Telecentros colaboram para a emancipação das comunidades, diz secretário

“O acesso à informação é desigual.” Foi com essa breve afirmação que o secretário de Programas e Projetos Culturais do Ministério da Cultura, Célio Turino, iniciou o painel “Redes Comunitárias e Telecentros”, realizado no Congresso Internacional Sociedade e Governo Eletrônico (Consegi), que teve início na quarta-feira (27), em Brasília.

Com o propósito de discutir o fortalecimento das redes comunitárias e o papel dos telecentros nas políticas de inclusão digital, Turino defendeu as redes comunitárias como espaços de emancipação social. “Esses telecentros devem potencializar as habilidades da comunidade local para gerar autonomia e apoderamento social”, explicou. Para ele, os telecentros e redes sociais representam a alteração da relação do estado-sociedade, na medida em que esses são ações da sociedade reconhecidas e potencializadas pelo estado.

David González, de Cuba, contou que no seu país 100 mil computadores são destinados a programas sociais e que o objetivo é a inclusão digital da população. Ele afirmou que todos os equipamentos operam em sistema operacional livre GNU/Livre e estão equipados com Open Office. “O governo tem investido fortemente em treinamento de reprodutores de conhecimento, o que gera compartilhamento real entre os técnicos do governo”, afirmou ele.

Para Luiz Antônio Côrrea, da Rede de Informações para o Terceiro Setor (Rits), o desafio do telecentro não é simplesmente disponibilizar acesso à rede para a sociedade, mas sim focar na boa utilização do espaço. “A autonomia das redes, a produção de conteúdo e o investimento na capacitação permite o uso real do telecentro, na medida em que possibilita a criação de novas redes comunitárias”, concluiu.

Segundo Beatriz Tibiriça, do Coletivo Digital, o foco dos telecentros deve ser analisado de outra forma. “Esses são espaços comunitários que devem permitir à sociedade o acompanhamento das novas tecnologias e não apenas uma ambiente de alfabetização digital”, analisou. Ela ainda destacou que o telecentro é o espaço mais adequado para identificar e mapear a comunidade e o movimento de inclusão deve estar à atendê-la. “Congregar todas as culturas e interesses é papel da inclusão digital”, disse.

“A pluralidade dos telecentros e integração de políticas públicas são os conceitos que baseiam as ações do Comitê de Inclusão Digital”, afirmou Kiki Mori, responsável pelos projetos de inclusão digital da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento. Ela defendeu que as diversas iniciativas buscam articular os demais programas do governo.

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