Provedores de Internet montam serviço de telefonia para favelas do Rio

A Global Info, rede que reúne mais 700 pequenos provedores de internet de todo o Brasil, está abrindo uma nova frente de negócios: pretende montar uma operadora de telefonia fixa especializada no atendimento a comunidades carentes no Rio de Janeiro. A nova espelhinho se chamará TelePop (Telefonia Popular) e iniciará suas atividades até o fim do ano nas favelas de Parque União e Vila Cruzeiro, na capital fluminense. "São áreas onde a rede da concessionária é ruim ou está parcialmente destruída. Nós vamos prestar um serviço de voz decente, a um preço acessível e com loja de atendimento no local", explica o diretor de telecomunicações da Global Info, Juan Carlos Ferro.

A empresa adquiriu uma licença de STFC em abril passado. A construção da rede começa este mês e consumirá um investimento da ordem de R$ 700 mil. Será montada uma central com capacidade para até 100 mil assinantes. Para a última milha será usado um fio sem valor comercial, diferente do fio de cobre tradicional, para evitar furtos. Um detalhe importante: os funcionários responsáveis pelo suporte da TelePop serão pessoas da própria comunidade, que passarão por um treino no Senai. O executivo disse não temer problemas com os traficantes locais. "Se é um serviço para o bem da comunidade, os traficantes não vão se opor", acredita.

Planos de serviço

A assinatura básica de uma linha da Telepop custará em torno de R$ 25 por mês, com direito a chamadas ilimitadas entre assinantes. A empresa também oferecerá acesso discado ilimitado à internet ao custo de uma taxa extra mensal de R$ 15.

Haverá também um plano pré-pago. "Fizemos uma pesquisa de mercado. Existe uma demanda reprimida nessas comunidades", garante Ferro. Segundo o executivo, 2 mil pessoas já se cadastraram interessadas em adquirir uma linha da TelePop tão logo a rede entre em operação. No futuro, talvez seja oferecido até mesmo banda larga em ADSL.

Se a experiência der certo, a TelePop pretende expandir para outras áreas no ano que vem , inclusive em outros municípios do Rio de Janeiro. Segundo Ferro, há demanda, por exemplo, em cidades da região dos Lagos.

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