumulado, 29% das operações de portabilidade foram concluídas no DDD 62; 19% no DDD 43; 17% no DDD 27; e 12% com números de DDD 67. As solicitações a partir do DDD 37 responderam por 7% das operações completadas; do DDD 17, por 7%; do DDD 14, por 6% e do DDD 86, 3% da portabilidade que se efetivou. Dos pedidos de portabilidade numérica completados nesta sexta-feira, 67% foram de telefones móveis, e entre todas as solicitações concretizadas até agora, 80% correspondem a telefones móveis.

José Eugênio, gerente de planejamento de marketing da Claro, disse que a empresa termina a semana otimista. "Trabalhamos bastante nos últimos 18 meses em atendimento, cobertura e novos produtos, promoções on net para fidelizar o cliente", diz o executivo. "Os pedidos superaram a expectativa da empresa e o índice de problemas técnicos foi bem pequeno", afirma.

Para Carlos Cipriano, diretor da Vivo para o estado de São Paulo, a empresa está ciente da forte competição na região e tem reforçado iniciativas de esclarecimento aos clientes e melhora no atendimento. "O interesse é muito grande, mas não houve corrida aos pontos de venda conforme o mercado esperava. A maioria vem para pedir informações", diz. Ele afirma que a Vivo está monitorando todo o processo para ajustar-se à expectativa do mercado, principalmente com o acirramento da concorrência nos próximos meses, destacando vantagens competitivas como cobertura, planos para grupos e tarifas especiais, entre outros. Segundo Cipriano, em São José do Rio Preto a empresa teve muitos pedidos de entrada no segmento corporativo.

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